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Comentários / Tribunal de Justiça - Alagoas - Analista Judiciário - Análise de Sistemas - CESPE - UnB - 2012 - Prova Objetiva


A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte

1    É fato reconhecido que a semelhança ou mesmo a
   similitude perfeita entre pares de coisas não faz de uma a
   imitação da outra. As imitações contrastam com a realidade,
4  mas não posso usar na análise da imitação um dos termos que
   pretendo esclarecer. Dizer “isto não é real” certamente
   contribui para o prazer das pessoas com as representações
7  imitativas, de acordo com um admirável estudo de psicologia
   escrito por Aristóteles. “A visão de determinadas coisas nos
   causa angústia”, escreve Aristóteles na Poética, “mas
10 apreciamos olhar suas imitações mais perfeitas, sejam as
   formas de animais que desprezamos muito, sejam cadáveres”.
     Esse tipo de prazer pressupõe o conhecimento de que seu
13 objeto é uma imitação, ou, correlativamente, o conhecimento
   de que não é real. Há, portanto, uma dimensão cognitiva nessa
   forma de prazer, assim como em muitos outros prazeres,
16 inclusive os mais intensos.
     Suponho que o prazer de comer determinadas coisas
   pressupõe algumas crenças, como a de que elas são realmente
19 o que pensamos estar comendo, mas a comida pode se tornar
   um punhado de cinzas quando se descobre que isso não é
   verdade — que é carne de porco, para um judeu ortodoxo, ou
22 carne de vaca, para um hindu praticante, ou carne humana, para
   a maioria de nós (por mais que o sabor nos agrade). Não é
   preciso sentir a diferença para haver uma diferença, pois o
25 prazer de comer é geralmente mais complexo, pelo menos entre
   os seres humanos, do que o prazer de sentir o gosto. Saber que
   algo é diferente pode fazer diferença para o gosto que
28 sentimos. Se não o fizer, é que a diferença de gostos talvez não
   seja uma coisa que preocupe o bastante para que as respectivas
   crenças sejam um requisito do prazer.

Arthur C. Danto. A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte. Trad. Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 49-50 (com adaptações).

Questão:

No que se refere aos aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

Resposta errada
a)

O último período do primeiro parágrafo do texto poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Assim como em outros muitos prazeres inclusive os mais intensos, logo há uma dimensão cognitiva nessa forma de prazer.

Resposta errada
b)

A introdução de vírgula imediatamente antes de “"que pretendo esclarecer"” (L.4-5) não alteraria as relações sintático- semânticas do período.

Resposta correta
c)

O ponto final empregado imediatamente antes de "“Dizer"” (L.5) poderia ser corretamente substituído por dois-pontos, com a devida alteração no emprego de maiúsculas e minúsculas.

Resposta errada
d)

A correção gramatical do texto seria prejudicada se o trecho ‘'nos causa'’ (L.8-9) fosse substituído por causa-nos.

Resposta errada
e)

O pronome possessivo '‘suas'’ (L.10) refere-se às '‘formas de animais'’ (L.11).

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