Polícia Civil - Piauí - Delegado de Polícia - UESPI (Universidade Estadual do Piauí) - 2014 - Prova Objetiva
Ordem ou Barbárie
O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. Desde sua criação (ou surgimento, dependendo do ponto de vista), o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal.
Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade, como consequência da pobreza, da falta de oportunidades: o homem fruto de seu meio. Sem poder fazer as próprias escolhas, destituído de livre-arbítrio, o indivíduo seria condenado por sua origem humilde à condição de bandido. Mas acaso a virtude é monopólio de ricos e remediados? Creio que não.
Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu, o poder de compra está em alta, o desemprego praticamente desapareceu... Mas, se a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? Criminalidade e pobreza não andam necessariamente de mãos dadas.
Na semana passada, a violência (ou a falta de segurança) voltou ao centro dos debates. O flagrante de um jovem criminoso nu, preso a um poste por um grupo de justiceiros deu início a um turbilhão de comentários polêmicos. Em meu espaço de opinião no jornal "SBT Brasil", afirmei compreender (e não aceitar, que fique bem claro!) a atitude desesperada dos justiceiros do Rio.
(...)
Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de bandidos. (...) Estamos entre os 20 países mais violentos do planeta. E, apesar das estatísticas, em matéria de ações de segurança pública, estamos praticamente inertes e, pior: na contramão do bom senso!
(...)
No Brasil de valores esquizofrênicos, pode-se matar um cidadão e sair impune. Mas a lei não perdoa quem destrói um ninho de papagaio. É cadeia na certa!
(...)
Quando falta sensatez ao Estado é que ganham força outros paradoxos. Como jovens acuados pela violência que tomam para si o papel da polícia e o dever da Justiça. Um péssimo sinal de descontrole social. É na ausência de ordem que a barbárie se torna lei.
(Rachel Sheherazade - jornal Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2014)
A frase do texto que, de forma mais completa e adequada, resume o ponto de vista defendido pela autora, sobre o tema discutido, é
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a)
O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. |
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b)
O homem fruto de seu meio. |
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c)
É na ausência de ordem que a barbárie se torna lei. |
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d)
Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu. |
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e)
No Brasil de valores esquizofrênicos, pode-se matar um cidadão e sair impune. |
Quando falamos ou escrevemos, é comum explicitarmos com palavras, frases, expressões, o nosso posicionamento quanto àquilo que desejamos transmitir aos nossos interlocutores. No texto acima, a subjetividade da autora sobre o assunto tratado é verificada em
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a)
o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal. |
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b)
Mas acaso a virtude é monopólio de ricos e remediados? Creio que não. |
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c)
Na semana passada, a violência (ou a falta de segurança) voltou ao centro dos debates. |
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d)
Estamos entre os 20 países mais violentos do planeta. |
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e)
pode-se matar um cidadão e sair impune. |
Em: Criminalidade e pobreza não andam necessariamente de mãos dadas., a palavra necessariamente poderia ser substituída, sem prejuízo para o sentido do que é dito por
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a)
possivelmente. |
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b)
totalmente. |
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c)
praticamente. |
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d)
obrigatoriamente. |
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e)
naturalmente. |
No texto, a autora sugere admitir
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a)
que a pobreza indiscutivelmente é o fator determinante para o desencadeamento da violência. |
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b)
que a violência só existe, em grande escala, em virtude de o homem estar dividido entre o bem e o mal. |
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c)
que não deve ser punido quem destrói um ninho de papagaio. |
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d)
que, no caso da atitude desesperada dos justiceiros do Rio, não haveria algo diferente a ser feito. |
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e)
que a violência de hoje e de sempre não pode ser justificada apenas pelo fato de o homem ser fruto de seu meio. |
Nas opções abaixo, aquela cuja palavra ou expressão destacada NÃO sugere ideia de tempo é
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a)
Desde sua criação (ou surgimento, dependendo do ponto de vista). |
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b)
Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade. |
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c)
Na semana passada, a violência (ou a falta de segurança) voltou ao centro dos debates. |
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d)
Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado. |
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e)
Quando falta sensatez ao Estado é que ganham força outros paradoxos. |
A opção em que o segmento destacado na palavra, do ponto de vista de sua forma, é o mesmo que se verifica em: na contramão do bom senso!, é
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a)
o desemprego praticamente desapareceu... |
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b)
como explicar que a criminalidade tenha crescido. |
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c)
Mas acaso a virtude é monopólio de ricos e remediados? |
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d)
como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? |
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e)
vulnerável à ação de bandidos. |
A palavra destacada em: deu início a um turbilhão de comentários polêmicos., presta-se a estabelecer algum atributo, qualificação àquela que a antecede. Uma relação diferente dessa é verificada na palavra em destaque, em
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a)
seria condenado por sua origem humilde à condição de bandido. |
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b)
Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu. |
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c)
a atitude desesperada dos justiceiros do Rio. |
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d)
Um péssimo sinal de descontrole social. |
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e)
Um péssimo sinal de descontrole social. |
No texto, verificamos sequências tais como: Na semana passada, a violência (ou a falta de segurança) voltou ao centro dos debates. Neste trecho, em especial, o segmento que se encontra entre parênteses sugere, textualmente
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a)
uma correção que fecha qualquer outra possibilidade de interpretação do que foi dito antes. |
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b)
uma retificação necessária à argumentação que se seguirá |
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c)
uma reformulação que denota controle da comunicação por parte do autor do texto. |
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d)
uma forma de ratificar o seu pensamento em favor de uma linha única de argumentação. |
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e)
uma forma de resumir todo um pensamento anterior e adequar o seu discurso ao contexto. |
A opção em que a palavra destacada encontra-se em sentido figurado ou conotativo é
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a)
se a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? |
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b)
o indivíduo seria condenado por sua origem humilde à condição de bandido. |
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c)
afirmei compreender (e não aceitar, que fique bem claro!) a atitude desesperada dos justiceiros do Rio. |
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d)
deu início a um turbilhão de comentários polêmicos. |
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e)
Criminalidade e pobreza não andam necessariamente de mãos dadas. |
Considerando os aspectos gramaticais, julgue as opções abaixo e assinale aquela que contém uma afirmação CORRETA.
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a)
Em: Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade, como consequência da pobreza, da falta de oportunidades: verifica-se uma incorreção relacionada à concordância gramatical em falta de oportunidades. |
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b)
Em: se a violência tem relação direta com a pobreza, a palavra destacada poderia, sem alteração de sentido, ser substituída pela expressão já que. |
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c)
Em: o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal, constatamos um uso incorreto da vírgula logo após a palavra instinto. |
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d)
Em: Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de bandidos., o uso do acento grave, indicador de crase, em à ação é facultativo. |
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e)
No trecho: como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro?, o segmento destacado confere ao contexto uma relação de causalidade. |