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Informações da Prova Questões por Disciplina Ministério do Turismo - MTur - Agente Administrativo - Fundação Universa - 2010 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Inveja

1       Certa vez, um homem, extremamente invejoso de 

        seu vizinho, recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a 

        chance de realizar um desejo. “Você pode pedir o que quiser, 

4       desde que seu vizinho receba a mesma coisa, em dobro”, 

        sentenciou. O invejoso respondeu, então, que queria que ela 

        lhe arrancasse um olho. Moral da história: o prazer de ver o 

7       outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer vontade.  

        Assim como o ciúme é querer manter o que se tem e 

        a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é 

10     não querer que o outro tenha. O mais renegado dos sete 

        pecados capitais é uma emoção inerente à condição 

        humana, por mais difícil que seja confessá-la. Afinal, todo 

13     mundo, em algum momento da vida, já sentiu vontade de ser 

        como alguém. Há até um lugar no cérebro reservado para a 

        inveja. Pela primeira vez, uma pesquisa científica mostra 

16     onde são processados na mente humana ela e o 

        shadenfreude — palavra alemã que dá nome ao sentimento 

        de prazer que o invejoso experimenta, ao presenciar o 

19     infortúnio do invejado. 

        O neurocientista japonês Hidehiko Takahashi 

        identificou onde os sentimentos são processados no cérebro. 

22     Ao sentir inveja, a região do córtex singulado anterior é 

        ativada. O interessante é notar que é nesse mesmo local que 

        a dor física se processa. “A inveja é uma emoção dolorosa”, 

25     afirma Takahashi. O  shadenfreude, por sua vez, se 

        estabelece no estriado ventral, exatamente onde se processa 

        a sensação de prazer. “O invejoso fica realizado com a 

28     desgraça do invejado”, diz o pesquisador.  “Trata-se de um 

        sentimento caracterizado pela sensação de inferioridade”, 

        explica o neurocientista Takahashi. “Quando há essa 

31     sensação, é porque houve comparação, e a pessoa perdeu”.

        Além da insegurança, são características comuns 

        aos invejosos a baixa autoestima, o sentimento de 

34     incapacidade e a sensação de injustiça. “Pessoas bem 

        resolvidas e esclarecidas tendem a ter menos inveja”, diz o 

        psiquiatra José Thomé, da Associação Brasileira de 

37     Psiquiatria. 

        Em casos patológicos, que, segundo especialistas,   

        são mais comuns do que se imagina, quem sofre do mal é 

40     capaz de caluniar, perseguir, e, em casos mais  extremos, 

        desejar a morte do invejado. Há, também, os que somatizam. 

        Nessas situações, podem apresentar quadro depressivo, 

43     autodestrutivo, agressividade e tendências suicidas. O 

        psiquiatra Thomé acredita que, salvo os casos patológicos, 

        as pessoas têm livre-arbítrio para viver ou eliminar a inveja. 

46     “É um sentimento muito primitivo, que deve ser trabalhado”. 

        Quando a pessoa consegue fazer que o sentimento, 

        em tese negativo, impulsione ações positivas, ela o

49     transforma no que os especialistas chamam de inveja

        criativa.  A psicóloga Sueli, da USP, assina embaixo. “É 

        importante eliminar os sentimentos de inferioridade, a baixa 

52     autoestima e mostrar o outro lado”, explica. “Se a pessoa não 

        é boa em algo, certamente será em outra coisa”. Afinal de 

        contas, a melhor maneira de domar o sentimento da inveja é 

55     identificá-lo e aprender a lidar com ele. 

 

Claudia Jordão e Carina Rabelo. Inveja.  

In: Isto É, 3/6/2009 (com adaptações).

 

1 -

Com base nas ideias do texto I, assinale a alternativa correta.

a)

Hidehiko Takahashi afirma que “A inveja é uma emoção dolorosa” porque a região do cérebro em que a dor física se processa é a mesma que é ativada na experimentação da inveja.

b)

Pessoas com escolaridade superior tendem a ter menos inveja, uma vez que o grau de cultura é fundamental para o desenvolvimento da autoestima.

c)

O que faz que a cobiça, o ciúme e a inveja sejam sinônimos é o fato de serem sentimentos primitivos, que inferiorizam o cérebro humano, onde são engendrados.

d)

A inveja caracteriza-se como um sentimento negativo, que, invariavelmente, leva ao sentimento de inferioridade, à agressividade e a crises de autodestruição.

e)

Os estudos da psique humana, apesar de todos os avanços técnicos e tecnológicos, ainda não têm nenhuma resposta para o paciente que busca dominar dentro de si a chaga moral da inveja.

2 -

A partir da leitura do texto I, assinale a alternativa correta.

a)

O invejoso experimenta profundo prazer ao reconhecer o próprio infortúnio, pois, dessa forma, ele pune-se e liberta-se do mal.

b)

A psicologia apregoa a impossibilidade de a pessoa comum livrar-se da inveja e faz recomendação de que se procure um especialista em questões relacionadas ao cérebro humano.

c)

Emoção inerente à condição humana, a inveja, sentimento por vezes inconfessável, é um dos sete pecados capitais; na verdade, o mais execrável deles.

d)

Os especialistas ainda não conseguiram estabelecer graus de gravidade no mal da inveja.

e)

Uma pessoa com graves problemas psíquicos, que apresenta quadro depressivo, autodestrutivo, agressividade e tendências suicidas, é aquela que, em determinadas situações, sente vontade de ser como outra.

Emprego das Classes de Palavras
3 -

Acerca da estrutura gramatical do texto I, assinale a alternativa correta.

a)

A preposição “de” (linha 1) pode corretamente ser substituída por com.

b)

O pronome “que” (linha 2) remete ao substantivo “visita”.

c)

A locução “desde que” (linha 4) tem o mesmo significado de desde quando.

d)

A oração “que ela lhe arrancasse um olho” (linhas 5 e 6) pode ser reescrita corretamente como que ela arrancasse um dos seus olhos.

e)

A frase Assim, como o ciúme é querer manter o que se tem e a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não querer que o outro tenha reescreve corretamente a original das linhas de 8 a 10.

Compreensão e Interpretação de Textos
4 -

O termo “mais”, usado em “O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la.” (linhas de 10 a 12) tem o mesmo valor semântico e morfológico na frase

a)

Não aguentava mais tanto barulho.

b)

E que tudo o mais vá pro inferno!

c)

Cinco mais dois são sete.

d)

Sem mais nem menos, ela sumiu.

e)

Com a chegada do irmão, ela ficou mais nervosa.

Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação
5 -

Com base em aspectos gramaticais e semânticos do texto I, assinale a alternativa correta.

a)

Na linha 24, o pronome átono poderia corretamente ser eliminado.

b)

A expressão adverbial “em algum momento da vida” (linha 13) poderia, indiscutivelmente, ser modificada corretamente para em momento algum da vida.

c)

Na linha 11, seria correto substituir “à” por da.

d)

A construção da linha 12 ficaria correta com a troca do pronome “a”, usado como “la”, por lhe.

e)

O verbo ter, na linha 10, finaliza uma oração, sem complemento sintático, mas este pode ser subentendido pelo contexto.

Figuras de Linguagem
6 -

A respeito do texto I, assinale a alternativa correta.

a)

A figura de palavra conhecida como perífrase está ilustrada na frase “O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la.” (linhas de 10 a 12).

b)

O pronome “a”, modificado para “la” (linha 12), refere-se à expressão “condição humana” (linhas 11 e 12).

c)

A frase “Ao sentir inveja, a região do córtex singulado anterior é ativada” (linhas 22 e 23) é exemplo de linguagem figurada, com emprego da metonímia.

d)

O primeiro parágrafo do texto é predominantemente dissertativo.

e)

A expressão “baixa autoestima” (linhas 51 e 52) apresenta um contrassenso, um oxímoro, pois expressa um tipo de antítese.

Interpretação de Textos

7-10

 

 

1      Bicicleta é meu meio de transporte preferencial 

        desde os treze, quatorze anos de idade. Eu ia pedalando 

        para a escola, para a faculdade. Sejamos honestos: não 

4      comecei a pedalar por consciência ambiental. Nem existiam 

        essas coisas, acho (eu, assim como todo mundo que eu 

        conhecia, jogava lixo no chão, sem nenhuma cerimônia). 

7      Comecei a pedalar porque era mais divertido. Mas o fato é 

        que comecei — e não larguei nunca mais. 

        Mais de vinte anos pedalando em São Paulo fizeram

 

10     de mim um ciclista agressivo. Aprendi a enfiar a bicicleta nas 

        brechinhas entre os carros, a olhar os motoristas 

        desafiadoramente, a espatifar eventuais retrovisores, a 

13     levantar o dedo médio com alguma frequência.  

        Trânsito é formado por mim, por você, pelos nossos 

        carros, nossas bicicletas. Cabe a nós melhorá-lo. E o melhor 

16     jeito de melhorar as coisas é conversando. Sem deixar 

        passar quando vê algo errado. Sem deixar a raiva esgotar a 

        razão. 

19     Fui experimentar a ciclofaixa que a prefeitura de São 

        Paulo inaugurou, perto do Ibirapuera. Domingo de manhã, 

        dia de sol, muita gente, clima de festa, pais ensinando 

22     filhinhos a pedalar.  Dava para ver que tinha muita gente lá 

        que nunca tinha pedalado em São Paulo.  

        Mas essa história de confinar as bicicletas aos 

25     domingos, das sete ao meio-dia, é mais para controlar os 

        ciclistas que para dar espaço a eles. Parece que a iniciativa 

        foi mais para tirar bicicletas da frente dos carros que para 

28     estimular a gente a pedalar. 

        O mais triste é que essa iniciativa vai na contramão 

        de estimular a convivência entre carros e  bikes. Separados 

31     por uma fileira de cones, ciclistas e motoristas nem se olham 

        na cara. 

        Uma cidade pode convidar as bicicletas para ajudar 

34     a melhorar o trânsito. Um bom jeito de abordar o tema é 

        dando uma olhada em exemplos internacionais.  

        Vejamos, por exemplo, São Francisco, nos Estados 

37     Unidos. As ciclovias (ruas apenas para bicicleta, onde carros 

        não entram) e as ciclofaixas (faixas demarcadas no  chão, 

        exclusivas para ciclistas) não são muitas. Mas nem  só de 

40     ciclovias e ciclofaixas se faz um paraíso ciclístico; em ruas 

        largas, carros e bicicletas compartilham o mesmo espaço. 

        Não há lá separação física entre carros e bicicletas, apenas 

43     uma sinalização ostensiva para que os motoristas saibam 

        que aquele lugar é também para se pedalar. Motorista que 

        entra lá sabe que, se houver uma bicicleta à frente dele, será 

46     preciso manter distância dela, pois ele não pode 

        ultrapassá-la. Dá para uma pessoa sair de qualquer lugar da 

        cidade e chegar a qualquer outro lugar. É isso que eu 

49     chamo de infraestrutura ciclística. É isso que as grandes 

        cidades brasileiras poderiam começar a construir —

        inaugurando algumas raras ciclofaixas em ruas 

52     movimentadas, mas principalmente sinalizando o 

        compartilhamento em ruas com trânsito mais tranquilo. 

        Em Paris, onde não há ciclovias ou ciclofaixas, a 

55     faixa de ônibus é compartilhada com as bicicletas.  E os 

        ônibus respeitam. Mantêm distância das bicicletas e não 

        ultrapassam, mesmo que seja um velhinho pedalando 

58     devagar com uma baguete debaixo do braço. 

        Em Bogotá, a infraestrutura é bem menor que a de 

        Paris. Mas o espaço destinado ao ciclista forma um grande 

61     quadriculado, com vias que interligam toda a cidade.  

        E as vias são só um pedacinho da história; tem 

        muito mais a fazer: bicicletários nas calçadas em vias 

64     movimentadas, vagões de metrô adaptados para  bikes (um 

        por trem), racks de bicicleta nos ônibus e, fundamental, uma 

        imensa campanha de conscientização, de educação para o 

67     trânsito. Bom marketing é mais que investir em imagem — é 

        efetivamente melhorar a vida das pessoas. Isso gera uma 

        gratidão que não tem preço. E o turismo também sai 

70     ganhando com isso: trânsito mais humano, maior 

        hospitalidade. 

 

Denis Russo Burgierman. Internet: <http://veja.abril.com.br> 

 (com adaptações). Acesso em 29/8/2010.

 

 

7 -

Com base nas ideias do texto II, assinale a alternativa correta.

a)

A sustentabilidade foi uma preocupação constante na vida do autor do texto.

b)

Em ao menos uma grande cidade brasileira, o trânsito é organizado de forma tal que dificulta a convivência entre motoristas e ciclistas.

c)

Uma infraestrutura ciclística ideal é baseada no predomínio da construção de ciclovias e de ciclofaixas, para a garantia da segurança dos ciclistas.

d)

O senso comum, segundo o texto, julga acertadamente que a bicicleta é sinônimo de empecilho para o trânsito nas grandes cidades.

e)

As ciclovias e as ciclofaixas, nas grandes metrópoles mundiais mencionadas no texto, são as duas soluções adotadas para um trânsito mais seguro e mais humano.

8 -

Acerca da estruturação dos períodos e dos parágrafos do texto II, é correto afirmar que

a)

os dez parágrafos que compõem o texto II apresentam quebras na estrutura lógica, o que provoca ruptura da coerência textual.

b)

o terceiro parágrafo é constituído por períodos curtos, alguns dos quais organizados com apenas orações subordinadas; e isso confere ênfase às ideias expressas.

c)

o quinto parágrafo organiza-se com o estabelecimento de relação de causa e consequência com referência ao parágrafo anterior.

d)

o último parágrafo poderia, sem perda da progressão discursiva, ser deslocado para o início da linha 33.

e)

o último período do texto é elaborado de forma tal que deixa no ar ideias inexplicáveis.

9 -

Considerando que o texto II é uma crônica escrita por um jornalista de uma revista semanal, assinale a alternativa correta.

a)

O texto trata de tema técnico, sob uma perspectiva histórico-social.

b)

O jornalista, inspirado nos acontecimentos diários, construiu o texto, buscando distanciar-se dos fatos, optando pela construção de um texto essencialmente informativo.

c)

A ordenação dos fatos do texto é atemporal, para garantir maior duração às ideias defendidas pelo autor.

d)

A linguagem do texto é predominantemente formal, com passagens informais.

e)

O destinatário do texto é o ciclista que vive em São Paulo, convocado pelo autor a aderir ao grupo que reivindica às autoridades públicas melhor qualidade de vida.

10 -

A respeito de aspectos gramaticais, estilísticos e semânticos do texto II, assinale a alternativa correta

a)

A frase “Mas nem só de ciclovias e ciclofaixas se faz um paraíso ciclístico; em ruas largas, carros e bicicletas compartilham o mesmo espaço” (linhas de 39 a 41) exemplifica a neutralidade da linguagem denotativa do texto, que busca sustentação científica para a tese defendida.

b)

A frase “Motorista que entra lá sabe que, se houver uma bicicleta à frente dele, será preciso manter distância dela, pois ele não pode ultrapassá-la” (linhas de 44 a 47) está dentro dos padrões do estilo formal brasileiro.

c)

O trecho confinar as bicicletas aos domingos, de sete ao meio-dia, é mais para controlar os ciclistas que para dá-los espaços reescreve corretamente o original das linhas de 24 a 26.

d)

Os dois períodos do segundo parágrafo do texto criam uma relação interna de contraste.

e)

As palavras “Bogotá”, “lá”, “você”, “vê”, “também”, “nós”, “metrô” têm acento gráfico por serem todas oxítonas terminadas em vogal, seguida ou não de m ou s.

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