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Comentários / Prefeitura Municipal - São Paulo - SP - Auditor-Fiscal Tributário Municipal - Gestão Tributária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2012 - Prova 1


Colonialismo

                                 "Ocorreu em nossos países uma nova forma de colonialismo, com a imposição de uma cultura alheia à própria da
             região. Cumpre avaliar criticamente os elementos culturais alheios que se pretendam impor do exterior. O desenvolvimento
             corresponde a uma matriz endógena, gerada em nossas próprias sociedades, e que portanto não é possível importar.
             Precisamos levar sempre em conta os traços culturais que nos caracterizam, que hão de alimentar a busca de soluções
5          endógenas, que nem sempre têm por que coincidir com as do mundo altamente industrializado."
1

                                 O que há de extraordinário nessa citação? Nada, exceto a data. Ela não foi redigida no princípio do século XIX e sim no
             dia 29 de maio de 1993, exatamente um mês antes da redação deste artigo. Trata-se de um documento aprovado por vários
             intelectuais ibero-americanos, na Guatemala, como parte da preparação da III Conferência de Cúpula da região, a realizar-
             se em Salvador, na Bahia.

10                            Conhecemos bem essa linguagem no Brasil. É o discurso do nacionalismo cultural, que começou a ser balbuciado com
             os primeiros escritores nativistas, e desde a independência não cessou, passando por vários avatares, com tons e
             modulações diversas. Ao que parece, nada envelheceu nessas palavras. Quase todos os brasileiros se orgulhariam de repeti-
             las, como se elas fossem novas e matinais, como se fôssemos contemporâneos do grito do Ipiranga. Nesses 171 anos, o
             Brasil passou do Primeiro para o Segundo Reinado, da Monarquia para a República Velha, desta para o Estado Novo, deste
15        para a democracia, desta para a ditadura militar, e desta para uma nova fase de democratização. Passamos do regime servil

             para o trabalho livre ou quase. De país essencialmente agrário transitamos para a condição de país industrial, e sob alguns
             aspectos nos aproximamos da pós-modernidade. Só uma coisa não mudou: o nacionalismo cultural. Continuamos repetindo,
             ritualmente, que a cultura brasileira (ou latino-americana) deve desfazer-se dos modelos importados e voltar-se para sua
              própria tradição cultural.

1 Relato general de la "Cumbre Del pensamiento", Antígua-Guatemala, pp. 88 e ss.

(Adaptado de Sergio Paulo Rouanet. "Elogio do incesto". In: Mal-estar na modernidade: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 346-347)

Questão:

É correto afirmar:

Resposta errada
a)

(linha 12) O emprego de Quase impede que o leitor esclarecido atribua crédito à afirmação feita, dado o valor de dúvida que se insere na frase.

Resposta correta
b)

(linha 13) Na correlação estabelecida pelo duplo emprego de como, explicita-se que o autor considera a autonomia política da nação como marco de um início.

Resposta errada
c)

(linha 13) Ao mencionar como se fôssemos contemporâneos do grito do Ipiranga, o autor critica os que consideram os brasileiros um povo retrógrado.

Resposta errada
d)

(linha 13) Nesses 171 anos é abrangência temporal cujo balizamento se dá, em linha que vai do presente para o passado, a partir do ano em que ocorre o ato da leitura.

Resposta errada
e)

(linha 14) Se da Monarquia fosse substituído por desta, forma que se tem em outros trechos da sequência, o paralelismo no que se refere à forma de governo não seria prejudicado.

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