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Informações da Prova Questões por Disciplina TRE - Sergipe - Analista Judiciário - Administrativa - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2015

Língua Portuguesa

As palavras que nos exprimem

Há palavras estrangeiras absolutamente necessárias para nossa comunicação, como é o caso de termos técnicos ligados à computação ou de vocábulos cujo sentido muito específico na língua original torna muito difícil, ou quase impossível, encontrar tradução adequada.

Mas é um tanto ridículo o abuso pretensioso de palavras estrangeiras, como “off” em dez de desconto, ou “free” em vez de grátis. Nos programas de congressos, em vez de se ler “Intervalo para café” ou, mais simplesmente, “Cafezinho”, lê-se “coffee break”. Aqui, o ridículo pesa de um modo especial. Tomar um cafezinho é um hábito brasileiro, é um momento de sociabilidade. Antes dos “shopping centers” (eis aqui uma expressão estrangeira já integrada em nossa vida), havia no país incontáveis “cafés” de rua, pequenos estabelecimentos que eram pontos de conversa amiga.

Desde o século XIX o Brasil teve boa parte de sua economia sustentada pelo café, exportou café para o mundo, criaram-se muitos postos de trabalho, fortunas se fizeram, exportamos, exportamos, exportamos – e de repente ele volta para nós importado, com sotaque americano, como prova de prestígio: “coffee break”. É como se a matriz central devolvesse para a filial da periferia aquela banana importada que agora volta com selo de exportação para os que acham que em inglês tudo fica mais importante. Para aceitar aquilo que os estrangeiros possam ter de melhor não é preciso subestimar o que seja legitimamente nosso, e alimentar assim um tolo complexo de inferioridade.

(Adalberto Tolentino, inédito)

1 -

Quanto ao emprego de termos estrangeiros em nosso país, a posição do autor do texto consiste, resumidamente, em

a)

abolir toda e qualquer palavra ou expressão cujo sentido técnico esteja fora do alcance do brasileiro.

b)

discriminar esse uso, justificando em cada caso a razão pela qual devem ou não ser evitados.

c)

acatar esse uso, desde que a razão disso seja o fato de não haver expressão similar em nossa língua.

d)

tolerar essa prática, uma vez que ela já está arraigada no uso comum do falar brasileiro.

e)

acolher os vocábulos que constituírem uma espécie de apropriação de palavras do português.

2 -

Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1.º parágrafo, o autor sugere que sempre é possível encontrar numa determinada língua uma expressão cujo sentido seja equivalente ao de uma expressão de outra língua.

II. No 2.º parágrafo, o emprego da palavra cafezinho, no lugar da expressão "“coffee break", é apresentado como exemplo de uma forma de nacionalismo exacerbado e, até certo ponto, injustificável.

III. No 3.º parágrafo, a importância histórica do café em nossa economia e em nossa cultura é ressaltada pelo autor do texto para mostrar o ridículo do emprego da expressão “"coffee break".

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a)

I, II e III.

b)

I e II, apenas.

c)

II e III, apenas.

d)

I e III, apenas.

e)

III, apenas.

3 -

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de uma expressão em:

a)

cujo sentido muito específico na língua original (1.º parágrafo) = uma significação que torna criativa a língua de que proveio

b)

é um tanto ridículo o abuso pretensioso (2.º parágrafo) = é algo risível o uso indiscriminado e afetado

c)

pontos de conversa amiga (2.º parágrafo) = intervalos de tolerância recíproca

d)

a filial da periferia (3.º parágrafo) = a sucursal das vizinhanças

e)

não é preciso subestimar (3.º parágrafo) = não carece de se vangloriar

4 -

Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

a)

O autor não se revela que sua posição esteja inteiramente intolerante diante dos estrangeirismos, uma vez que chega a justificá-lo dependendo do que for o caso.

b)

Foi especialmente o emprego da expressão "coffee break" onde o autor se mostrou irritado, de vez que o uso de “cafezinho” seria inevitavelmente melhor.

c)

Conquanto mostre plena relutância ao se valerem de termos estrangeiros, o autor não o evita de fazer em casos específicos, tal como o dos tecnológicos.

d)

Ao aceitar o emprego de termos estrangeiros quando estes não tiverem tradução satisfatória, o autor mostra que não é um purista em defesa da língua portuguesa.

e)

O prestígio de que alguns acenam para o uso de palavras inglesas é visto como injustificável na ótica do autor do texto quando se refere a este linguajar.

5 -

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a)

Vincula-se ao nosso antigo complexo de povo colonizado hábitos como o que nos leva ao emprego indiscriminado de termos estrangeiros.

b)

Somente no caso de haverem razões plenamente justificáveis admite-se, na opinião do autor do texto, o uso de vocábulos estrangeiros.

c)

Constam nos programas de congressos acadêmicos, como se fosse natural, chamamento em inglês para o nosso brasileiríssimo cafezinho.

d)

O emprego de termos estrangeiros cujas acepções originais não têm tradução adequada conta com o respaldo do autor do texto.

e)

Aquilo que os estrangeiros parecem dizer melhor, com palavras mais apropriadas, quase sempre encontram perfeita tradução em nosso idioma.

6 -

Está plenamente adequado o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:

a)

Há vocábulos estrangeiros em cujo emprego se faz desnecessário, uma vez que nossa língua conta com termos de que o sentido traduz plenamente o daqueles.

b)

O abuso no emprego de estrangeirismos, ao qual o autor se bate, é um mal em cujo reconhecimento pouca gente é capaz.

c)

Nossas exportações de café, às quais tanto devemos, levaram a outros países um hábito cujo cultivo tornou-se parte de nossa identidade.

d)

Um hábito ridículo, do qual muita gente se curva, está no emprego abusivo de palavras estrangeiras, nas quais se atribui um prestígio maior.

e)

Há expressões estrangeiras, como “"shopping center”", onde o uso se justifica plenamente, uma vez que nomeiam realidades em que o estabelecimento se deu em outros países.

7 -

Está plenamente adequada a correlação entre os tempos e modos verbais na frase:

a)

A menos que sejam absolutamente indispensáveis, não se devia empregar palavras estrangeiras quando houver no vernáculo termos equivalentes.

b)

A menos que encontre forte justificativa, o emprego de palavras estrangeiras deve ser evitado, até porque é ridículo atribuir mecanicamente prestígio ao que vem de fora.

c)

Não fosse o café, nossa economia não terá se beneficiado com as volumosas exportações, e o nosso desenvolvimento social estaria ocorrendo em outro ritmo.

d)

Seria um tolo complexo de inferioridade a razão pela qual muitos de nós emprestássemos mais prestígio a termos estrangeiros do que aos que pertencessem ao nosso idioma.

e)

Muitos ainda julgam que a simplicidade de uma palavra como "“cafezinho"” não esteja à altura de eventos a que se pretendesse conferir grandeza e solenidade.

Memórias póstumas de Brás Cubas

	Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzia de
máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São bocejos
de enfado; podem servir de epígrafe a discursos sem assunto:
	Suporta-se com paciência a cólica do próximo.
		*
Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
	*
	Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da
carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.
	*
	Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.
	*
	Não se compreende que um botocudo fure o beiço para
enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é a de um
joalheiro.
	*
	Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair
das nuvens, que de um terceiro andar. 

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, capítulo CXIX)

8 -

Atente para as seguintes afirmações:

I. O texto de Machado de Assis constitui-se de frases avulsas, criadas pelo autor, e cada uma delas se apresenta com o aspecto característico de provérbios populares.

II. Numa das máximas, um cocheiro entende que o prazer advindo do uso de uma carruagem perderia muito caso esse uso deixasse de ser um privilégio de uns poucos.

III. A reflexão de um joalheiro, numa das máximas, leva a crer que ele condena o referido hábito dos botocudos porque ele é contra o uso vaidoso de adereços.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

a)

II e III.

b)

I e III.

c)

I e II.

d)

III.

e)

II.

9 -

Considerando-se aspectos construtivos do texto, é correto afirmar que

a)

máxima Suporta-se com paciência a cólica do próximo apresenta uma forma verbal na voz passiva.

b)

a máxima Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros constitui-se de duas orações com sujeitos distintos.

c)

em Matamos o tempo; o tempo nos enterra há ocorrência tanto da voz ativa como da voz passiva.

d)

em Não te irrites se te pagarem mal um benefício o termo benefício assume a função de sujeito.

e)

em antes cair das nuvens, que de um terceiro andar o termo sublinhado está indicando anterioridade.

10 -

Ocorre pontuação plenamente adequada na frase:

a)

Criador de frases ferinas, Machado de Assis aproveitou-se dessa qualidade para, num romance famoso, compor um capítulo unicamente com aforismos, sempre bem-humorados e argutos, entre os quais alguns que volta e meia são citados até hoje.

b)

Criador de frases ferinas Machado de Assis, aproveitou-se dessa qualidade, para num romance famoso compor um capítulo unicamente com aforismos, sempre bem-humorados e argutos, entre os quais, alguns que volta e meia são citados até hoje.

c)

Criador de frases ferinas, Machado de Assis, aproveitou- se dessa qualidade para num romance famoso compor um capítulo, unicamente com aforismos, sempre bem-humorados, e argutos entre os quais alguns que volta e meia são citados até hoje.

d)

Criador de frases ferinas, Machado de Assis aproveitou-se dessa qualidade, para num romance famoso, compor um capítulo, unicamente com aforismos sempre bem-humorados, e argutos, entre os quais alguns que volta e meia são citados até hoje.

e)

Criador de frases ferinas Machado de Assis aproveitou-se dessa qualidade, para num romance famoso compor um capítulo, unicamente com aforismos, sempre bem-humorados, e argutos entre os quais, alguns que volta e meia são citados até hoje.

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