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Informações da Prova Questões por Disciplina IBGE - Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura - Engenharia Civil - CESGRANRIO - 2010 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Texto I


        	O Brasil é um navio negreiro em direção ao futuro
        Um negreiro, com milhões de pobres excluídos nos
        porões – sem comida, educação, saúde – e uma elite
        no convés, usufruindo de elevado padrão de consumo
5      em direção a um futuro desastroso. O Brasil é um Titanic
        negreiro: insensível aos porões e aos icebergs. Porque
        nossa economia tem sido baseada na exclusão social
        e no curto prazo.
        	[...]
10      	Durante toda nossa história, o convés jogou restos
        para os porões, na tentativa de manter uma mão de obra
        viva e evitar a violência. Fizemos uma economia para
        poucos e uma assistência para enganar os outros. [...]
        	O sistema escravocrata acabou, mas continuamos
15    nos tempos da assistência, no lugar da abolição. A eco-
        nomia brasileira, ao longo de nossa história, desde 1888
        e sobretudo nas últimas duas décadas, em plena de-
        mocracia, não é comprometida com a abolição. No
        máximo incentiva a assistência. Assistimos meninos de
20    rua, mas não nos propomos a abolir a infância abando-
        nada; assistimos prostitutas infantis, mas nem ao me-
        nos acreditamos ser possível abolir a prostituição de
        crianças; anunciamos com orgulho que diminuímos o
        número de meninos trabalhando, mas não fazemos o
25    esforço necessário para abolir o trabalho infantil; dize-
        mos ter 95% das crianças matriculadas, esquecendo
        de pedir desculpas às 5% abandonadas, tanto quanto
        se dizia, em 1870, que apenas 70% dos negros eram
        escravos.
30      	[...] Na época da escravidão, muitos eram a favor da
        abolição, mas diziam que não havia recursos para aten-
        der o direito adquirido do dono, comprando os escravos
        antes de liberá-los. Outros diziam que a abolição
        desorganizaria o processo produtivo. Hoje dizemos o
35    mesmo em relação aos gastos com educação, saúde,
        alimentação do nosso povo. Os compromissos do setor
        público com direitos adquiridos não permitem atender
        às necessidades de recursos para educação e saúde
        nos orçamentos do setor público.
40      	Uma economia da abolição tem a obrigação de ze-
        lar pela estabilidade monetária, porque a inflação pesa
        sobretudo nos porões do barco Brasil; não é possível
        tampouco aumentar a enorme carga fiscal que já pesa
        sobre todo o país; nem podemos ignorar a força dos
45    credores. Mas uma nação com a nossa renda nacional,
        com o poder de arrecadação do nosso setor público,
        tem os recursos necessários para implementar uma
        economia da abolição, a serviço do povo, garantindo
        educação, saúde, alimentação para todos. [...]

BUARQUE, Cristovam. O Globo. 03 abr. 03.

1 -

A ideia central do artigo baseia-se na visão de que é preciso estabelecer uma “economia da abolição”, dando acesso a todos, evitando, assim, uma política assistencialista e excludente. Qual dos trechos do artigo transcritos a seguir NÃO apresenta o argumento de consistência compatível com essa tese? 

a)

“Porque nossa economia tem sido baseada na exclusão social e no curto prazo.” (l. 6-8)

b)

“A economia brasileira, [...] sobretudo nas últimas duas décadas, em plena democracia, não é comprometida com a abolição.” (l. 15-18)

c)

“muitos eram a favor da abolição, mas diziam que não havia recursos para atender o direito adquirido do dono, comprando os escravos antes de liberá-los.” (l. 30-33)

d)

“Os compromissos do setor público [...] não permitem atender às necessidades de recursos para educação e saúde nos orçamentos do setor público.” (l. 36-39)

e)

“...uma nação com a nossa renda nacional, [...] tem os recursos necessários para implementar uma economia da abolição,” (l. 45-48)

2 -

O articulista parte de uma associação que é explicitada pelo título do texto. Tal associação, envolvendo o Titanic e o período histórico brasileiro escravocrata, revela uma estratégia discursiva que visa a provocar no leitor uma reação de:

a)

revolta.

b)

descaso.

c)

conscientização.

d)

complacência.

e)

acomodação.

3 -

“O Brasil é um Titanic negreiro: insensível aos porões e aos icebergs”. (l. 5-6) A relação de sentido que os dois pontos estabelecem, ligando as duas partes, visa a introduzir uma: 

a)

ideia de alternância entre as duas partes da frase. 

b)

ideia que se opõe àquela dada anteriormente. 

c)

adição ao que foi sugerido na primeira parte da frase.

d)

conclusão acerca do que foi mencionado antes.

e)

explicação para a visão assumida na primeira parte da frase.

4 -

“A economia brasileira [...], em plena democracia, não é comprometida com a abolição.” (l. 15-18). Nos dicionários, a palavra “abolição” assume o sentido de extinção, de supressão. No texto, essa palavra alarga seu sentido e ganha o valor de:

a)

exclusão.

b)

legitimação.

c)

regulamentação. 

d)

inclusão.

e)

abonação.

Texto II

	     CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA OAB/RJ ESTÃO
		  VIOLANDO REGRAS DE PROPAGANDA

	      Campanha das duas chapas causa
	     poluição visual em várias cidades
      
        	Os dois principais candidatos à presidência da Ordem
        dos Advogados do Brasil (OAB), seção Rio de Janeiro,
        estão violando as regras de propaganda eleitoral
        em vigor. Ambos vêm promovendo poluição visual,
5       instalando faixas e cartazes irregularmente em várias
        áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.
        	O material pode ser visto preso em passarelas,
        fincado nos jardins do Aterro do Flamengo, em vários
        pontos da orla marítima e na esquina das Avenidas
10      Rio Branco e Almirante Barroso, entre outros
        locais. [...]
        	O próprio presidente da Comissão eleitoral da
        OAB/RJ disse ontem que a propaganda tem que ser
        móvel:
15      	– Faixas e cartazes são permitidos desde que
        estejam sendo segurados por pessoas. Esse material
        não pode ser fixo – disse ele [...]

O Globo. 11 nov. 09. (Adaptado)

5 -

Analise as afirmações a seguir.

Há uma inadequação quanto à concordância nominal em relação ao termo “seguradas”, no último parágrafo do texto.

PORQUE

O termo com valor de adjetivo, posposto, quando se refere a substantivos de gêneros diferentes, deve concordar ou no masculino ou com o mais próximo, portanto a concordância adequada seria segurados.

A esse respeito conclui-se que: 

(Questão anulada)
a)

as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.

b)

as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 

c)

a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. 

d)

a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.

e)

as duas afirmações são falsas.

6 -

“Ambos vêm promovendo poluição visual, instalando faixas e cartazes irregularmente em várias áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.” (l. 4-6).

A segunda oração do período pode ser substituída, sem a alteração de sentido, por Ambos vêm promovendo poluição visual...:

a)

caso instalem faixas e cartazes irregularmente em várias áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.

b)

uma vez que instalam faixas e cartazes irregularmente em várias áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.

c)

logo instalam faixas e cartazes irregularmente em várias áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.

d)

entretanto instalam faixas e cartazes irregularmente em várias áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.

e)

ainda que instalem faixas e cartazes irregularmente em várias áreas do Rio de Janeiro e em outras cidades do estado.

Texto III


        O veneno é um furo na teoria da evolução. De
        acordo com o darwinismo clássico os bichos desen-
        volvem, por seleção natural, as características que ga-
        rantem a sua sobrevivência. Adquirem seus mecanis-
5       mos de defesa e ataque num longo processo em que
        o acaso tem papel importante: a arma ou o disfarce
        que o salva dos seus predadores ou facilita o assédio
        a suas presas é reproduzido na sua descendência, ou
        na descendência dos que sobrevivem, e lentamente
10      incorporado à espécie. Mas a teoria darwiniana de pro-
        gressivo aparelhamento das espécies para a sobrevi-
        vência não explica o veneno. O veneno não evoluiu.
        O veneno esteve sempre lá.
        Nenhum bicho venenoso pode alegar que a luta
15      pela vida o fez assim. Que ele foi ficando venenoso
        com o tempo, que só descobriu que sua picada era
        tóxica por acidente, que nunca pensou etc. O veneno
        sugere que existe, sim, o mal-intencionado nato. O ruim
        desde o princípio. E o que vale para serpentes vale
20      para o ser humano. Sem querer entrar na velha dis-
        cussão sobre o valor relativo da genética e da cultura
        na formação da personalidade, o fato é que não dá
        para evitar a constatação de que há pessoas veneno-
        sas, naturalmente venenosas, assim como há pesso-
        as desafinadas.
25      A comparação não é descabida. Acredito que a
        mente é um produto cultural, e que descontadas coi-
        sas inexplicáveis como um gosto congênito por cou-
        ve-flor ou pelo “Bolero” de Ravel, somos todos dota-
30      dos de basicamente o mesmo material cefálico, pron-
        to para ser moldado pelas nossas circunstâncias. Mas
        então como é que ninguém aprende a ser afinado?
        Quem é desafinado não tem remédio. Nasce e está
        condenado a morrer desafinado. No peito de um de-
35      safinado também bate um coração, certo, e o desafi-
        nado não tem culpa de ser um desafio às teses psico-
        lógicas mais simpáticas. Mas é. Matemática se apren-
        de, até alemão se aprende, mas desafinado nunca fica
        afinado. Como venenoso é de nascença.
40      O que explica não apenas o crime patológico como
        as pequenas vilanias que nos cercam. A pura malda-
        de inerente a tanto que se vê, ouve ou lê por aí. O
        insulto gratuito, a mentira infamante, a busca da noto-
        riedade pela ofensa aos outros. Ressentimento ou
45      amargura são características humanas adquiridas,
        compreensíveis, que explicam muito disto. Pura mal-
        dade, só o veneno explica.

VERISSIMO, Luis Fernando. O Globo. 24 fev. 05.

7 -

A crônica se inicia negando a tese da “Teoria da Evolução”. Essa estratégia tem como objetivo:

a)

atrair a atenção do leitor, pois apresenta sua tese logo no começo.

b)

contrastar de maneira lúdica o início do texto e o seu final.

c)

ironizar a postura do cientista britânico em suas pesquisas. 

d)

apresentar o argumento de outrem para contestar em seguida.

e)

revelar outras tendências sobre o assunto “teoria da evolução”.

8 -

“Nenhum bicho venenoso pode alegar que a luta pela vida o fez assim. Que ele foi ficando venenoso com o tempo, que só descobriu que sua picada era tóxica por acidente, que nunca pensou etc.” (l. 14-17).

No trecho, o cronista faz uso do termo “que”, repetidamente.A passagem na qual o termo “que” apresenta a mesma classificação gramatical daquela desempenhada no trecho destacado é:

a)

“as características que garantem a sua sobrevivência”. (l. 3-4)

b)

“a arma ou o disfarce que o salva dos seus predadores”. (l. 6-7) 

c)

“E o que vale para serpentes vale para o ser humano”. (l. 19-20)

d)

“o fato é que não dá para evitar a constatação”. (l. 22-23) 

e)

“A pura maldade inerente a tanto que se vê”. (l. 41-42)

9 -

“Ressentimento ou amargura são características humanas adquiridas, compreensíveis, que explicam muito disto. Pura maldade, só o veneno explica.” O final da crônica evidencia atitude de 

a)

desprezo.

b)

denúncia.

c)

conivência.

d)

curiosidade.

e)

ironia

10 -

Na tira, observa-se um desvio no emprego da norma culta da Língua Portuguesa. Com base no entendimento da mensagem e considerando o último quadrinho, o uso de tal variação pode ser explicado pelo fato de:

a)

criticar o emprego excessivo de línguas estrangeiras no Brasil. 

b)

abolir uma marca da oralidade na escrita.

c)

ironizar a forma como os brasileiros utilizam a Língua Portuguesa. 

d)

exemplificar como a língua falada se diferencia da língua escrita.

e)

valorizar o idioma nacional por meio do status da Língua Estrangeira.

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