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Informações da Prova Questões por Disciplina TRE - Minas Gerais - Analista Judiciário - Apoio Técnico-Especializado - Medicina do Trabalho - CONSULPLAN - 2013 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Texto I

O auge da vida democrática é o momento do voto. A democracia, regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da igualdade, em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que existe. Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar ético. As formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as legítimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras. Uma ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.

[...]

O mínimo, numa democracia, é ter dois lados opostos, divergentes, mas, respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto, tentarei impedir “o mal” até mesmo de concorrer. Assim, foi a perseguição ao comunismo, no Brasil, mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada. Assim foi a perseguição aos partidos liberais nos regimes comunistas. [...]

Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito. Queremos, de todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E, entre os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. [...] É preciso grandeza de espírito para sair dessa incapacidade de pensar o que desejamos construir. Porque propor a Política é formular o futuro.

(Ribeiro, Renato Janine. Filosofia. Setembro de 2012. Adaptado.)

1 -

Ao substituir “as formas” por “a forma” em “As formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as legítimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras.”, torna-se adequada, de acordo com a norma culta, a seguinte alteração

a)

… considerando-a legítima, atualmente apenas pode ser chamada de ditadura.

b)

… lhe considerando legítima, atualmente apenas pode ser chamada de ditadura.

c)

… considerando-lhe legítima, atualmente apenas pode ser chamada de ditadura

d)

… considerando à ela legítima, atualmente apenas pode ser chamada de ditadura.

e)

… considerando a ela legítima, atualmente apenas pode ser chamada de ditadura.

2 -

Está correta a reescrita do trecho “... em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos.”, sem que haja prejuízo do valor semântico, em

a)

… cujo valor todos têm, sejam ricos, pobres, integrados e excluídos.

b)

… em que todos têm o mesmo valor: ricos e pobres, integrados e excluídos.

c)

… os quais têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos.

d)

... onde todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos.

e)

… de que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos.

3 -

Em “... se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto, tentarei impedir ‘o mal’ até mesmo de concorrer.”, os termos destacados produzem efeitos de sentido que traduzem, respectivamente,

a)

ressalva e acréscimo.

b)

ressalva e explicação.

c)

condição e conclusão.

d)

condição e explicação.

e)

conformidade e conclusão.

4 -

Sobre o uso das vírgulas no trecho “A democracia, regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da igualdade,...”, é correto afirmar, mantendo-se a correção de acordo com a norma culta, que a

a)

substituição da vírgula após “governantes” pelo ponto preserva o valor semântico e a coerência do período.

b)

inserção do sinal de dois pontos após o termo “democracia” permite a retirada das vírgulas de todo o período.

c)

retirada da explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes” permite a manutenção da vírgula após o termo “democracia”.

d)

retirada das vírgulas manteria a coerência textual, enfatizando a explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes”.

e)

substituição pelo duplo travessão manteria a coerência textual delimitando a explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes”.

5 -

Analise os trechos em destaque.

I. “... em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos.”

II. “Uma ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.”

III. “O mínimo, numa democracia, é ter dois lados opostos, divergentes, mas, respeitados.”

IV. “Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal;...”

Uma relação de oposição, estabelecida por palavras e/ou ideias, pode ser verificada em

a)

I, II, III e IV.

b)

I e II, apenas.

c)

II e III, apenas.

d)

I, II e III, apenas.

e)

I, III e IV, apenas.

6 -

Identifique a afirmativa correta de acordo com as ideias expressas no texto.

a)

Na prática, a oposição de ideias em um regime democrático é inviável.

b)

O fato de possuir como característica a igualdade de valores conduz a democracia à legitimidade.

c)

A perseguição ao comunismo e aos partidos liberais demonstra o caráter legítimo da democracia.

d)

Em relação à monarquia ou aristrocracia, é possível observar permanência de entendimento com o passar do tempo.

e)

Em uma democracia, a divergência e o respeito entre lados opostos são elementos que se alternam, não ocorrendo concomitantemente.

7 -

Na substituição de uma palavra por termos equivalentes, que contribuem para a coesão do texto, está correto o indicado em

a)

“… em que todos têm o mesmo valor,…” – regime da igualdade

b)

“… ela é o regime mais ético que existe.” – regime da igualdade

c)

“… considerando-as legítimas,…” – legítimas

d)

“… dessa incapacidade de pensar…” – grandeza de espírito

e)

“… o que desejamos construir.” – critérios políticos

8 -

Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas graficamente pelo mesmo motivo.

a)

é – têm – ética

b)

só – porém – política

c)

até – também – mínimo

d)

democrática – ético – único

e)

excluído – legítimas – ilegítima

Texto II

Norma jurídica x realidade política

No avanço do processo de democratização do Estado brasileiro, com o consequente aumento da transparência dos atos públicos, a imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira enxurrada de denúncias (fundadas ou não) de conduta ilícita ou reprovável por parte de agentes públicos. Isso tem resultado no profundo descrédito da classe política, que regularmente se mantém flagrante, até que uma notícia de grande repercussão desvie as atenções do povo das acusações e ações contra Senadores, Deputados, Ministros, lobistas de todo tipo. (Mas esse fenômeno ocorre só por pouco tempo: passada a perplexidade com a notícia calamitosa, volta-se logo ao lugar-comum da corrupção, do favoritismo, do enriquecimento ilícito por desvio de recursos públicos.) Tornou-se comum ouvir em entrevistas com populares expressões de descrença na classe política, ao lado de reclamações por “uma lei que proíba isso”.

Sabe-se que isso não é solução. [...]

Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis ao aplicador contemporâneo, são suficientes para exigir, dos agentes públicos, a conduta politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles.

Além disso, verifica-se no Brasil um conjunto de fatores comuns a países de democratização tardia, que saíram de regimes autocráticos. Inclui-se entre esses fatores a falta de maturidade democrática de boa parcela da população, que simplesmente outorga ao agente público seu voto, sem exigir dele prestação de contas de seu mandato, ou mesmo qualquer ação política efetiva. Os motivos para tal inércia têm sede na própria história e tradição brasileira, como se houvesse uma aceitação na não participação ativa nas decisões de governo, no referendo tácito a oligarquias locais, numa forma de clientelismo patológico, de troca de votos por cestas de alimentos. Tais fenômenos guardam mais relação com o desconhecimento da lei e dos meios de controle político, à disposição de qualquer cidadão, do que com uma tradição consciente de passividade.

 

(Maluf, Emir Couto Manjud. O desafio da justiça eleitoral face à crise de moralidade política.

Revista de monografias: concurso de monografias do TRE/MG. n.º 1 (2010). Belo Horizonte: TRE/MG, 2010.)

9 -

Considerando-se o contexto, a expressão destacada no segmento “... a imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira enxurrada de denúncias (fundadas ou não)...” tem o sentido corretamente expresso em

a)

série de conflitos.

b)

acusações indevidas.

c)

revelações indesejadas.

d)

abundância de acusações.

e)

quência de inconveniências.

10 -

Pode-se inferir, com base no texto, que o desconhecimento da lei em relação à política gera na população

a)

constante desconfiança no regime democrático.

b)

insatisfação e indignação mediante o processo eleitoral.

c)

atitudes que demonstram uma conduta não participativa.

d)

desejo de haver uma efetiva cobrança junto aos governos.

e)

tomadas de decisão que propiciam mudanças significativas.

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