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Informações da Prova Questões por Disciplina Polícia Civil - Espírito Santo - Escrivão de Polícia - FUNCAB - 2013 - Prova Objetiva

Língua Portuguesa

Homens, mulheres e poder

      Primeira experiência em tantas viagens: o piloto do enorme avião que me levava era uma mulher. Jovem, não muito alta, bonita e alegre – por que pensei que mulher comandante (recuso termos como pilota e comandanta) teria que ser grandona feito eu, e sisuda? Minha surpresa, nascida do preconceito inconsciente, passou para alegria: olha ela ali, casada, com filhos pequenos, sem ar de mãe culpada ou profissional, tendo de mostrar ferozmente sua competência. Nela se viam naturalidade, segurança e simpatia.

     No meu encontro com altas executivas, aquele incidente acabou simbólico. A gente pode aprender e assimilar muita coisa: neste momento nós, mulheres e homens, enfrentamos muitas novidades, num mundo fascinante, vertiginoso, belo e às vezes cruel. Com tecnologias efêmeras e atordoantes, estamos condenados à brevidade, à transitoriedade, depois de séculos em que os usos e costumes duravam muitos anos, e qualquer pequena mudança causava um alvoroço. A convivência de homens e mulheres também mudou, muitíssimo, tema para muita literatura e seminários, fonte de muitos problemas pessoais. Mudanças trazem o nosso de cada dia.

      Eu devia falar sobre a carreira na vida de uma mulher, e seus desafios. Em muitas empresas as mulheres trabalham ombro a ombro com colegas homens, e eventualmente assumem cargos de comando. Como agimos, como nos portamos, como nos reinventamos, nós homens e mulheres? Estamos criando novas parcerias: se homens, enfrentando às vezes o comando de uma mulher; se mulheres, tentando descobrir como lidamos com o poder. Poder e dinheiro, dois fatores novos para nós, interligados e ainda inusitados. Conheço mulheres altamente capacitadas, com bons cargos e salários invejáveis, que no fim do mês entregam o dinheiro ao marido, ou têm uma conta conjunta que ele maneja, “para que ele não se sinta mal por eu ganhar mais.” Realmente, essa mulher com poder precisa de um parceiro com muito caráter, seguro e bem-humorado, para que o convívio faça crescer os dois, com cumplicidade e alegria.

      Quando eu era adolescente, minhas tias e avós, achando que eu lia demais, profetizavam que eu “não conseguiria marido”, pois “os homens não gostam de mulheres muito inteligentes”. Hoje, celebro os tempos em que ser inteligente ou ter algum conhecimento não precisa ser escondido pelo arcaico medo de “ficar sozinha”. Tendo por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, admiro a diária superação das mulheres que stress Questão 01 ocupam cargo de mando. Pois se – além de sermos consideradas seres humanos (nem sempre fomos), hoje podemos votar, estudar, trabalhar, controlar o número de filhos e até escapar de casamentos infelizes –, assumimos muito conflito e confusão, os sentimentos humanos continuam os mesmos. Todos queremos dar algum sentido à nossa vida, queremos nos sentir importantes ao menos para alguém, desejamos realizações, mas também aconchego e escuta amorosa.

      Como conciliamos as mais atávicas e legítimas emoções com as exigências duríssimas de trabalho? Nem sempre temos como deixar as crianças bem atendidas, mesmo tendo a melhor babá ou escolinha; se antes o marido chegava cansado, hoje muitas vezes marido e mulher voltam do trabalho exaustos e tensos. Nem sempre temos na vida pessoal ou no trabalho o parceiro que nos entende, apoia e aprecia, em vez de nos lançar vagas ironias ou quem sabe tentar nos boicotar – coisas que aos poucos desaparecem, pois também os homens estão aprendendo esse novo convívio.

      “Os homens estão assustados com essa mulher que está surgindo?”, perguntam-me seguidamente, e digo: “Os bobos se assustam, ironizam, procuram nos diminuir; os inteligentes – que são os que nos interessam – hão de gostar de ter no trabalho uma colaboradora e em casa uma boa parceira, em lugar de uma funcionária ou gueixa aturdida e queixosa”. Como resolver tudo isso? Vivendo e enfrentando com alguma grandeza esses novos tempos e essas novas gentes que somos agora.

 

(LUFT, Lya. “Homens, mulheres e poder”. Rev. Veja: 19/12/2012, p. 26.)

1 -

Para persuadir o leitor a concluir do mesmo modo que ela, a autora recorre a todas as estratégias argumentativas a seguir, COM EXCEÇÃO apenas de:

a)

dar testemunho pessoal de um tempo tido e havido como ultrapassado.

b)

relatar fato destinado a ilustrar a mudança social em curso.

c)

usar pronome de 1.ª pessoa do plural para conquistar a adesão de leitoras e leitores.

d)

ouvir e fazer ouvir outras vozes, com as quais dialoga no texto.

e)

valer-se de argumento de autoridade na matéria.

2 -

A alternativa em que o emprego do conector em destaque torna incoerente a relação entre o enunciado transcrito e aquilo que se enunciou anteriormente no parágrafo é:

a)

AFINAL, com tecnologias efêmeras e atordoantes, estamos condenados à brevidade, à transitoriedade, depois de séculos em que os usos e costumes duravam muitos anos, e qualquer pequena mudança causava um alvoroço. (§ 2)

b)

POR CONSEGUINTE, mudanças trazem o nosso de cada dia. (§ 2)

c)

Em muitas empresas, POR EXEMPLO, as mulheres trabalham ombro a ombro com colegas homens, e eventualmente assumem cargos de comando. (§ 3)

d)

Hoje, CONTUDO, celebro os tempos em que ser inteligente ou ter algum conhecimento não precisa ser escondido pelo arcaico medo de “ficar sozinha.” (§ 4)

e)

os inteligentes – que são os que nos interessam – hão de gostar de ter no trabalho uma colaboradora e em casa uma boa parceira, em lugar de uma funcionária ou gueixa aturdida e queixosa. (§ 6)

3 -

A autora sinaliza que os conteúdos das proposições: “A gente pode aprender e assimilar muita coisa” (§ 2) e “Realmente, essa mulher com poder precisa de um parceiro com muito caráter” (§ 3) devem ser entendidos, respectivamente, como:

a)

possível – certo

b)

certo – necessário

c)

necessário – incerto

d)

incerto – obrigatório

e)

obrigatório – facultativo

4 -

Em relação ao que se afirma no período imediatamente anterior, o que se encontra enunciado em: “Pois se […] assumimos muito conflito e confusão, os sentimentos humanos continuam os mesmos.” (§ 4) tem o seguinte papel na argumentação do texto:

a)

concluir.

b)

comparar.

c)

justificar.

d)

generalizar.

e)

contestar.

5 -

Invertem-se os termos da relação de causa/consequência observada em: “A convivência de homens e mulheres também mudou, muitíssimo, tema para muita literatura e seminários, fonte de muitos problemas pessoais.” (§ 2) com a substituição da palavra FONTE por:

a)

razão.

b)

origem.

c)

raiz.

d)

fruto.

e)

calor.

6 -

O sentido fundamental de: “Tendo por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, admiro a diária superação das mulheres que ocupam cargo de mando.” (§ 4) altera-se com a seguinte redação:

a)

Como tenho por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, admiro a diária superação das mulheres que ocupam cargo de mando.

b)

Visto ter por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, admiro a diária superação das mulheres que ocupam cargo de mando.

c)

Tenho por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, daí admirar a diária superação das mulheres que ocupam cargo de mando.

d)

Tenho por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, eis por que admiro a diária superação das mulheres que ocupam cargo de mando.

e)

Tenho por escolha, sorte e acaso uma vida profissional sem patrão ou colegas diretos, porquanto admiro a diária superação das mulheres que ocupam cargo de mando.

7 -

Falta correspondência semântica entre a locução empregada no texto e aquela que se propõe como alternativa para substituí-la em:

a)

as mulheres trabalham OMBRO A OMBRO COM colegas homens (§ 3) / de par com

b)

ALÉM DE sermos consideradas seres humanos [...], hoje podemos votar (§ 4) / ademais de

c)

queremos nos sentir importantes AO MENOS para alguém (§ 4) / quando mais não seja

d)

hoje MUITAS VEZES marido e mulher voltam do trabalho exaustos e tensos (§ 5) / não raro

e)

ter […] uma colaboradora e […] uma boa parceira, EM LUGAR DE uma funcionária ou gueixa aturdida e queixosa (§ 6) / ao invés de

8 -

O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade em:

a)

pode aprender e assimilar MUITA coisa (§ 2)

b)

enfrentamos MUITAS novidades (§ 2)

c)

precisa deumparceiro com MUITO caráter (§ 3)

d)

não gostam de mulheres MUITO inteligentes (§ 4)

e)

assumimos MUITO conflito e confusão (§ 4)

9 -

O adjetivo em destaque é predicativo do objeto direto – como em: “Achei-a bonita” – na seguinte alternativa:

a)

No meu encontro com altas executivas, aquele incidente acabou SIMBÓLICO (§ 2)

b)

Conheço mulheres altamente CAPACITADAS, com bons cargos e salários invejáveis (§ 3)

c)

os homens não gostam de mulheres muito INTELIGENTES (§ 4)

d)

Nem sempre temos como deixar as crianças bem ATENDIDAS (§ 5)

e)

se antes o marido chegavaCANSADO(§ 5)

10 -

No que diz respeito à concordância, tanto a forma verbal em destaque quanto a forma proposta para substituí-la são igualmente admitidas no português padrão em:

a)

A gente PODE aprender e assimilar muita coisa (§ 2) / podemos

b)

para que o convívio faça CRESCER os dois, com cumplicidade e alegria (§ 3) / crescerem

c)

parceiro que nos entende, apoia e aprecia, em vez de nos LANÇAR vagas ironias (§ 5) / lançarem

d)

ou quem sabe tentar nos boicotar – coisas que aos poucos DESAPARECEM(§ 5) / desaparece

e)

os inteligentes – que são os que nos INTERESSAM – hão de gostar (§ 6) / interessa

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