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Comentários / Tribunal de Justiça - São Paulo - Escrevente Técnico Judiciário - Vunesp - 2015 - Prova Objetiva


Gentileza virou fraqueza

Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.

Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade.

Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.

Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificá­vel diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade.

(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em:

< http://www.istoe.com.br >. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)

Questão:

Observa-se que, no 1.º parágrafo, a autora emprega os pronomes te e você para se referir a um virtual leitor e, no 3.º parágrafo, emprega a expressão pacas (É preciso ser macho pacas).

Essas duas escolhas permitem inferir que ela

Resposta errada
a)

rejeita um linguajar jovem, embora formal, con­tando com a adesão dos leitores mais habituados a ler.

Resposta errada
b)

escreve para um público leitor de textos nas r edes sociais, razão pela qual é obrigada a dei­xar de lado a norma culta do português

Resposta errada
c)

evita atrair a atenção do público mais escolari­zado e menos exigente em relação à informali­dade da língua.

Resposta correta
d)

pode conseguir maior identificação com seu público leitor, optando por soluções de lingua­gem de feição mais informal.

Resposta errada
e)

despreza convenções da língua-padrão, por crer na inaptidão do leitor para compreender estruturas complexas.

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