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Informações da Prova Questões por Disciplina BACEN - Banco Central do Brasil - Analista - CESGRANRIO - 2009 - Prova Objetiva - Conhecimentos Gerais

Interpretação de Textos

Retalhos Cósmicos

Texto I

       Olhar para o céu noturno é quase um privilégio

       em nossa atribulada e iluminada vida moderna. (...)

       Companhias de turismo deveriam criar “excursões

       noturnas”, em que grupos de pessoas são

5     transportados até pontos estratégicos para serem instruídos por

       um astrônomo sobre as maravilhas do céu noturno.

       Seria o nascimento do “turismo astronômico”, que

       complementaria perfeitamente o novo turismo

       ecológico. E por que não? Turismo astronômico ou não,

10    talvez a primeira impressão ao observarmos o céu noturno seja uma

       enorme sensação de paz, de permanência, de profunda ausência

       de movimento, fora um

       eventual avião ou mesmo um satélite distante (uma

       estrela que se move!). Vemos incontáveis estrelas,

15   emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente

      indiferentes às atribulações humanas.

      Essa visão pacata dos céus é completamente diferente

      da visão de um astrofísico moderno. As inocentes estrelas são

      verdadeiras fornalhas nucleares,

20   produzindo uma quantidade enorme de energia a cada

      segundo. A morte de uma estrela modesta como o Sol,

      por exemplo, virá acompanhada de uma explosão que

      chegará até a nossa vizinhança, transformando tudo

      o que encontrar pela frente em poeira cósmica.

25  (O leitor não precisa se preocupar muito.

      O Sol ainda produzirá energia “docilmente” por mais uns 5 bilhões de

      anos.)

GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos.

 

1 -

O autor considera a possibilidade de se olhar para o céu noturno a partir de duas distintas perspectivas, que se evidenciam no confronto das seguintes expressões:

(Questão anulada)
a)

"...instruídos por um astrônomo..." (L. 5-6) / "...visão de um astrofísico..." (L. 18)

b)

"...maravilhas do céu noturno." (L. 6) / "...sensação de paz," (L. 11)

c)

"...ausência de movimento," (L. 12) / "...fornalhas nucleares," (L. 19)

d)

"...radiação eletromagnética," (L. 15) / "...quantidade enorme de energia..." (L. 20)

e)

"...poeira cósmica." (L. 24) / "...visão de um astrofísico..." (L. 18)

2 -

Considere as afirmações a seguir.

I - Na primeira frase do texto, os termos "...atribulada..." (L. 2) e "...iluminada..." (L. 2) caracterizam dois aspectos contraditórios e inconciliáveis do que o autor chama de "vida moderna".

II - No final do primeiro parágrafo, o sentido da expressão "perfeitamente indiferentes às atribulações humanas." (L. 15-16) indica que já se desfez aquela "...primeira impressão..." (L. 10) e desapareceu a "...sensação de paz," (L. 11).

III - No segundo parágrafo, a expressão "...estrela modesta..." (L. 21), referente ao Sol, implica uma avaliação que vai além das impressões ou sensações de um observador comum.

Está(ão) correta(s) APENAS a(s) afirmação(ões):

(Questão anulada)
a)

I.

b)

II.

c)

III.

d)

I e II.

e)

II e III.

Sintaxe da Oração e do Período
3 -

"Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas." (L. 14-16).

No período, encontram-se uma oração:

a)

principal e outra subordinada reduzida de infinitivo.

b)

principal e outra subordinada adjetiva reduzida de gerúndio.

c)

principal e outra subordinada adjetiva reduzida de particípio.

d)

coordenada e outra subordinada adjetiva restritiva.

e)

coordenada e outra subordinada reduzida de gerúndio.

Interpretação de Textos

A Vingança da Miséria

Texto II

No Brasil das últimas décadas,

a miséria teve diversas caras.

Houve um tempo em que, romântica, ela batia à

nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas

vezes, suplicava por uma roupinha velha.

Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos

5  dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança.

Ao alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas consciências.

Dormíamos o sono dos justos.

A urbanização do Brasil deu à miséria certa

impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um

10  elemento da paisagem, algo para ser visto pela janelinha do carro,

ora esparramada sobre a calçada, ora

refugiada sob o viaduto.

A modernidade trouxe novas formas de contato

com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja,

15  esfarrapada, no vidro de nosso carro.

Os semáforos ganharam uma inesperada função

social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade

pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de

bem com nossos travesseiros.

20  Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de

imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a docilidade.

A rua oferecia-nos algo além de água

encanada e luz elétrica.

Os telejornais passaram a despejar violência

25  sobre o tapete da sala,

aos pés de nossos sofás. Era

como se dispuséssemos de um eficiente sistema de

miséria encanada.

Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão

da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.

30  Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora

não pede; exige. Ela já não suplica; toma.

A miséria não bate mais à nossa porta; invade.

Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca

os relógios dos braços distraídos.

35  Acuada, a cidade passou de opressora a vítima

dos morros. No Brasil de hoje, a riqueza é refém da

miséria.

A constituição do perfil da miséria no Brasil está

diretamente relacionada com a crescente

40  modernização do país.

SOUZA, Josias de. “A vingança da miséria”. Folha de S. Paulo, São

Paulo, 31 out. 1994.Caderno Opinião, p.2. (Adaptado)

4 -

A partir da leitura do Texto II, conclui-se que ele tem por objetivo:

(Questão anulada)
a)

criticar a ação governamental no trato com a miséria.

b)

defender práticas de maior justiça social.

c)

denunciar a culpa sentida pelas classes privilegiadas.

d)

indicar soluções para a desigualdade social do país.

e)

mostrar a evolução da situação de miséria no Brasil.

5 -

"Embora violenta, a miséria ainda nos excluía." (L. 29).

Essa frase é uma síntese das passagens do texto apresentadas a seguir, EXCETO:

(Questão anulada)
a)

"Conhecíamos os nossos mendigos." (L. 4)

b)

"Dormíamos o sono dos justos." (L. 7)

c)

"Continuávamos de bem com nossos travesseiros." (L. 18-19)

d)

"A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica." (L. 22-23)

e)

"Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada." (L. 25-27)

Compreensão e Interpretação de Textos
6 -

"A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem, algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto.A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro." (L. 8-15).

Considerando a norma padrão da Língua Portuguesa no fragmento, afirma-se corretamente que:

a)

a supressão da preposição em "passou a apresentar-se" (L. 9) prejudica a correção da frase.

b)

a forma verbal correspondente a passou, no plural, mantendo-se o tempo e o modo, é "passam".

c)

as conjunções ora.ora, no fragmento "ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto." (L. 11-12), aditam duas idéias que expressam a mesma noção de finalidade da ação.

d)

o deslocamento do adjetivo "novas" (L. 13), com as devidas alterações, produz "formas novas de contato com a riqueza", com forte prejuízo do sentido original.

e)

o termo destacado na frase "A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade." (L. 8-9) exerce a função de adjunto.

7 -

A circunstância expressa pelos termos em destaque está corretamente indicada em:

a)

"algo para ser visto pela janelinha do carro," (L. 10-11) - lugar

b)

"...esparramada sobre a calçada," (L. 11) - concessão.

c)

"...pingando esmolas em mãos rotas." (L. 18) - modo.

d)

"Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV." (L. 20-21) - consequência.

e)

"Embora violenta, a miséria ainda nos excluía." (L. 29) - condição.

Interpretação de Textos

Todas as Cidades

Texto III

A cidade moderna são os ecos [de um] labirinto –

presídio complexo de ruas cruzadas e rios aparentemente sem embocadura

– onde a iniciação itinerante

e o fio de Ariadne se mostram tênues ou nulos.

5  Invertendo-se uma das

interpretações do mito, o labirinto

aqui não é a trilha para chegar-se ao centro; é, antes,

marca da dispersão. Indica a vitória do material sobre

o espiritual, do perecível sobre o eterno. Ou mais, o

lugar do descartável e do novo e sempre-igual.

10  O homem citadino é presa dessa cidade, está enredado em suas malhas.

Não consegue sair desse

espaço denso, uma vez que a civilização urbana espraiou-se para

além dos centros metropolitanos e continua a preencher grandes

áreas que gravitam em

15  torno desses centros. A partir da Revolução Industrial, o

fenômeno urbano parece ter ultrapassado as fronteiras das “cidades”

e ter-se difundido pelo espaço físico. O signo do progresso transforma a urbanização

em movimento centrífugo, gerando a metrópole que

20  se dispersa. Assim, o citadino – homem à deriva – está

na cidade como em labirinto, não pode sair dela sem

cair em outra, idêntica ainda que seja distinta.

GOMES, Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade. Rio de

Janeiro: Rocco, 1994.

8 -

Na visão do autor, a cidade é um espaço caracterizado por antíteses, por opostos que se somam num todo quase sempre contraditório. Esse ponto de vista se faz presente de forma particularmente significativa em:

a)

"A cidade moderna são os ecos [de um] labirinto -" . (L. 1)

b)

"Ou mais, o lugar do descartável e do novo e sempreigual." (L. 8-9)

c)

"O homem citadino é presa dessa cidade," (L. 10)

d)

"Não consegue sair desse espaço denso," (L. 11-12)

e)

"O signo do progresso transforma a urbanização em movimento centrífugo," (L. 18-19)

Compreensão e Interpretação de Textos

Notas de Ufologia Parental.

Texto IV

Acredito na existência de vida em outros planetas.

Tenho três adolescentes em casa. Embora seus

corpos permaneçam nesta dimensão, suas mentes

vagam bem além da ionosfera. Não. Não adianta

5  dizer que também já fui assim.

Não fui. Não fui. Não fui.

Vou prender a respiração até você acreditar em mim.

Não tive infância, nem adolescência; já nasci velho.

Portanto, observo as três jovens moças como se a

porta da nave tivesse acabado de se abrir e, lá de

10  dentro, eu ouvisse: “Leve-me ao seu líder”.

Errado. Essa frase jamais seria ouvida no planeta

de onde elas vêm. Lá, o desconhecimento do conceito de líder é absoluto.

Logo, por que haveriam de querer conhecer o líder da Terra?Graças às últimas

15  festinhas de criança, que hoje percebo terem

sido congressos de ufologia disfarçados, sou testemunha de

que alienígenas do sexo masculino são rebeldes, mas 

isso não torna as alienígenas do sexo feminino exatamente dóceis.

Elas são é distraídas, vivem com a

20  cabeça nas nuvens, não associam

a TV ligada à eletricidade.

DAPIEVE, Arthur. Notas de ufologia parental.  O Globo, 13 ago. 2004.

(Adaptado)

9 -

As duas orações enunciadas estão ligadas por conectivo adequado ao sentido expresso no texto em:

a)

Acredito na existência de vida em outros planetas, mas tenho três adolescentes em casa.

b)

Acredito na existência de vida em outros planetas, pois tenho três adolescentes em casa.

c)

Acredito na existência de vida em outros planetas, posto que tenho três adolescentes em casa.

d)

Acredito na existência de vida em outros planetas, porém tenho três adolescentes em casa.

e)

Acredito na existência de vida em outros planetas, não obstante ter três adolescentes em casa.

Interpretação de Textos
10 -

"Não. Não adianta dizer que também já fui assim. Não fui. Não fui. Não fui. Vou prender a respiração até você acreditar em mim. Não tive infância, nem adolescência; já nasci velho." (L. 4-7)

No trecho, o autor:

a)

afirma, de forma convincente, que sempre foi maduro.

b)

revela sua inveja das filhas adolescentes.

c)

tenta afirmar sua maturidade, mas se mostra infantil.

d)

demonstra a necessidade de ser sempre maduro.

e)

mostra sua nostalgia pela infância perdida.

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