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Informações da Prova Questões por Disciplina Defensoria Pública do Estado - Espírito Santo - Defensor Público Estadual - CESPE - UnB - 2009 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

A Democracia para Além do Estado de Direito

 

1      Pacifistas que se sentam na frente de bases militares,

        a fim de impedir que armamentos sejam deslocados,

        ecologistas que seguem navios cheios de lixo radioativo, a

4      fim de impedir que ele seja despejado no mar, Antígona que

        enterra seu irmão: em todos esses casos, o Estado de direito

        é quebrado em nome de um embate em torno da justiça.

7      No entanto, é graças a ações como essas que direitos

        são ampliados, que a noção de liberdade ganha novos

        matizes. Sem elas, certamente nossa situação de exclusão

10    social seria significativamente pior. Nesses momentos,

        encontramos o ponto de excesso da democracia em relação

        ao direito. Uma sociedade que tem medo desses momentos,

13    que não é mais capaz de compreendê-los, é uma sociedade

        que procura reduzir a política a um mero acordo referente

        às leis que atualmente temos e aos modos que atualmente

16    temos para mudá-las.

        No fundo, esta é uma sociedade que tem medo da

        política e que gostaria de substituí-la pela polícia. Pois a

19    violação política nada tem a ver com a tentativa de destruição

         física ou simbólica do outro, do opositor, como vemos na

         violência estatal contra setores descontentes da população ou

22    em golpes de Estado. Antes, ela é a força da urgência de

        exigências de justiça.

Vladimir Safatle. A democracia para além do Estado de direito? In: Revista Cult, n.º 137, jul./2009, ano 12 (com adaptações).

No que se refere à organização das ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o(s) item(ns) subsequente(s):

1 -

Os eventos citados nas orações iniciadas por "Pacifistas"(L.1), "ecologistas" (L.3) e "Antígona" (L.4) constituem argumentos que comprovam a tese do texto: a ampliação de direitos pode resultar da violação política.

Certa.
Errada.
2 -

Com o emprego do modo subjuntivo em "sejam" (L.2) e "seja" (L.4), o autor põe em dúvida os fatos expressos nas ações de deslocar e de despejar, respectivamente.

Certa.
Errada.
3 -

No texto, a expressão "Nesses momentos" (L.10) retoma o tempo de acontecimento de "ações como essas" (L.7).

Certa.
Errada.
Pontuação
4 -

Na linha 12, a vírgula empregada depois de "momentos" tem a função de marcar o início de uma inserção, de uma explicação adicional para a caracterização de "Uma sociedade".

Certa.
Errada.
Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação
5 -

Preservam-se as relações entre as ideias, bem como o respeito às regras gramaticais, ao se escrever os compreender, em lugar de "compreendê-los" (L.13), e as mudar, em lugar de "mudá-las" (L.16).

Certa.
Errada.
Compreensão e Interpretação de Textos
6 -

A presença da preposição a, nas expressões "às leis" e "aos modos", ambas na linha 15, mostra que são dois os complementos de "referente" (L.14) que caracterizam "acordo" (L.14).

Certa.
Errada.
Interpretação de Textos
7 -

Na organização da textualidade, o vocábulo "Antes" (L.22) tem valor temporal e indica que a ideia de ser "força da urgência de exigências de justiça" (L.22-23) antecede as ideias do período sintático anterior.

Certa.
Errada.
Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação

A Ética e o Intelectual no Século XXI

 

1      O pior poder coator, o poder mais bárbaro, aquele que

        infunde o terror mais extremo, é o poder imprevisível, sobre

        cujos procedimentos, reações e intervenções não é possível

4      formular qualquer antecipação racional.

        Compreende-se facilmente a tese: digamos que um

        monstro gigantesco habite nossa rua e o pequeno mundo em

7      que estamos confinados. Se esse Leviatã mantiver hábitos

        regulares, agindo, portanto, segundo formas de ação

        previsíveis, acabaremos por aprender a conviver com ele,

10    adaptando-nos a suas idiossincrasias e a seus padrões

        reativos. Aprenderemos, por exemplo, pela experiência

        reiterada, que só podemos caminhar pelo lado direito da rua,

13    nos dias pares. De início, faremos esforço para evitar

        confusões entre os dias pares e ímpares, confusões que

        poderão custar a vida sob as patas do Leviatã. Em

16    alguns anos, estaremos adaptados e acostumados à nova

        realidade. Em algumas gerações, as regras para caminhar

        sem riscos na rua serão parte da tradição cultural e do

19    processo de socialização das crianças, desde a mais tenra

        idade. Considere-se, agora, a hipótese contrária: Leviatã é

        imprevisível, suas ações não obedecem a qualquer lógica;

22    suas reações não seguem qualquer regra. A vida, na rua,

        tornar-se-á um caos; seus moradores não sairão de suas casas

        e, mesmo assim, sofrerão diariamente o horror mais radical.

25    Sair de casa significará risco extremo, e cada passo, na rua,

        será vivenciado como a aventura derradeira. Inviável tentar

        proteger-se com cálculos estratégicos e previsões racionais.

28    Nesse contexto, não há como aprender com a experiência,

        porque ela não se repete.

Luiz Eduardo Soares. A ética e o intelectual no século XXI. In: Ari Roitman. O desafio ético. São Paulo: Garamond, 2000, p. 69-71 (com adaptações).

A partir da organização das ideias no texto, julgue o(s) item(ns), com relação às estruturas linguísticas nele apresentadas:

8 -

As relações sintático-semânticas que o pronome "cujos" (L.3) estabelece no texto podem também ser estabelecidas pela expressão com que; por isso, a substituição daquele pronome por esta expressão preservaria a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto.

Certa.
Errada.
Concordância Nominal e Verbal
9 -

Enfatiza-se a argumentação ao se utilizar "antecipação racional" (L.4) no plural, antecipações racionais; mas, para que também seja preservada a correção gramatical, é obrigatório flexionar no plural "é" (L.3) escrevendo-se são, e "qualquer" (L.4), escrevendo-se quaisquer.

Certa.
Errada.
Interpretação de Textos
10 -

Depreende-se da leitura do texto que "a tese" (L.5) está proposta no período inicial e para ela conflui a argumentação do texto.

Certa.
Errada.

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