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Informações da Prova Questões por Disciplina Assembleia Legislativa - Rio Grande do Norte - Técnico Legislativo - Programador - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva

Compreensão e Interpretação de Textos

J6 aliás

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

É comum se discutir que mudanças a internet trouxe para as relações humanas. Como é este mundo pós-pós-moderno, diferente de tudo que antes existiu? Uma imagem ilustra o que uns chamam de perplexidade, uma imagem frequente, hilariante – e banal: cinco ou seis pessoas juntas, mas cada uma mergulhada em seu laptop ou celular. Parecem ser um grupo, só que não o são, cada uma fechada em seu mundo virtual.

Mas isso é mesmo uma novidade? Porque o distanciamento de quem fisicamente está próximo é um tema antigo na filosofia. Ele remonta pelo menos a Platão, no século V antes de Cristo.

Em seu diálogo Fedro, o filósofo grego conta que o ministro Tot apresentou ao faraó Tamus uma série de invenções. A escrita, disse Tot, permitiria guardar a memória do passado e transmitir mensagens a distância, superando as barreiras do tempo e do espaço. Mas o faraó a condena: ela permite a mentira, a falsidade. Assim, desde a Antiguidade, se valoriza a presença e se desconfia da ausência, da distância, da representação. Representar é tornar presente o ausente, é fazer que o morto ou o longínquo esteja conosco; o problema é que assim é fácil falsificá-lo. É o que dirá outro filósofo, Rousseau, no século XVIII: quando você fala com alguém na sua frente, os gestos e o olhar enriquecem a comunicação; já um texto escrito pode ser manipulado à vontade.

Ora, quais invenções aumentam a representação, substituindo a presença, o olho a olho, pela distância, falsidade ou manipulação? Primeiro, a escrita; depois, a imprensa; em nossos dias, a internet. Mas imprensa e internet não nasceram do nada. Cada uma potencializou o que já existia. Cada uma amplia as possibilidades da comunicação a distância. Com isso, cada uma castiga a presença. Essa se torna dispensável, inferior, secundária. O avanço da amizade on-line que, muitas vezes, quando vamos conferir, é falsa (as pessoas são mais feias ou mais pobres do que se disseram), desvaloriza a amizade presencial.

(Renato Janine Ribeiro. O Estado de S. Paulo,  J6 aliás, 3 de fevereiro de 2013, com adaptações)

1 -

De acordo com o texto,

a)

o distanciamento nas relações humanas, favorecido pelo desenvolvimento tecnológico, especialmente pela internet, reativou antigas reflexões sobre as possibilidades da comunicação a distância.

b)

as inovações tecnológicas que permitiram ampliar a comunicação, até mesmo a distância, despertam atualmente novas teorias a respeito da veracidade nas relações humanas.

c)

alguns filósofos, tanto na Grécia quanto na época moderna, discutiram temas associados ao relacionamento humano, ainda que esse relacionamento se mostrasse superficial e distante.

d)

a comunicação a distância entre diversos povos da antiguidade clássica foi valorizada por Platão em seus diálogos, como registro fiel dos fatos.

e)

a possibilidade de comunicação a distância surgida na antiguidade permitiu registrar e conservar a memória do passado de certos povos, como meio mais valioso de manutenção de suas tradições.

2 -

No 3.º parágrafo, o autor

a)

condena o uso indevido da escrita, até mesmo entre povos antigos, já que ela permite desacertos nas relações humanas, por falsear a verdade dos fatos.

b)

exemplifica a situação referida no 1 parágrafo, a respeito das inovações trazidas pelo uso da internet às relações humanas na atualidade.

c)

vem confirmar, com um exemplo da antiguidade, as dificuldades de relacionamento desencadeadas pelo desenvolvimento tecnológico.

d)

defende o surgimento da escrita, pois por meio dela se ampliam as possibilidades de relações, mesmo entre pessoas geograficamente distantes.

e)

responde negativamente à questão apresentada no parágrafo anterior, referindo-se ao que consta de uma obra do século V antes de Cristo.

Estruturas Linguísticas
3 -

Mas o faraó a condena: ela permite a mentira, a falsidade.

O segmento introduzido pelos dois-pontos deve ser entendido como

a)

aceitação, pelo faraó, das observações apresentadas pelo ministro.

b)

consequência das informações apresentadas pelo ministro ao faraó.

c)

condição que permite a condenação da novidade referida pelo ministro.

d)

causa que justifica a atitude de condenação do faraó.

e)

finalidade da comunicação a distância demonstrada pelo ministro.

4 -

(as pessoas são mais feias ou mais pobres do que se disseram)

O segmento isolado pelos parênteses no final do texto deve ser interpretado como

a)

observação de que contatos virtuais favorecem o estabelecimento de relações pessoais duradouras.

b)

constatação de que o uso da internet ampliou consideravelmente as possibilidades de comunicação entre as pessoas.

c)

enumeração de situações secundárias que possam surgir em relacionamentos virtuais.

d)

razão que invalida qualquer tentativa de se estabelecerem verdadeiros vínculos afetivos pela internet.

e)

argumento que vem justificar uma eventual falsidade nos relacionamentos pela internet.

5 -

Ele remonta pelo menos a Platão, no século V antes de Cristo.

A relação entre verbo e complemento, grifados acima, se reproduz na frase:

a)

Mas isso é mesmo uma novidade?

b)

... quais invenções aumentam a representação...

c)

... quando você fala com alguém na sua frente...

d)

... que o morto ou o longínquo esteja conosco...

e)

O avanço da amizade on-line (...) desvaloriza a amizade presencial.

Vozes do Verbo
6 -

... os gestos e o olhar enriquecem a comunicação...

Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passará a ser

a)

deveriam ser enriquecidos.

b)

estava sendo enriquecida.

c)

foram enriquecidos.

d)

tinha enriquecido.

e)

é enriquecida.

Reescritura de texto
7 -

Mas imprensa e internet não nasceram do nada. Cada uma potencializou o que já existia. Cada uma amplia as possibilidades da comunicação a distância. Com isso, cada uma castiga a presença. Essa se torna dispensável, inferior, secundária.

As afirmativas acima estão organizadas em um único período, com clareza, correção e lógica, respeitando-se o sentido original, em:

a)

Não nascendo do nada, imprensa e internet; cada uma potencializou o que já existia e vem ampliando as possibilidades da comunicação a distância, que cada uma castiga a presença, e vem hoje se tornando dispensável, inferior, secundária.

b)

Imprensa e internet, no entanto, não nasceram do nada, tendo em vista que cada uma potencializou o que já existia e, hoje, amplia as possibilidades da comunicação a distância; dessa forma, cada uma castiga a presença, que se torna dispensável, inferior, secundária.

c)

Como imprensa e internet não nasceram do nada, potencializaram, cada uma, o que já existia e ampliam as possibilidades da comunicação a distância; que, com isso, cada uma castiga a presença, que, no entanto, se torna dispensável, inferior, secundária.

d)

Embora como imprensa e internet não nasceram do nada, visto que cada uma potencializou o que já existia e cada uma amplia as possibilidades da comunicação a distância; castigando a presença, tornando- a dispensável, inferior, secundária.

e)

Como embora imprensa e internet não nasceram do nada; potencializando o que já existia e, assim hoje, cada uma amplia as possibilidades da comunicação a distância; e com isso, castigando a presença tornando dispensável, inferior, secundária.

Compreensão e Interpretação de Textos

Scientific American Brasil - Antropologia 2

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

São abundantes na natureza os exemplos de comportamento altruísta. As células se coordenam para manter sua divisão sob controle, formigas operárias de muitas espécies sacrificam sua fecundidade para servir à rainha e à colônia, leoas de um grupo amamentam os filhotes umas das outras. E os humanos ajudam outros humanos a fazer tudo, desde obter alimentos até encontrar pares e defender território. Mesmo que os auxiliadores não coloquem sua vida em risco, eles podem estar reduzindo seu sucesso reprodutivo em favor de outro indivíduo.

Ao longo de décadas biólogos discutiram a cooperação, esforçando-se para compreendê-la à luz da visão dominante da evolução. Charles Darwin, ao expor sua teoria sobre a evolução pela seleção natural – segundo a qual indivíduos com caracteres desejáveis se reproduzem com mais frequência do que seus pares e assim contribuem mais para a próxima geração – chamou essa competição de “a mais severa luta pela vida”. Alçado a sua lógica extrema, o argumento rapidamente leva à conclusão de que não se deve nunca ajudar a um rival e que um indivíduo pode, de fato, fazer bem ao mentir e enganar para vencer uma disputa. Vencer o jogo da vida – por bem ou por mal – é tudo o que importa.

Por que, então, o comportamento altruísta é um fenômeno tão persistente? Nas duas últimas décadas venho usando as ferramentas da teoria dos jogos para estudar esse aparente paradoxo. Meu trabalho indica que, em vez de se opor à competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o início para dar forma à evolução da vida na Terra, desde as primeiras células até o homo sapiens. A vida é, portanto, não apenas uma luta pela sobrevivência - é também, pode-se dizer, uma união pela sobrevivência. Em nenhum outro caso a influência evolutiva do altruísmo foi mais sentida do que entre os humanos. Minhas descobertas sugerem por que isso acontece e salientam que, assim como ajudar o outro foi fundamental para nosso sucesso no passado, deverá ser vital também para nosso futuro.

Simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável; períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva. Mesmo assim o espírito altruísta parece sempre se reconstituir; nossa bússola moral de alguma forma se reorienta.

(Adaptado de: Martin A. Nowak. Scientific American Brasil. Antropologia 2, junho/julho de 2013. p. 30-33)

8 -

Conclui-se corretamente do texto que

a)

a teoria dos jogos, proposta pelo autor do texto, leva à constatação de que a espécie humana sobreviveu em razão das disputas constantes entre os componentes dos grupos sociais.

b)

o instinto de sobrevivência justifica, na sociedade atual, comportamentos antiéticos no sentido de que os mais capacitados obtenham vantagens reprodutivas.

c)

diversas espécies animais dão exemplo de cooperação para a manutenção das colônias, ao contrário da espécie humana, em que se observa luta acirrada pela sobrevivência.

d)

a cooperação entre os humanos que, ao longo da história, foi fundamental para a sobrevivência da espécie, deverá, também, garantir seu futuro no planeta.

e)

o comportamento altruísta, aparentemente necessário para a sobrevivência de um grupo, parece impedir, por vezes, que alguns indivíduos se reproduzam, prejudicando a evolução genética desse grupo.

9 -

... esse aparente paradoxo. (3.º parágrafo)

O paradoxo a que o autor se refere diz respeito

a)

à instabilidade entre períodos marcados por cooperação que dão lugar a comportamentos destrutivos.

b)

às teorias evolucionistas, que desconsideram o comportamento ético na sociedade atual.

c)

à necessidade imposta no mundo moderno de vencer sempre, independentemente dos métodos adotados.

d)

à comparação entre o comportamento de certos grupos animais e aquele observado entre os humanos.

e)

à persistência do altruísmo entre os humanos e à necessária luta pela sobrevivência.

10 -

Com base na argumentação a respeito da afirmativa de Charles Darwin como “a mais severa luta pela vida” (2.º parágrafo), é correto afirmar que o autor do texto

a)

aceita plenamente o raciocínio de Darwin, em que o espírito competitivo sempre predominou na sociedade, elemento que permitiu a evolução da espécie humana.

b)

desenvolve um raciocínio em que leva ao extremo as consequências dessa afirmativa, apontando, porém, direcionamento moral nos rumos da sociedade.

c)

abandona os resultados obtidos pela teoria evolucionista, pelo fato de Darwin ter defendido um comportamento antiético em nome da sobrevivência do grupo.

d)

discorda do cientista citado, e afirma que a sobrevivência humana no planeta transcorreu pelas leis da seleção natural, sem interferência de regras morais.

e)

apresenta posicionamento divergente do de Darwin, por não aceitar a teoria da evolução das espécies, restringindo-a à sobrevivência dos humanos.

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