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Informações da Prova Questões por Disciplina Ministério Público Estadual - Maranhão - MA - Técnico Ministerial - Edificações - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva - Edificações

Compreensão e Interpretação de Textos

Comunicação - Da escrita à digital

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

Com a genial invenção das vogais no alfabeto grego, a escrita estava se disseminando pela Grécia antiga − e Sócrates, o homem mais sábio de todos os tempos, temia um desastre. Apreciador da linguagem oral, achava que só o diálogo, a retórica, o discurso, só a palavra falada estimulava o questionamento e a memória, os únicos caminhos que conduziam ao conhecimento profundo. Temia que os jovens atenienses, com o recurso fácil da escrita e da leitura, deixassem de exercitar a memória e perdessem o hábito de questionar. O grande filósofo intuiu que a transição da linguagem oral para a escrita seria uma revolução. E assim foi. Numa direção promissora, porém, que permitiu o mais esplêndido salto intelectual da civilização ocidental.

Agora, 2.500 anos depois, estamos às voltas com outra transição revolucionária. Da cultura escrita para a digital, é uma mudança de fundamentos como não ocorre há milênios. A forma física que o texto adquire num papiro de 3.000 anos antes de Cristo ou numa folha de papel da semana passada não é essencialmente distinta. Nos dois casos, existem enormes diferenças de qualidade e clareza, mas é sempre tinta sobre uma superfície maleável. Na era digital, a mudança é radical. O livro eletrônico oferece uma experiência visual e tátil inteiramente diversa.

Sob qualquer ângulo que se examine o cenário, é um momento histórico. Desde que os gregos criaram as vogais − o "aleph" semítico era uma consoante, que virou o "alfa" dos gregos e depois o "a" do alfabeto latino −, o ato de ler e escrever não sofria tamanho impacto cognitivo. Desde os tipos móveis de Gutenberg, o livro não recebia intervenção tecnológica tão significativa. O temor é que o universo digital, com abundância de informações e intermináveis estímulos visuais e sonoros, roube dos jovens a leitura profunda, a capacidade de entrar no que o grande filósofo Walter Benjamin chamou de "silêncio exigente do livro".

Leitura profunda não é esnobismo intelectual. É por meio dela que o cérebro cria poderosos circuitos neuronais. "O homem nasce geneticamente pronto para ver e falar, mas não para ler. Ler não é natural. É uma invenção cultural que precisa ser ensinada ao cérebro", explica a neurocientista Maryanne Wolf, autora de obra sobre o impacto da leitura no cérebro. Para tanto, ele tem de conectar os neurônios responsáveis pela visão, pela linguagem e pelo conceito. Em suma, precisa redesenhar a estrutura interna, segundo suas circunstâncias. Ao criar novos caminhos, expande sua capacidade de pensar, multiplicando as possibilidades intelectuais − o que, por sua vez, ajuda a expandir ainda mais a capacidade de pensar, numa esplêndida interação em que o cérebro muda o meio e o meio muda o cérebro. Pesquisadores investigam se a construção dos circuitos neuronais está sendo afetada nessa mudança para a era digital.

(Adaptado de: André Petry. Veja, 19 de dezembro de 2012, p. 151-6)

1 -

É correto concluir do texto:

a)

Apesar dos receios de alguns filósofos, a passagem da linguagem falada para a escrita, na Grécia antiga, foi uma mudança revolucionária que levou os jovens atenienses à prática do diálogo.

b)

Ainda não há dados conclusivos a respeito das implicações trazidas ao funcionamento cerebral pelos numerosos estímulos propiciados por uma leitura virtual.

c)

Devido à quantidade e à rapidez de estímulos visuais, as alterações surgidas com o desenvolvimento tecnológico, ligadas ao ato de ler, tendem a facilitar a ampliação dos circuitos cerebrais.

d)

Além dos estímulos ao funcionamento cerebral, as facilidades oferecidas pela tecnologia em relação aos livros virtuais justificam a influência que a leitura digital exerce nos jovens.

e)

Com base em estudos feitos por especialistas, o desenvolvimento cerebral ocorre naturalmente, por suas características genéticas, a partir da interação entre visão e linguagem.

2 -

Em relação ao último parágrafo, é correto afirmar que seu conteúdo

a)

se destaca do desenvolvimento dos demais parágrafos, por introduzir um assunto ainda não abordado anteriormente.

b)

apresenta possíveis razões que confirmam a superioridade da leitura digital sobre aquela realizada no livro impresso.

c)

remete a falhas nas pesquisas sobre leitura que estão sendo feitas na área da neurociência, por não apresentarem resultados concretos.

d)

é principalmente explicativo, ao oferecer informações sobre o funcionamento dos mecanismos cerebrais ativados no ato de ler.

e)

retoma os argumentos que vêm sendo desenvolvidos em todo o texto, apresentando uma síntese do assunto tratado.

Significação das Palavras
3 -

O sentido da expressão "silêncio exigente do livro", como se lê no 3.º parágrafo, se explica

a)

pela atenção e concentração necessárias para a análise e a consequente assimilação do conteúdo de uma obra impressa.

b)

pela dificuldade de leitura encontrada, por vezes, em obras impressas que não têm a clareza necessária ao entendimento do conteúdo.

c)

pela obrigatoriedade da leitura de obras clássicas, no caso do livro impresso, diferentemente das opções oferecidas pelo mundo virtual.

d)

pelos estímulos digitais que favorecem a apreensão de informações rápidas e múltiplas, possibilitando uma abrangente formação cultural.

e)

pelo esforço empregado no manuseio de um livro impresso, em oposição à praticidade e ao conforto oferecidos pela leitura virtual.

Conjunção
4 -

Numa direção promissora, porém, que permitiu o mais esplêndido salto intelectual da civilização ocidental.

A presença da conjunção grifada acima indica, no contexto do 1.º parágrafo,

a)

confirmação de que a escrita estava se disseminando pela Grécia antiga.

b)

contraponto à afirmativa de que Sócrates, com seu apreço pela linguagem oral, temia um desastre.

c)

constatação de que só a palavra falada estimulava o questionamento e a memória.

d)

hipótese provável de que os jovens atenienses perderiam o hábito de questionar.

e)

concordância com o fato de que a transição da linguagem oral para a escrita seria desastrosa, segundo Sócrates.

Compreensão e Interpretação de Textos
5 -

Sob qualquer ângulo que se examine o cenário, é um momento histórico. (início do 3.º parágrafo)

A afirmativa acima se baseia no fato de que

a)

o impacto causado pela tecnologia que propicia a leitura digital assemelha-se à revolução resultante da transição da linguagem oral para a escrita, na Grécia antiga.

b)

as mudanças em relação à leitura, que passa a ser virtual, são idênticas às que ocorreram na Grécia antiga, com a invenção das vogais.

c)

o livro digital, apesar das inovações tecnológicas, mantém sua proximidade com os tipos móveis inventados há séculos por Gutenberg.

d)

a história referente à escrita, surgida há milênios, vem se repetindo no decorrer do tempo, desde a invenção dos tipos que permitiram a impressão de livros.

e)

o acentuado desenvolvimento tecnológico tem melhorado, a partir de estímulos visuais, a relação humana com a leitura.

Reescritura de texto
6 -

Atenção: Considere o segmento abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

Ao criar novos caminhos, [o cérebro] expande sua capacidade de pensar, multiplicando as possibilidades intelectuais – o que, por sua vez, ajuda a expandir ainda mais a capacidade de pensar, numa esplêndida interação em que o cérebro muda o meio e o meio muda o cérebro. (4.º parágrafo)

O segmento grifado pode ser corretamente substituído, sem alteração do sentido original, por:

a)

Conquanto crie novos caminhos.

b)

Caso crie novos caminhos.

c)

A fim de que crie novos caminhos.

d)

À medida que cria novos caminhos.

e)

De modo que cria novos caminhos.

Estruturas Linguísticas
7 -

Atenção: Considere o segmento abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

Ao criar novos caminhos, [o cérebro] expande sua capacidade de pensar, multiplicando as possibilidades intelectuais – o que, por sua vez, ajuda a expandir ainda mais a capacidade de pensar, numa esplêndida interação em que o cérebro muda o meio e o meio muda o cérebro. (4.º parágrafo)

O segmento final, introduzido pelo sinal de travessão, remete a uma relação (último parágrafo)

a)

de oposição entre os estímulos cerebrais e as causas que originam esses estímulos.

b)

espacial entre os estímulos intelectuais que determinam o funcionamento do cérebro.

c)

predeterminada de certas condições impostas ao funcionamento dos neurônios, na leitura digital.

d)

temporal entre elementos sucessivos que desencadeiam mudanças nos circuitos cerebrais.

e)

mútua de causa e efeito, que tende a favorecer o aprimoramento intelectual.

8 -

− o "aleph" semítico era uma consoante, que virou o "alfa" dos gregos e depois o "a" do alfabeto latino − (3.º parágrafo)

O segmento acima, isolado por travessões, constitui

a)

repetição de dados constantes do parágrafo.

b)

enumeração de condições para o uso da escrita.

c)

comentário informativo e explicativo.

d)

restrição ao assunto abordado anteriormente.

e)

finalidade do uso das vogais no mundo grego.

Língua Portuguesa
9 -

... só a palavra falada estimulava o questionamento e a memória... (1.º parágrafo)

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está na frase:

a)

... explica a neurocientista Maryanne Wolf...

b)

... que permitiu o mais esplêndido salto intelectual da civilização ocidental.

c)

A forma física que o texto adquire num papiro...

d)

... que o universo digital (...) roube dos jovens a leitura profunda...

e)

... o livro não recebia intervenção tecnológica...

Concordância Nominal e Verbal
10 -

As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas na frase:

a)

Já fazem séculos que, depois da argila, do papiro e do pergaminho, as pessoas, para transmitir seu conhecimento, se utiliza do papel.

b)

Durante séculos, o tipo da letra, o entrelinhamento e os espaços em branco de um livro impresso foi aperfeiçoado para estimular o hábito da leitura.

c)

É fundamental que as novas gerações, às voltas com a influência da tecnologia, sejam capazes de ler bem e de refletir, atentas aos aspectos relevantes de uma obra.

d)

Estudiosos do nosso tempo, tal como Sócrates na Antiguidade em relação à escrita, se preocupa com o possível impacto do mundo digital na transmissão da cultura.

e)

No momento, existe algumas pesquisas em que já se busca dados que avaliem a extensão do impacto causado ao cérebro pela leitura digital.

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