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Informações da Prova Questões por Disciplina Tribunal de Contas do Estado - TCE - Paraíba - Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas - CESPE - UnB - 2014 - Prova Objetiva

Língua Portuguesa

Texto I

1               A Carta Roubada é um dos contos mais célebres de
        Edgar Allan Poe. Nele, o escritor norte-americano conta a
        história de um ministro que resolve chantagear a rainha
4       roubando a carta que lhe fora endereçada por um amante.
                Desesperada, a rainha encarrega sua polícia secreta de
        encontrar a carta, que provavelmente deveria estar na casa do
7       ministro. Uma astuta análise, com os mais modernos métodos,
        é feita sem sucesso. Reconhecendo sua incompetência, o chefe
        de polícia apela a Auguste Dupin, um detetive que tem a única
10      ideia sensata do conto: procurar a carta no lugar mais óbvio
        possível, a saber, em um porta-cartas em cima da lareira.
                A leitura do conto de Edgar Allan Poe deveria ser
13      obrigatória para os responsáveis pela educação pública. Muitas
        vezes, eles parecem se deleitar em procurar as mais finas
        explicações, contratar os mais astutos consultores
16      internacionais com seus métodos pretensamente inovadores,
        sendo os problemas a combater primários e óbvios para
        qualquer um que queira, de fato, enxergá-los.
19              Por exemplo, há semanas descobrimos, graças ao
        Censo Escolar de 2011, que 72,5% das escolas públicas
        brasileiras simplesmente não têm bibliotecas. Isto equivale a
22      113.269 escolas. Um descaso que não mudou com o tempo, já
        que, das 7.284 escolas construídas a partir de 2008, apenas
        19,4% têm algo parecido com uma biblioteca.
25              Diante de resultados dessa magnitude, não é difícil
        entender a matriz dos graves problemas educacionais que
        atravessamos. Difícil é entender por que demoramos tanto para
28      ter uma imagem dessa realidade.
                Ninguém precisa de mais um discurso óbvio sobre a
        importância da leitura e do contato efetivo com livros para a
31      boa formação educacional, ou melhor, ninguém a não ser os
        administradores da educação pública, em todas as suas esferas,
        não fazendo sentido algum discutir o fracasso educacional
34      brasileiro se questões elementares são negligenciadas a tal
        ponto.
                Em política educacional, talvez vamos acabar por
37      descobrir que “menos é mais”. Quanto menos “revoluções na
        educação” e quanto mais capacidade de realmente priorizar a
        resolução de problemas elementares (bibliotecas, valorização
40      da carreira dos professores etc.), melhor para todos.

Vladimir Safatle. A biblioteca roubada. In: Folha de S.Paulo, São Paulo, 5/2/2013 (com adaptações)

1 -

Com base na leitura desse texto, assinale a opção correta.

a)

Segundo o autor, é preciso apostar em uma disposição revolucionária dos administradores das escolas brasileiras, que seja capaz de estabelecer uma sintonia entre a educação no Brasil e inovações educacionais internacionais.

b)

O autor considera a valorização dos professores e a implantação de bibliotecas em escolas públicas elementos menores e, portanto, desnecessários ao avanço da educação brasileira.

c)

Os dados presentes no texto comprovam a eficácia do investimento em novas tecnologias por parte dos gestores da educação brasileira.

d)

O conto de Edgar Allan Poe é utilizado como argumento para a defesa da seguinte ideia: para a melhoria da educação no Brasil, é necessário considerar a realização do que parece mais óbvio.

e)

O fracasso educacional brasileiro, segundo o autor, tem raízes históricas, claramente associadas à formação de professores.

2 -

Assinale a opção correta no que se refere a aspectos linguísticos do texto.

a)

Em “"Uma astuta análise, com os mais modernos métodos, é feita sem sucesso"” (l.7-8), verifica-se o emprego da voz ativa.

b)

No trecho “"Muitas vezes, eles parecem se deleitar em procurar as mais finas explicações"” (l.13-15), o pronome “"eles” retoma", por coesão, "“Edgar Allan Poe"” (l.12) e "“responsáveis pela educação"” (l.13).

c)

O termo “"descaso"” (l.22) retoma, no texto, as informações prestadas sobre o conto de Edgar Allan Poe.

d)

No último parágrafo do texto, o emprego das aspas evidencia ironia em apenas uma das expressões destacadas

e)

No trecho “"o escritor norte-americano conta a história de um ministro que resolve chantagear a rainha roubando a carta que lhe fora endereçada por um amante"” (l.2-4), o vocábulo "“que"” exerce, em cada ocorrência, função sintática distinta.

3 -

Em relação ao texto, assinale a opção correta.

a)

O uso dos dados estatísticos é decisivo para a argumentação do autor e, também, para interpretação do título do texto, A biblioteca roubada.

b)

A descrição desempenha papel determinante na exposição das ideias do autor, haja vista a natureza figurativa do texto.

c)

O emprego da primeira pessoa do plural, em algumas partes do texto, evidencia que o autor possui influência nas instâncias gestoras que decidem sobre a educação no Brasil.

d)

Predomina no texto a estrutura narrativa, o que se evidencia na referência ao conto de Edgar Allan Poe.

e)

Não é possível discernir claramente o posicionamento do autor acerca da realidade da educação brasileira das opiniões veiculadas pelos programas governamentais ligados ao ensino brasileiro.

Texto II

1               Às vezes, eu sinto a angústia de um menino perdido
        numa multidão. Vivemos hoje no Brasil um período inusitado
        de estabilidade política permeada pelas superimposições
4       promovidas pelo casamento entre hierarquias aristocráticas ―
        que, em todas as sociedades (e sobretudo na escravidão, como
        percebeu o seu teórico mais sensível, Joaquim Nabuco), têm
7       como base a amizade e a simpatia pessoal ― e pelo
        individualismo moderno relativamente igualitário, que
        demanda burocracia e, com ela, uma impecável, abrangente e
10      inatingível impessoalidade.
                O hibridismo resultante pode ser negativo ou positivo.
        Pelo que capturo, o hibridismo é sempre mal visto porque ele
13      não cabe no modo ocidental de pensar. Provam isso as
        Cruzadas, a Inquisição, o Puritanismo, as Guerras Mundiais, o
        Holocausto e a exagerada ênfase na purificação e na eugenia ―
16      na coerência absoluta entre gente, terra, língua e costumes,
        típicas do eurocentrismo. A mistura corre do lado errado e
        tende a derrapar como um carro dirigido por jovens bêbados
19      quando saem da balada.
                Como gostamos de brincar com fogo, estamos sempre
        a um passo da legitimação da violência, justificada como a voz
22      dos oprimidos que ainda não aprenderam a se manifestar
        corretamente. E como fazê-lo se jamais tivemos um ensino
        efetivamente igualitário ou instrumental para o igualitarismo
25      numa sociedade cunhada pelo escravismo e por uma ética de
        condescendência pelos amigos e conhecidos?
                Pressinto uma enorme violência no nosso sistema de
28      vida. Temo que ela venha a ocupar um território ainda mais
        denso e seja usada para legitimar outras violências tanto ou
        mais brutais do que o quebra-quebra hoje redefinido como
31      “manifestações”, protestos que começam como demandas
        legítimas e, infiltrados, tornam-se quebra-quebras. Qual é o
        lado a ser tomado se ambos são legítimos e, como é óbvio,
34      dizem alguma coisa como tudo o que é humano?
                Estou, pois, um tanto perdido e um tanto achado nessa
        encruzilhada entre demandas legais e prestígios pessoais. Entre
37      patrimonialismo carismático e burocracia, os quais sustentam
        o “Você sabe com quem está falando?” ― esse padrinho do
        “comigo é diferente”, “cada caso é um caso”, “ele é meu
40      amigo”, “você está errado mas eu continuo te amando”... E por
        aí vai numa sequência que o leitor pode inferir, deferir ou
        embargar.

Roberto da Mata. Achados e perdidos. In: O Estado de S.Paulo, São Paulo, 23/10/2013 (com adaptações).

4 -

O texto de Roberto da Mata é;

a)

estruturado sob ponto de vista marcadamente individualista, o que se comprova pelo emprego reiterado da primeira pessoa do discurso.

b)

predominantemente descritivo, visto que se resume na descrição de conceitos sociológicos, tais como o de hibridismo.

c)

predominantemente narrativo, dada a forma como se organizam os fatos constituidores da sociedade brasileira.

d)

expositivo-argumentativo, o que se evidencia pela exposição de ideias e argumentação sob um viés teórico-crítico.

e)

construído com base em princípios moralizantes e dogmáticos sem a apresentação de argumentos que possam ser comprovados empiricamente.

5 -

Com base nas ideias do texto, assinale a opção correta.

a)

Conforme demonstrado no texto, o hibridismo legitima a violência na sociedade brasileira, marcada pela presença de uma população oprimida

b)

De acordo com o texto, há raízes históricas evidentes para a maneira segundo a qual os brasileiros não conseguem conceber, na prática cotidiana, o igualitarismo.

c)

Infere-se da leitura do texto que a burocracia e o pessoalismo no Brasil são absolutamente excludentes.

d)

O autor do texto manifesta-se contrário à miscigenação da sociedade, caracterizada por ele como hibridismo "“mal visto"” (l.12)

e)

Segundo o autor do texto, o principal problema do país resulta do longo período de estabilidade política, que permite que quebra-quebra seja entendido como manifestação.

6 -

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto, assinale a opção correta.

(Questão anulada)
a)

No trecho: “"Provam isso as Cruzadas, a Inquisição, o Puritanismo, as Guerras Mundiais, o Holocausto e a exagerada ênfase na purificação e na eugenia"” (l.13-15) os termos empregados com letra maiúscula são núcleos do complemento verbal.

b)

As vírgulas empregadas na linha 35 isolam oração de valor adverbial

c)

A palavra "“sobretudo”" (l.5) pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por portanto.

d)

Dado o contexto em que está empregada, a palavra “"porque"” (l.12), pode ser grafada, com correção gramatical, separadamente ― por que.

e)

Em "“Pressinto uma enorme violência no nosso sistema de vida"” (l.27-28), a forma verbal está empregada com o sentido de preconizo.

Texto III

Falsos saudáveis

1               Aliados na luta contra o excesso de calorias e doenças
        como o diabetes, alimentos diet e light podem ser inimigos na
        luta contra doenças como a hipertensão. Nesses alimentos, o
4       teor de sódio costuma ser maior que nos similares
        convencionais, como mostra estudo da nutricionista Waleska
        Nishida, do Programa de Pós-graduação em Nutrição da
7       Universidade Federal de Santa Catarina.
                Na pesquisa ― que envolveu o exame do rótulo de
        3.449 alimentos industrializados à venda em uma rede de
10      supermercados ―, Nishida comparou o teor de sódio de
        alimentos convencionais com o de alimentos com isenção ou
        redução de nutrientes (IR), incluindo-se aqueles com alegação
13      diet e light.
                Os resultados são um alerta para os consumidores: o
        teor de sódio dos alimentos IR foi, em média, 43% maior que
16      o dos similares convencionais. Caldos, pós para refresco,
        gelatinas, refrigerantes e balas estão entre os alimentos com
        maior teor de sódio. Já picolés, cereais e mistura para bolo diet
19      ou light têm menos sódio que a versão convencional desses
        alimentos.
                Embora, na maioria das vezes, os alimentos
22      contenham sódio em sua composição natural, muitos recebem
        acréscimo da substância no processo de fabricação. A adição
        é feita para realçar o sabor, modificar a textura ou substituir
25      algum ingrediente.
                Consumido em excesso, o sódio pode desencadear não
        só hipertensão, mas também problemas renais, doenças
28      cardiovasculares e até certos tipos de câncer. A Organização
        Mundial da Saúde recomenda o consumo máximo de 2 g de
        sódio por dia, o equivalente a 5 g de sal de cozinha.

Franciele Petry Schramm. In: Ciência Hoje, 21/10/2013 (com adaptações).

7 -

Assinale a opção em que a frase apresentada encerra o tema central do texto;

a)

Benefícios do uso consciente dos alimentos diet e light.

b)

A falsa presença do sódio no processo de industrialização de alimentos.

c)

A dicotomia entre alimentação industrializada e alimentação natural.

d)

A contribuição dos alimentos IR para o controle da obesidade.

e)

Os riscos do consumo de alimentos diet e light para a saúde

8 -

No que se refere a aspectos linguísticos do texto, assinale a opção correta.

a)

No trecho "“Já picolés, cereais e mistura para bolo diet ou light (...) alimentos"” (l.18-20), o termo "“Já"” não expressa circunstância temporal.

b)

A expressão "“com o de alimentos"” (l.11) corresponde a com o sódio de alimentos.

c)

No título do texto, o vocábulo "“Falsos"” exerce função exclusivamente substantiva.

d)

Na linha 1, o termo “"Aliados"” está flexionado no plural porque concorda com “"diabetes"” (l.2).

e)

O vocábulo “aqueles” (l.12) refere-se ao termo "“alimentos convencionais"” (l.11).

Redação Oficial
9 -

São características essenciais da comunicação oficial, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República

a)

informalidade, impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão e uniformidade.

b)

prolixidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

c)

impessoalidade, uso do padrão técnico da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

d)

impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

e)

pluralidade, impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão e uniformidade.

10 -

Assinale a opção correta em relação à forma, às funções e usos previstos no Manual de Redação da Presidência da República para o memorando

a)

O memorando é a modalidade de comunicação interna entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que estejam, de forma obrigatória, hierarquicamente dispostas em um mesmo nível.

b)

Os despachos ao memorando devem ser dados em documento separado, ou seja, sempre em um novo memorando que responde ao primeiro.

c)

O memorando é a modalidade de comunicação interna, ou seja, entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes.

d)

Quanto à forma, o memorando não segue nenhum dos itens constituidores do modelo do padrão ofício

e)

O memorando não deve ser utilizado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes a serem adotados por determinado setor do serviço público.

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