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Informações da Prova Questões por Disciplina SEFAZ - Secretaria de Estado de Fazenda - São Paulo - Agente Fiscal de Rendas - Gestão Tributária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva 1 - Conhecimentos Gerais

Compreensão e Interpretação de Textos

Escravidão e cidadania

1                                 No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro visconde, depois marquês de São Vicente, que
                      realizasse estudos preliminares e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos. O trabalho de
                      Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto
                      de lei sobre emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta Bueno concluiu a tarefa em janeiro de
5                      1866. Todavia, as dificuldades da guerra com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
                      Olinda -escravocrata raivoso e empedernido -, fizeram com que o assunto fosse engavetado por alguns meses. Em meados de
                      1866, o interesse do imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo alento com a correspondência
                      enviada por uma prestigiosa sociedade abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe que usasse o
                      seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que
10                    o novo gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto para promover a causa. A emancipação no
                      Brasil parecia coisa decidida, sendo apenas questão de forma e oportunidade.
                                  A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes proprietários. Foi, na verdade, a moldura
                      para os debates sobre o trabalho de Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril de 1867. Os
                      conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da
15                    emancipação, ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que esta fosse de encontro às suas
                      convicções mais íntimas. O resultado dessa tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação, por parte
                      da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a concordar com o imperador em que a emancipação era questão
                      decidida, ao mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o assunto.

(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871. Machado

de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139 e 140)

1 -

Compreende-se corretamente do texto:

(Questão anulada)
a)

O modo como são citados os títulos de nobreza de José Antônio Pimenta Bueno produz a necessária inferência de que ele se tornou marquês como recompensa, por ocasião da realização satisfatória da tarefa que lhe foi imposta por d. Pedro II.

b)

Ainda que existissem estudos preliminares sobre a emancipação dos escravos no Brasil, o imperador d. Pedro II somente mostrou interesse sobre o assunto quando, em 1866, se viu instado, por organização abolicionista francesa, a agir.

c)

O emprego da forma verbal seria (linha 3) evidencia que a discussão do trabalho de Pimenta Bueno constituiu hipótese não realizada, em decorrência da manobra feita para impedir o andamento das discussões sobre o tema da escravidão.

d)

O atraso de meses na apresentação do tema da emancipação dos escravos ao Conselho de Estado foi determinado por problemas na esfera internacional, que acarretaram resistências internas por parte de pessoas influentes.

e)

O Comité pour l'Abolition de l'Esclavage configurou-se importante instrumento de pressão política ao incitar tomada de posição do Brasil a favor da abolição da escravatura.

2 -

A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo apenas questão de forma e oportunidade.

O comentário acima, em seu contexto, legitima o seguinte entendimento:

a)

De modo falacioso, desejava-se mostrar que a emancipação dos escravos no Brasil já era uma realidade, pois se tratava unicamente de forma e oportunidade.

b)

Tinha-se a impressão de que, no Brasil, a emancipação dos escravos estava firmada, bastando que se encontrassem o modo e a ocasião propícios para realizar-se efetivamente.

c)

Decidiu-se veicular a imagem de um Brasil emancipado, pois a emancipação dos escravos era tão somente um problema de formulação e de oportunidade a ser aproveitada.

d)

Parecia que no Brasil a emancipação não precisava mais ser discutida, pois havia sido decidido que era apenas uma questão formal e oportunista.

e)

Sendo mero problema formal, ainda que oportuno, a emancipação no Brasil parecia coisa definitivamente concluída.

3 -

A resposta aos abolicionistas franceses

a)

causou mal-estar entre políticos e proprietários por ter sido elaborada e assinada por um único ministro, sem prévia participação aos seus pares e sem que, até então, tivesse havido qualquer movimento em direção à emancipação.

b)

encobria seu verdadeiro propósito, determinado pelo imperador: ser, efetivamente, o estopim de um debate amplo e irrestrito sobre a questão abolicionista no Brasil.

c)

produziu, da parte dos conselheiros do Brasil Imperial, em virtude do choque de interesses instituído, o curioso espetáculo de um país em que se condenava a escravidão, mas em que quase ninguém queria dar um passo para viver sem ela.

d)

acarretou uma retórica oficial que condenava a defesa dos interesses dos proprietários de escravos, postos estes em situação delicada de defender aberta e aguerridamente perante a nação a permanência do regime escravocrata.

e)

desnudou ao mundo que o Brasil tornara-se o último baluarte da escravidão no Ocidente, estando disposto a tudo fazer para manter-se nessa posição.

Significação das Palavras
4 -

Preservado o contexto, está correta a seguinte compreensão de segmento do texto:

a)

moldura para os debates / arremate das altercações.

b)

argumentos sibilinos / provas irrefutáveis.

c)

recebeu novo alento / foi agraciado com mais um importante reconhecimento.

d)

fosse de encontro às suas convicções mais íntimas / corroborasse suas crenças basilares.

e)

raivoso e empedernido / colérico e renitente.

Ortografia e Semântica
5 -

Considere as seguintes afirmações:

I. Embora tenham significados distintos, as palavras futuro (linha 1) e então (linha 13) remetem a um mesmo período da vida de Pimenta Bueno.

II. A depender da articulação entre o termo destacado em o seu poder e influência (linhas 8 e 9) e outras partes da frase, são possíveis duas leituras.

III. Está correta a grafia da palavra destacada em sessões do Conselho de Estado pleno (linha 3), assim como o está a destacada em “"Você encontrará os dados na segunda secção do primeiro capítulo"”.

Está correto o que se afirma em

a)

I, II e III.

b)

I, apenas.

c)

I e II, apenas.

d)

I e III, apenas.

e)

II e III, apenas.

Gramática e Semântica
6 -

Considerado o segundo parágrafo, é legítimo o seguinte comentário:

a)

(linha 12) Em A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes proprietários , a substituição do segmento destacado por "surpreendeu a eles, políticos e grandes proprietários" preserva a correção original.

b)

(linhas 14 e 15) O segmento Confrontados com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação não admite outro entendimento que não seja o de expressar ideia de tempo.

c)

(linhas 14 e 15) Em Confrontados com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação , a substituição do segmento destacado por "emancipatório" preserva a correção e o sentido originais.

d)

(linha 15) O verbo opor, presente no texto, estaria corretamente empregado na frase "Se o líder da oposição se oposse à proposta, ela nem chegaria a ser discutida no senado".

e)

(linhas 16 a 18) Outra redação para foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, igualmente clara e correta, é: "foi a formulação da maioria dos conselheiros de argumentos sibilinos afim de concordar com o imperador que a emancipação era questão decidida".

Compreensão e Interpretação de Textos

Desespero de causa

1                                         As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato isolado de desespero. Em dezembro de
                 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica em seu país,
                 onde o desemprego afligia um quarto da população.
                                          Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas para eventos sociais. São ainda menos
5                consistentes as tentativas de atribuir um motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
                 atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
                                          Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem tunisiano surgiu após os violentos
                 achaques da polícia, aos quais ele era submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
                                          Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se naquele momento, e seria incerto transferir esse
10               quadro específico para os países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares de desemprego, e ainda
                 mais elevados entre os jovens.
                                          O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos equivalentes, no plano individual, aos que
                 se abateram sobre o ambulante da Tunísia.
                 [...]
15                                        Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim amenizada por décadas de progresso social, o
                 que se abate sobre largas parcelas da população nos países desenvolvidos.
                                          A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma sensação psicológica em que o indivíduo
                 se vê como que dispensado de prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a esfera política só
                 aparentemente se acha em condições de administrar.
20                                        Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha, Grécia e Portugal, caso ali persistam os
                 atuais índices de desemprego. É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de aflições.

(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

7 -

O texto confirma que o editorialista tem a seguinte convicção:

a)

Ainda que, no caso da Primavera Árabe, a revolta social tenha sido deflagrada por um ato individual, envolto em conjunção de vários fatores, movimentos sociais reivindicatórios são decorrência direta de cenário econômico desfavorável à população.

b)

A história particular e o perfil psicológico de um indivíduo, que determinam reações únicas e complexas a fatores externos de variada ordem, são os elementos fundantes de mobilizações sociais por melhores condições de vida.

c)

O desenvolvimento favorável dos países avançados no que se refere aos direitos dos cidadãos, desenvolvimento que cria auspiciosas expectativas de vida e veda inquietações, é a razão pela qual prever uma "Primavera Europeia" é exagero.

d)

Dirigentes da Espanha, Grécia e Portugal não têm sido aptos a neutralizar o desalento de suas populações, incapazes que eles estão de adequadamente gerir a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar dos indivíduos.

e)

O mecanismo impessoal e cego da esfera política gera o desemprego estrutural visível nos países árabes e europeus, crise que leva a juventude mais exaltada a desistir da vida, o que acarretaria altos índices globais de suicídio.

8 -

Considere o que se afirma sobre o título do editorial.

I. Embora sem prejuízo da compreensão, constitui um deslize, pois o padrão culto escrito preconiza a forma única "em desespero de causa".

II. Constitui um juízo de valor.

III. Caracteriza um último recurso, após todas as tentativas possíveis.

IV. Expressa interpretação da realidade, interpretação realizada com a neutralidade inerente ao jornalismo.

Está correto o que se afirma APENAS em

a)

I e III.

b)

II e III.

c)

I e IV.

d)

III e IV.

e)

I e II.

Reescritura de texto
9 -

Unidades do texto, abaixo identificadas, tiveram redação alterada. A única transformação que, no contexto, preserva a correção - segundo o padrão culto escrito - e manifesta equivalência com o sentido original é:

a)

(linha 4) Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas para eventos sociais /Sabendo-se que tendem ao simplismo as explicações puramente econômicas para eventos sociais.

b)

(linhas 5 e 6) como as que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo / tais que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.

c)

(linha 8) aos quais ele era submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença / a cuja brutal intimidação e roubos ele era submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.

d)

(linha 10) onde a crise tem determinado índices similares de desemprego / no qual a crise vem determinando índices similares de desemprego.

e)

(linhas 12 e 13) O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da Tunísia / Pois o desespero não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da Tunísia.

Gramática e Semântica
10 -

Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha, Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de aflições.

Considerado o trecho acima transcrito, é correto afirmar:

a)

O verbo "prever" está empregado em conformidade com o padrão culto escrito, como o está o verbo "rever" na frase "A diretoria espera que o departamento revê a prestação de contas apresentada ontem".

b)

A formulação "São inegáveis as ações, poucas entretanto, que têm sido levadas a efeito para dissipar tamanho surto de aflições" mantém a direção argumentativa da frase original.

c)

Se em vez da palavra caso fosse empregada a palavra "se", a substituição de persistam por "persistirem" preservaria o sentido e a correção originais.

d)

A substituição de Talvez seja exagero por "Talvez seja escessivo" preserva a correção da frase original.

e)

Se, na frase É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de aflições, tivesse sido empregada a forma "que pouco se fez" não haveria perda de nenhum traço de sentido.

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