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Informações da Prova Questões por Disciplina Defensoria Pública do Estado - Rio de Janeiro - Técnico Superior Especializado - Estatística - FGV - Fundação Getúlio Vargas - 2014 - Prova Objetiva

Compreensão e Interpretação de Textos

Xópis

Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer – enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua.

Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas e grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a criação desses bazares modernos, estes centros de conveniência com que o Primeiro Mundo – ou pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo – se espraia pelo mundo todo. Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.

As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis.

(Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.)

1 -

Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Essa frase inicial do texto.

a)

mostra uma preocupação com a origem do termo shopping center.

b)

recebe um desmentido na progressão textual.

c)

tem explicação nas frases seguintes.

d)

anuncia o tema central do texto.

e)

antecipa algo cuja discussão será feita no último parágrafo.

Reescritura de texto
2 -

Não foram os americanos que inventaram o shopping center”. A forma de reescrever-se essa frase do texto que corresponde à estrutura significativa da frase original é

a)

Os americanos não foram os que inventaram o shopping center.

b)

Os americanos não foram os inventores do shopping center.

c)

O shopping center não tinha sido inventado pelos americanos.

d)

Não foram os americanos quem inventaram o shopping center.

e)

O shopping center, quem o inventou não foram os americanos.

Compreensão e Interpretação de Textos
3 -

"“Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente”."

Esse segmento do primeiro parágrafo mostra que o autor do texto.

a)

pretende dar uma informação precisa aos leitores.

b)

tenta mostrar, em sequência cronológica, os antecedentes do shopping.

c)

valoriza os shoppings, ao relacioná-los a intelectuais de peso.

d)

situa a criação do shopping na Europa e na Ásia,simultaneamente.

e)

procura falar, de forma pouco científica, sobre a origem doshopping.

Pontuação
4 -

"“Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, (1) na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava,(2) encantado, o Walter Benjamin. Ou, (3) se você quiser ir mais onge, os bazares do Oriente”."

Nesse segmento do texto há três ocorrências de uso da vírgula devidamente numeradas; a afirmativa correta sobre o seu emprego é.

a)

as ocorrências se justificam por três razões diferentes.

b)

as duas primeiras ocorrências se justificam pelo mesmo motivo.

c)

as três ocorrências se justificam pela mesma regra de pontuação.

d)

as ocorrências (1) e (3) se justificam pelo mesmo princípio.

e)

as ocorrências (2) e (3) se justificam pelo mesmo motivo.

Gramática e Semântica
5 -

se você quiser ir mais longe"”; a única forma dessa frase que NÃO apresenta um equivalente semântico corretamente expresso é

a)

caso você queira ir mais longe.

b)

na hipótese de você querer ir mais longe.

c)

no caso de você querer ir mais longe.

d)

desde que você queira ir mais longe.

e)

conquanto você queira ir mais longe.

Concordância Nominal e Verbal
6 -

Na frase “"se você quiser ir mais longe"”, a forma verbal empregada tem sua forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a forma verbal está ERRADA é:

a)

se você se opuser a esse desejo.

b)

se você requerer este documento.

c)

se você ver esse quadro.

d)

se você provier da China.

e)

se você se entretiver com o jogo.

Língua Portuguesa
7 -

A frase abaixo em que a palavra sublinhada apresenta dupla possibilidade de sentido é

a)

"“...e as passagens de Paris pelas quais flanava...”"

b)

"“se você quiser ir mais longe,...”"

c)

"“foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas”".

d)

“"Cidades só de calçadas...”"

e)

"“dedicadas às compras e ao lazer"”.

8 -

A forma “"xópi"” representa

a)

a forma gráfica autorizada equivalente a shopping.

b)

a tradução literal do inglês shopping.

c)

uma tentativa de grafar a pronúncia de shopping.

d)

uma pronúncia popular do inglês shopping.

e)

uma adaptação culta do inglês shopping.

Figuras de Linguagem
9 -

Ao dizer que os shoppings são “"cidades"”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada.

a)

metonímia.

b)

eufemismo.

c)

hipérbole.

d)

metáfora.

e)

catacrese.

Língua Portuguesa
10 -

Ao dizer que os shoppings são cidades “só "de calçadas"”, o auto do texto quer expressar a ideia de que nos shoppings

a)

só há tráfego de veículos leves.

b)

os espaços entre as lojas são bastante amplos.

c)

o público pode andar em todos os espaços.

d)

os caminhos são sempre muito bem cuidados.

e)

todos os cidadãos podem entrar.

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