ACESSE GRATUITAMENTE + DE 450.000 QUESTÕES DE CONCURSOS!

Informações da Prova Questões por Disciplina Casa Civil - São Paulo - Executivo Público - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2010 - Prova Objetiva

Língua Portuguesa

“Frugalistas” Graças a Deus

			1 			A virada da Era Bush para os Anos Obama marca
				também a troca de guarda de duas palavras no
				vocabulário-emocional do norte-americano médio. Sai o
				“mais” (more), entra o “suficiente” (enough). Ter o
			5 	suficiente, como ensinam o ativista progressista Michael
				Moore em seu mais novo documentário e o autor e
				teórico financeiro John Bogle em seu livro mais recente,
				é anátema do capitalismo selvagem que se instalou nos
				EUA nas últimas décadas. Quando há o suficiente, não
			10 	é preciso mais.
						Se a sanha gastadora do gringo fez desse o maior
				país do mundo, movimentando 70% da economia local
				e, com isso, as engrenagens do resto do planeta, foi
				essa mesma sanha que levou os Estados Unidos ao
			15 	chão e, com ele, o planeta. Um exemplo dessa
				mentalidade é o que disse o então prefeito de Nova
				York, Rudolph Giuliani, logo após o ataque às Torres
				Gêmeas. Indagado sobre o conselho que daria aos
				seus concidadãos, respondeu: “Gastem”.
			20 			Gastem. Foi o que os novaiorquinos e o resto do
				país fizeram. De 2001 até 2008, a dívida média no
				cartão de crédito de um lar norte-americano triplicou.
				“Nada nunca é suficiente no atual sistema”, disse
				Michael Moore no Festival de Cinema de Toronto, em
			25 	2009.
						OK, o diretor estava promovendo seu filme,
				“Capitalismo, uma história de amor” − ele explicou o
				título dizendo que a história de amor é dos capitalistas
				com o nosso dinheiro −, e Moore é aquele que fez
			30 	filmes-denúncia sobre o excesso de armas, os motivos
				que levaram à Guerra do Iraque etc.
						Mas, e John Bogle? Ele, que criou um dos maiores
				fundos de investimentos do mundo, em seu livro
				“Enough”, defende que o “homo americanus” gasta
			35 	muito e cria pouco. Estima que um terço do dinheiro que
				circulou nos EUA em 2007 não tinha base em nada,
				eram papéis de banco criados por financistas
				inteligentes. É nesse lago de perdularismo imaginário
				que os americanos nadaram até se afogar.

(Adaptado de Sérgio Dávila. “Frugalistas” Graças a Deus. Serafina, revista da Folha de S. Paulo, setembro, 2009,
p. 20)

1 -

No texto, o autor:

a)

atribui a mudança do padrão de consumo dos norte- -americanos a decisões econômicas radicais de um governo de coalizão Bush/Obama.

b)

cita dados, comprovando sua fidedignidade, para fazer uma análise imparcial do que considera uma grande virada na história econômica dos Estados Unidos.

c)

critica políticos que dão conselho sem avaliar com consistência as próprias sugestões, julgamento que considera os danos que elas podem causar no contexto de outras nações.

d)

aponta recente mudança de comportamento entre os norte-americanos e expressa seu entendimento acerca dos fundamentos dessa transformação.

e)

delineia os movimentos do capitalismo que, gerando grande crise financeira, provocaram tanto a guerra do Iraque, quanto o incentivo à produção de armamentos.

2 -

No primeiro parágrafo:

a)

a virada da Era Bush para os Anos Obama é tida como consequência da troca de guarda de duas palavras.

b)

o emprego de Era e Anos para designar, respectivamente, a época de Bush e a de Obama deixa entrever juízos que subestimam a competência deste último presidente.

c)

a argumentação funda-se num paralelismo: a Era Bush está para o “mais”, assim como os Anos Obama estão para o “suficiente”.

d)

Michael Moore e John Bogle foram citados como comprovação de que críticas ao capitalismo selvagem é fenômeno recente nos Estados Unidos.

e)

o que dizem o ativista progressista e o teórico financeiro sobre o capitalismo não mereceu nenhuma restrição, portanto tem valor universal.

3 -

Se a sanha gastadora do gringo fez desse o maior país do mundo, movimentando 70% da economia local e, com isso, as engrenagens do resto do planeta, foi essa mesma sanha que levou os Estados Unidos ao chão e, com ele, o planeta. (2o parágrafo).

A frase acima destacada, considerada em seu contexto, equivale à seguinte formulação:

a)

Dado como certo que a sanha gastadora do gringo possa chegar a fazer desse o maior país do mundo...

b)

Considerado que a sanha gastadora do gringo fez desse o maior país do mundo...

c)

Caso se leve em conta que a sanha gastadora do gringo faça desse o maior país do mundo...

d)

Levantando-se a hipótese de que a sanha gastadora do gringo viesse a fazer desse o maior país do mundo...

e)

Ao passo que a sanha gastadora do gringo fez desse o maior país do mundo...

4 -

Considerado o parágrafo 2, afirma-se com correção:

a)

a expressão do mundo (linha 12) pode ser substituída por “mundial”, sem prejuízo do sentido original.

b)

movimentando (linha 12) tem o sentido de “quando movimentou até”.

c)

a expressão o resto do planeta (linha 13) está empregada em sentido pejorativo.

d)

substituindo o segmento o então prefeito de Nova York (linhas 16 e 17) por “o prefeito que assumiu Nova York”, o sentido original se mantém.

e)

Indagado (linha 18) expressa ideia de tempo, podendo equivaler a “Ao ser indagado”.

5 -

Considerada a pontuação, é correto afirmar:

a)

A retirada da primeira vírgula em e, com isso, as engrenagens do resto do planeta (linha 13) manteria a frase em concordância com o padrão culto escrito.

b)

Em Um exemplo dessa mentalidade é o que disse o então prefeito de Nova York (linhas 15 a 17), o emprego de dois-pontos apostos ao é preservaria o padrão culto escrito da frase.

c)

A presença concomitante de “Gastem” (linha 19) e Gastem (linha 20) mostra que o emprego das aspas, nesse caso, não teve função específica, sendo, portanto, optativo.

d)

O emprego das aspas em “Nada nunca é suficiente no atual sistema” (linha 23) e em “Capitalismo, uma história de amor” (linha 27) atende à mesma função.

e)

Os travessões às linhas 27 e 29 poderiam ser substituídos por parênteses, sem que houvesse prejuízo da função original.

6 -

Sempre levado em conta o contexto, é legítimo afirmar que o raciocínio desenvolvido a partir da correlação entre OK, o diretor ... e Mas, e John Bogle, no penúltimo e último parágrafos:

a)

traz implícita a ideia de que as críticas feitas ao capitalismo por Moore, ativista progressista, podem até ser consideradas tendenciosas, mas, no que se refere a John Bogle, teórico financeiro, nada haveria para desmerecer-lhe o crédito.

b)

revela a convicção de Sérgio Dávila de que tanto o diretor de cinema quanto o autor de obras de prestígio têm de ter suas crenças igualmente respeitadas, dado o conhecido histórico de aversão ao capitalismo que ambos compartilham.

c)

deixa entrever que os propósitos das declarações de Moore e de Bogle estão mascarados e que, consideradas as intenções subentendidas, ambos merecem restrição, pelo fato de rejeitarem de modo igualmente enérgico a cultura norte-americana.

d)

torna patente que, ao defender suas crenças, tanto Moore quanto Bogle perdem-se em fabulações, o que acabou por comprometer a compreensão do norte-americano médio acerca da vida econômica, fazendo-o imergir em perigoso pântano imaginário.

e)

explora o paralelismo entre a perspectiva eminentemente artística e a exclusivamente científica para demonstrar como visões em nada convergentes podem esclarecer as contradições do capitalismo financeiro mundial.

7 -

Está corretamente traduzida a seguinte expressão do texto:

a)

troca de guarda de duas palavras / mudança quanto ao sentido de dois vocábulos.

b)

anátema do capitalismo selvagem / maldição que se abate sobre o capitalismo selvagem.

c)

sanha gastadora do gringo / desejo de vingança do estrangeiro esbanjador.

d)

as engrenagens do resto do planeta / os mecanismos que movimentam os países periféricos do mundo.

e)

lago de perdularismo imaginário / ambiente em que a dissipação é mais imaginada que efetiva.

8 -

Uma leitura atenta do texto permite a seguinte constatação:Sérgio Dávila, ao

a)

empregar a palavra concidadãos (linha 19), refere-se exclusivamente aos indivíduos naturais do mesmo país de Rudolph Giuliani, isto é, dos Estados Unidos.

b)

citar a explicação de Moore acerca do título do filme que promovia (linhas 27 a 29), deixa entrever que esse título poderia gerar interpretações não desejadas pelo diretor.

c)

referir-se a Moore como aquele que fez filmes denúncia (linhas 29 e 30), busca tornar transparente a contradição entre a perspectiva adotada no filme que o diretor promovia e a adotada nos filmes que produzira anteriormente.

d)

valer-se da expressão latina “homo americanus” (linha 34), pretende chamar a atenção para a erudição de Bogle, sugerindo ser ele também eminente antropólogo.

e)

comentar que parte do dinheiro americano não tinha base em nada (linha 36), denuncia entre outras irregularidades a fraude das falsificações de papéis pelos inteligentes financistas.

9 -

Transpondo a frase o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva, obtém-se corretamente o seguinte segmento:

a)

tinha recebido promoção.

b)

estaria sendo promovido.

c)

fizera a promoção.

d)

estava sendo promovido.

e)

havia sido promovido.

10 -

É plausível que se entenda como expressão de condicionalidade o que está destacado em:

a)

Quando há o suficiente, não é preciso mais. (linhas 9 e 10)

b)

Indagado sobre o conselho que daria aos seus concidadãos [...] (linhas 18 e 19)

c)

[...] respondeu: “Gastem. (linha 19)

d)

ele explicou o título dizendo que a história de amor é dos capitalistas com o nosso dinheiro [...] (linhas 27 a 29)

e)

[...] defende que o “homo americanus” gasta muito e cria pouco. (linhas 34 e 35)

« anterior 1 2 3 4 5 6 7 8 9 próxima »

Marcadores

Marcador Verde Favorita
Marcador Azul Dúvida
Marcador Amarelo Acompanhar
Marcador Vermelho Polêmica
Marcador Laranja  Adicionar

Meus Marcadores

Fechar
⇑ TOPO

 

 

 

Salvar Texto Selecionado


CONECTE-SE

Facebook
Twitter
E-mail

 

 

Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.