Língua Portuguesa
Emprego do Sinal indicativo de Crase
Casos Especiais e Dicas Práticas


CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a + a) representado através do acento grave.

A crase pode ser a fusão da preposição a com:

1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.

2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.

3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.

4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é possível enviar correspondência.

Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.

CASOS ESPECIAIS E DICAS

1 - Nome próprio geográfico

Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o fenômeno da crase acontece quando a palavra admite artigo "a".

Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo verbo "voltar" e caso resulte na expressão “voltar da, há a confirmação da crase. Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:

I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.

II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.

Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme proposto:

I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.

II. Voltamos DE Roma há duas semanas.

Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme proposto:

I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.

II. Voltamos DE Roma há duas semanas.

Atenção:

A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:

Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.

Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".

2. Nomes de mulher

Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três situações:

a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é facultativo, com adiante se demonstra:

Exemplo 1.a

Gosto DE Magali.

Penso em Ana.

Contei a Magali o que falei a Ana.

Exemplo 2.a

Gosto DA Magali.

Penso na Ana.

Contei à Magali o que falei à Ana.

b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO admite crase. Veja exemplos:

Exemplo 1.c O filme faz referência a Joana D’Arc.

Exemplo 2.c Retratou a Joana D’Arc como santa...

c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da crase também é facultativo.

3. Números Cardinais

Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.

Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.

4. Antes de pronomes possessivos

O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de substituir o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo feminino por um pronome possessivo masculino encontramos a resposta quanto a ocorrência ou não de crase. Veja a frase:

Dei férias a / à minha equipe.

Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um substantivo masculino equivalente.

Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.

Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no feminino.

Portanto, estão corretas as seguintes frases:

Dei férias a minha equipe.

Dei férias à minha equipe.


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