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Informações da Prova Questões por Disciplina CEFET-RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - Assistente de Alunos - CESGRANRIO - 2014 - Prova Objetiva

Língua Portuguesa

Escrever é fácil?

		Para estimular crianças e jovens a escrever, há
	quem diga que escrever é fácil: basta pôr no papel o
	que está na cabeça. Na maioria das vezes, porém,
	este estímulo é deveras desestimulante.
5		Há boas explicações para o desestímulo: se a
	pessoa não consegue escrever, convencê-la de que
	escrever é fácil na verdade a convence apenas da
	sua própria incompetência, a convence apenas de
	que ela nunca vai conseguir escrever direito; não
10	se escreve pondo no papel o que está na cabeça,
	sob pena de ninguém entender nada; quem escreve
	profissionalmente nunca acha que escrever é fácil,
	nem mesmo quando escreve há muito tempo — a não
	ser que já escreva mecanicamente, apenas repetindo
15	frases e fórmulas.
		Via de regra, nosso pensamento é caótico: funciona
	para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não
	funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito,
	tal qual se encontra na cabeça. Para entender o nosso
20	próprio pensamento, precisamos expressá-lo para
	outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o pensamento
	segundo um código comum e então, finalmente, o
	entendemos, isto é, nos entendemos. Não à toa o
	jagunço Riobaldo, personagem do escritor Guimarães
25	Rosa, dizia: professor é aquele que de repente aprende.
		Todo professor conhece este segredo: você
	entende melhor o seu assunto depois de dar sua
	aula sobre ele, e não antes. Ao falar sobre o meu
	tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco,
30	aumento exponencialmente a minha compreensão
	a respeito. Motivado pelas expressões de dúvida e
	até de estupor dos alunos, refino minhas explicações
	e, ao fazê-lo, entendo bem melhor o que queria
	dizer. Costumo dizer que, passados tantos anos de
35	profissão, gosto muito de dar aula, principalmente
	porque ensinar ainda é o melhor método de estudar
	e compreender.
		Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a
	um grupo de alunos que não conheço, pelo menos
40	no começo dos meus cursos, quem escreve o faz
	para ser lido por leitores que ele potencialmente não
	conhece e que também não o conhecem. Mesmo
	ao escrever um diário secreto, faço-o imaginando
	um leitor futuro: ou eu mesmo daqui a alguns anos,
45	ou quem sabe a posteridade. Logo, preciso do outro
	e do leitor para entender a mim mesmo e, em última
	análise, para ser e saber quem sou.
		Exatamente porque esta relação com o outro,
	aluno ou leitor, é tão fundamental, todo professor sente
50	um frio na espinha quando encontra uma nova turma,
	não importa há quantos anos exerça o magistério.	
	Pela mesma razão, todo escritor fica “enrolando” até
	começar um texto novo, arrumando a escrivaninha ou
	vagando pela internet, não importa quantos livros já
55	tenha publicado. Pela mesmíssima razão, todo aluno
	não quer que ninguém leia sua redação enquanto a
	escreve ou faz questão de colocá-la debaixo da pilha
	de redações na mesa do professor, não importa se
	suas notas são boas ou não na matéria.
60		Escrever definitivamente não é fácil, porque nos
	expõe no momento mesmo de fazê-lo. [...] Quem
	escreve sente de repente todas as suas hesitações,
	lacunas e omissões, percebendo como o seu próprio
	pensamento é incompleto e o quanto ainda precisa
65	pensar. Quem escreve de repente entende o quanto
	a sua própria pessoa é incompleta e fraturada, o
	quanto ainda precisa se refazer, se inventar, enfim:
	se reescrever.

BERNARDO, G. Conversas com um professor de literatura. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. Adaptado.

1 -

De acordo com as ideias desenvolvidas pelo autor no texto, a dificuldade em escrever existe pela falta de

a)

dedicação diária ao hábito da leitura

b)

interesse verdadeiro do público leitor

c)

relação direta entre pensamento e escritaestímulo constante para a prática da redação

d)

estímulo constante para a prática da redação

e)

interação adequada entre professores e alunos

2 -

Para apresentar o ponto de vista desenvolvido no segundo parágrafo, o autor emprega o seguinte recurso de organização de ideias:

a)

enumeração

b)

comparação

c)

descrição

d)

gradação

e)

relato

3 -

Ao longo do texto, há marcas de linguagem que indicam uma aproximação, uma espécie de diálogo, que o autor estabelece com aqueles que estão lendo seu texto.

Um trecho que contém uma dessas marcas de linguagem é:

a)

“Na maioria das vezes, porém, este estímulo é deveras desestimulante.” (l. 3-4)

b)

“Ao fazê-lo, organizamos o pensamento segundo um código comum” (l. 21-22)

c)

“Todo professor conhece este segredo:” (l. 26)

d)

“Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo” (l. 28-29)

e)

“do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo de alunos” (l. 38-39)

4 -

A analogia entre a atividade de escrita e o ofício do professor fundamenta-se no seguinte motivo:

a)

as aulas devem seguir estritamente o planejamento elaborado pelo professor.

b)

os alunos precisam estar sempre atentos às novidades ensinadas.

c)

a experiência acumulada conduz sempre a um exercício mecânico das atividades.

d)

a tentativa de responder a dúvidas apresentadas aprofunda os conhecimentos do professor.

e)

as hesitações frequentes e inseguranças podem levar ao fracasso.

5 -

A atividade de escrita, de acordo com o texto, pressupõe o(a)

a)

domínio das estruturas linguísticas prescritas pela norma

b)

gosto bem desenvolvido pela leitura

c)

clareza e completude nas intenções do falante

d)

criação de imagem de um interlocutor

e)

utilização mecânica dos tipos textuais

6 -

A expansão do significado mais concreto das palavras é recurso largamente utilizado.

Observa-se expansão de significado mais concreto para outro, mais abstrato, em:

a)

“a não ser que já escreva mecanicamente, apenas repetindo frases e fórmulas” (l. 13-15)

b)

“funciona para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito” (l. 16-18)

c)

“professor é aquele que de repente aprende” (l. 25)

d)

“Pela mesmíssima razão, todo aluno não quer que ninguém leia sua redação enquanto a escreve” (l. 55-57)

e)

“Quem escreve sente de repente todas as suas hesitações, lacunas e omissões” (l. 61-63)

7 -

A conexão entre as ações apresentadas se estabelece a partir de uma sequência temporal em:

a)

“convencê-la de que escrever é fácil na verdade a convence apenas da sua própria incompetência” (l. 6-8)

b)

“funciona para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito” (l. 16-18)

c)

“Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento exponencialmente a minha compreensão a respeito” (l. 28-31)

d)

“Logo, preciso do outro e do leitor para entender a mim mesmo e, em última análise, para ser e saber quem sou” (l. 45-47)

e)

“Escrever definitivamente não é fácil, porque nos expõe no momento mesmo de fazê-lo” (l. 60-61)

8 -

Considerando as ideias desenvolvidas no texto, observase uma visão negativa do autor sobre certo comportamento quando ele emprega a palavra que está destacada no seguinte trecho:

a)

“a não ser que já escreva mecanicamente,” apenas repetindo frases e fórmulas. (l. 13-15)

b)

“Via de regra, nosso pensamento é caótico” (l. 16)

c)

“Não à toa o jagunço Riobaldo, personagem do escritor Guimarães Rosa” (l. 23-25)

d)

“ou eu mesmo daqui a alguns anos, ou quem sabe a posteridade.” (l. 44-45)

e)

“o quanto ainda precisa se refazer, se inventar” (l. 66-67)

9 -

Em “este estímulo é deveras desestimulante.” (l. 4), a palavra em destaque expressa ideia de

a)

tempo

b)

dúvida

c)

negação

d)

condição

e)

intensidade

10 -

Em “nem mesmo quando escreve há muito tempo” (l.13), a palavra em destaque não possui nem gênero, masculino ou feminino, nem número, singular ou plural.

A palavra mesmo também apresenta essa característica em:

a)

“Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo de alunos” (l. 38-39)

b)

“Mesmo ao escrever um diário secreto” (l. 42-43)

c)

“ou eu mesmo daqui a alguns anos” (l. 44)

d)

“Logo, preciso do outro e do leitor para entender a mim mesmo” (l. 45-46)

e)

“porque nos expõe no momento mesmo de fazê-lo.” (l. 60-61)

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