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Informações da Prova Questões por Disciplina Ministério Público Estadual - Maranhão - MA - Analista Ministerial - Arquitetura - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva - Arquiteto

Língua Portuguesa

Juventudes

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.  

Pois se ainda ontem eu era jovem, conforme me asseguravam, asseguro-lhes que ainda hoje minha juventude não acabou. Se viesse a acabar, estaria tão velho que não saberia disso − o que significa que serei eternamente jovem. Preciso acrescentar: nada tenho de especial, todos os jovens da minha idade (isto é, acima dos 60) sabem disso. Não adianta os espelhos (por que se espalham por toda parte?) pretenderem mostrar o contrário, jogar-nos na cara nossa imagem envelhecida. Nós sabemos que eles mentem, sabemos que não têm como refletir nosso espírito − daí se vingarem, refletindo tão somente o que aparece.

Vou mais longe: não é que não envelheçamos, com essa mania que tem o tempo de nunca parar; na verdade, quanto mais anos vivemos, mais remoçamos. Alguns vivem até recuperar de vez − para nunca mais largar dela − a liberdade da infância. Enquanto lá não chego (esperando chegar), vou remoçando, remoçando, a ponto dos jovens de dezenove anos me pedirem mais moderação, mais compostura. Toda vez que fazem isso, surpreendo, no fundo de seus olhos, uma inveja incomensurável: inveja da minha adolescência verdadeira.

É verdade que a natureza, que tem lá seus caprichos, gosta de brincar com nossa juventude de sexagenários. Ela faz, por exemplo, o chão parecer mais longe: custa-nos chegar a ele, para apanhar aquela moedinha. Brinca, ainda, com nosso senso de equilíbrio: um volteio mais rápido do corpo e parece que a Terra subitamente acelerou a rotação. E já não podemos saltar imitando um saci, sobre os quadrados marcados a giz na calçada das brincadeiras: mesmo duas pernas mostram-se insuficientes para retomar o equilíbrio.

Enfim: valha esta mensagem para todos os jovens que ainda acreditam na velhice. Bobagem, meus amiguinhos: a velhice não chega nunca, é mais uma ilusão da juventude. Não adianta o corpo insistir em dar todos os sinais de mau funcionamento, inútil insistirem as bactérias em corromper nossos tecidos, inútil os olhos perderem a luz de dentro e a luz de fora: morremos sempre jovens, espantados por morrer, atônitos com essa insistência caprichosa e absurda da natureza, de vir ceifar nossa vida exatamente quando desfrutamos do esplendor de nossa juventude mais madura.

(Adamastor Rugendas, inédito)

1 -

Mostrando-se convicto de seu próprio conceito de juventude, o autor do texto deseja demonstrar que a velhice

a)

existe apenas quando tomamos consciência de sua chegada, o que costuma ocorrer com os primeiros sinais da decrepitude física.

b)

somente atinge nosso espírito quando tomamos conhecimento dela pela implacável imagem de nós mesmos que os espelhos fornecem.

c)

chega primeiro para aqueles que, quando jovens, não se preparam para enfrentar todos os limites e dissabores dos últimos anos da vida.

d)

efetivamente nunca chega, pois o espírito é imune a ela e não acusa em si mesmo as carências e as restrições físicas que chegam com o tempo.

e)

de fato inexiste para aquele que, mesmo se sentindo velho e acabado, consegue transmitir aos outros uma imagem de jovialidade.

2 -

Atente para as seguintes afirmações:

I. Para o autor do texto, uma evidência de que a velhice não é ilusória está no fato de que os jovens fingem não temê-la e de que os velhos simulam não acreditar nela, sabendo ambos o quanto o tempo é implacável.

II. No segundo parágrafo, o autor retrata-se do exagero que cometeu no parágrafo anterior, onde afirmou minha juventude não acabou, e no terceiro parágrafo confessará que não é pouco penoso ser um sexagenário.

III. Ao longo do texto, o autor promove uma desvinculação entre o corpo e o espírito, de modo que um sexagenário possa sentir-se intimamente jovem.

Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em

a)

I.

b)

II.

c)

III.

d)

I e II.

e)

II e III.

3 -

Considerando-se o contexto, traduz-se com correção e coerência o sentido do seguinte segmento:

a)

Pois se ainda ontem eu era jovem (1.º parágrafo) = mesmo que ontem eu fosse moço

b)

não têm como refletir nosso espírito (1.º parágrafo) = não podem espiritualizar nossa imagem

c)

até recuperar de vez (2.º parágrafo) = afim de se reabilitar inteiramente

d)

uma inveja incomensurável (2.º parágrafo) = um anseio irretratável

e)

desfrutamos do esplendor (4.º parágrafo) = usufruímos a magnificência

4 -

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

a)

Os espelhos, do ponto de vista das pessoas velhas, não existem se não para mostrá-las os traços indesejáveis de seus rostos, já que o espírito lhes permanece jovem.

b)

Para o autor do texto, o espírito das pessoas não envelhece: com o correr dos anos, elas passam a se sentir mais e mais jovens.

c)

É de se confessar que a velhice trás, de fato, alguns resquícios de enfraquecimento, haja visto os desequilíbrios corporais e sua cada vez menor elasticidade.

d)

O autor chega ao displante de considerar a velhice uma mera ilusão da juventude; parece-lhe, até mesmo, que os sexagenários são mais adolescentes que os mesmos.

e)

Há alguns velhinhos, de fato, em cujos trejeitos os fazem assemelhados a crianças, razão pela qual o autor considera a possibilidade de um contínuo remoçamento.

5 -

Considerando-se as normas de concordância verbal, há uma irregularidade na frase:

a)

Não deveriam preocupar aos mais velhos, na opinião do autor do texto, a expectativa de que os muitos anos já vividos acarretam a decrepitude do espírito.

b)

Falando dos sexagenários, assegura-nos o autor que seu espírito não envelhece, que podem mesmo senti-lo rejuvenescido sob mais de um aspecto.

c)

Que os desequilíbrios do corpo ou a falta de agilidade não pareçam aos mais velhos o indício de um pleno envelhecimento, pois o espírito não acusa tais fraquezas.

d)

Não sei o quanto surpreenderá aos jovens o fervor com que o autor se vale de argumentos para considerar que os anos de velhice efetivamente nunca chegam.

e)

Ao contrário dos mais jovens, a quem surpreenderão as ideias do autor, agradará aos mais velhos aboná-las como inteiramente naturais.

6 -

Está plenamente adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

a)

Se a natureza não fosse tão caprichosa, seria bom que possamos ainda brincar nos jogos de calçada, com os quais tanto nos animáramos quando pequenos.

b)

Quanto mais vivermos, mais remoçaremos, e um dia teremos chegado ao desfrute da liberdade de que gozávamos quando crianças.

c)

Se o chão parece mais longe agora, dever-se-á isso ao fato de que nosso corpo começasse a se ressentir dos limites que nos impõem os muitos anos de vida.

d)

Esperemos que esta mensagem viesse a contribuir para que todos os jovens que acreditassem na velhice possam mudar de opinião.

e)

Melhor será se a morte não tivesse a má ideia de vir interromper nossa vida justamente quando estivermos desfrutando do esplendor da última juventude.

7 -

Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:

a)

O autor do texto sem dispensar o humor, defende um ponto de vista curioso, segundo o qual a velhice, normalmente uma idade temida, e estigmatizada, não passa de mais uma ilusão da juventude.

b)

O autor do texto, sem dispensar o humor defende um ponto de vista curioso, segundo o qual a velhice normalmente, uma idade temida e estigmatizada não passa de mais uma ilusão, da juventude.

c)

O autor do texto, sem dispensar o humor defende um ponto de vista, curioso, segundo o qual a velhice, normalmente uma idade, temida e estigmatizada, não passa de mais uma ilusão da juventude.

d)

O autor do texto, sem dispensar o humor, defende um ponto de vista curioso, segundo o qual a velhice, normalmente uma idade temida e estigmatizada, não passa de mais uma ilusão da juventude.

e)

O autor do texto, sem dispensar o humor, defende um ponto de vista curioso, segundo o qual, a velhice normalmente uma idade temida e estigmatizada, não passa de mais uma ilusão da juventude.

8 -

Está plenamente adequado o emprego de ambos os segmentos sublinhados em:

I. Os anos da velhice, em cujo peso ninguém desacredita, parecem ao autor tão ou mais amenos quanto os da juventude.

II. O preço do passar dos anos, paga-lhe o corpo com os limites e carências de que passa a acusar, mas o espírito segue inabalável.

III. A despeito da má fama de que a velhice é vítima, vivê-la bem é preferível a aproveitar mal a mocidade.

Atende ao enunciado SOMENTE o que está em

a)

I.

b)

II.

c)

III.

d)

I e II.

e)

II e III.

9 -

Ambas as frases admitem transposição para a voz passiva em:

a)

Não renego a mal afamada velhice e Alguém invejará os velhos?

b)

Vou mais longe que você e A natureza tem seus caprichos.

c)

O tempo brinca com a juventude e O passar dos anos não lhe fez mal.

d)

Que os jovens acreditem em mim e Sinto-me mais moço do que ele.

e)

A natureza não nos poupa e O espírito segue confiante.

10 -

O mau emprego do elemento sublinhado torna incoerente a seguinte frase:

a)

Conquanto não tema a velhice, o autor não deixa de reconhecer os agravos físicos da idade.

b)

Ele não teme a velhice, por mais que tantos se ponham a execrá-la.

c)

Não obstante a decrepitude do corpo, o espírito ainda desfruta de todo o seu vigor.

d)

Ele vê a velhice com simpatia, porquanto não sentiu envelhecer o espírito.

e)

Louvo a velhice, a despeito de alguns verem nela algumas benesses.

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