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Informações da Prova Questões por Disciplina Prefeitura de Colômbia - SP (Prefeitura Municipal de Colômbia) - Enfermeiro - CONSULPLAN (Consulplan) - 2020

Língua Portuguesa

Texto I

Texto para responder à questão.

1 -

Em “A família, a escola, os outros, todos elegem [...]” (1º§) pode-se observar que, após a enumeração, ocorre:

a)

A avaliação da informação anterior.

b)

O esclarecimento dos termos antecedentes.

c)

A particularização de uma referência genérica.

d)

O resumo numa só palavra de vários termos da oração.

2 -

Quanto ao foco narrativo, pode-se afirmar que:

a)

No texto, o narrador reconhece o ponto de vista de cada personagem, apresentando uma mesma situação sob diferentes perspectivas.

b)

O narrador está presente na narrativa, relata suas percepções, sentimentos e pensamentos criando, assim, um efeito de subjetividade.

c)

O narrador mostra-se objetivo, conhecedor dos fatos apresentados, do comportamento dos personagens, de suas intenções e de seus sentimentos.

d)

Através de um estilo único, são apresentados dois modos de narrar que se complementam: primeiro o narrador introduz-se no discurso, a seguir ausenta-se dele.

3 -

A correção semântica e gramatical do texto mantém-se com a sugestão apresentada em:

a)

todos elegem em nós” / todos nos escolhem

b)

porque não há um único silêncio.” / embora não haja um único silêncio.

c)

Uns nasceram para cantar”/ Há aqueles que nasceram destinados a cantar

d)

um território em que poderemos brilhar.” / um lugar que poderemos nos destacar.

4 -

Pode-se afirmar que, segundo o narrador do texto:

a)

Seu talento difere-se quanto ao campo de atuação e esforço empreendido em relação a outras atividades citadas no texto.

b)

Sua vocação relaciona-se à eleição que a sociedade faz para cada indivíduo que dela participa, confirmando a expectativa criada no primeiro período do texto.

c)

Há um confronto de ideias entre os vários segmentos da sociedade a fim de eleger o setor em que realmente o indivíduo poderá exercer com brilhantismo a função para a qual está destinado.

d)

Há uma múltipla interpretação acerca do talento com o qual cada um de nós já nasce, de modo que cabe ao indivíduo decidir-se mediante as várias alternativas que lhe são apresentadas pela família, pela escola etc.

5 -

A partir do tratamento dado à linguagem textual, pode-se afirmar que:

a)

A função utilitária do texto é predominante e seu objetivo é explicar e justificar o silêncio do narrador.

b)

O texto apresenta uma função estética em que se pode reconhecer a relevância do plano da expressão.

c)

No texto em análise, o plano da expressão tem como principal objetivo veicular o conteúdo apresentado.

d)

Pode-se reconhecer o caráter predominantemente denotativo do texto em uma narrativa que trata da realidade de vida do narrador.

6 -

Há na narrativa informações que indicam que:

a)

O silêncio do narrador era uma continuação do legado da mãe, por imposição do pai, porém.

b)

O narrador não se sentia completamente à vontade na função de “ajudar o pai a ficar calado”.

c)

A relação entre o narrador e seu pai era permeada de problemas e obstáculos que impediam o diálogo franco e voluntário.

d)

A partir do convívio familiar o narrador estabelece associações com modelos típicos de famílias que o levam a questionamentos e reflexões.

Texto II

Sob o feitiço dos livros

   Nietzsche estava certo: “De manhã cedo, quando o dia nasce, quando tudo está nascendo — ler um livro é simplesmente algo depravado”. É o que sinto ao andar pelas manhãs pelos maravilhosos caminhos da fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas. Procuro esquecer-me de tudo que li nos livros. É preciso que a cabeça esteja vazia de pensamentos para que os olhos possam ver. Aprendi isso lendo Alberto Caeiro, especialista inigualável na difícil arte de ver. Dizia ele que “pensar é estar doente dos olhos”.
   Mas meus esforços são frustrados. As coisas que vejo são como o beijo do príncipe: elas vão acordando os poemas que aprendi de cor e que agora estão adormecidos na minha memória. Assim, ao não pensar da visão, une-se o não-pensar da poesia. E penso que o meu mundo seria muito pobre se em mim não estivessem os livros que li e amei. Pois, se não sabem, somente as coisas amadas são guardadas na memória poética, lugar da beleza.
   “Aquilo que a memória amou fica eterno”, tal como o disse a Adélia Prado, amiga querida. Os livros que amo não me deixam. Caminham comigo. Há os livros que moram na cabeça e vão se desgastando com o tempo. Esses, eu deixo em casa. Mas há os livros que moram no corpo. Esses são eternamente jovens. Como no amor, uma vez não chega. De novo, de novo, de novo...
   Um amigo me telefonou. Tinha uma casa em Cabo Frio. Convidou-me. Gostei. Mas meu sorriso entortou quando disse: “Vão também cinco adolescentes...”. Adolescentes podem ser uma alegria. Mas podem ser também uma perturbação para o espírito. Assim, resolvi tomar minhas providências. Comprei uma arma de amansar adolescentes. Um livro. Uma versão condensada da “Odisseia”, de Homero, as fantásticas viagens de Ulisses de volta à casa, por mares traiçoeiros...
   Primeiro dia: praia; almoço; sono. Lá pelas cinco, os dorminhocos acordaram, sem ter o que fazer. E antes que tivessem ideias próprias eu tomei a iniciativa. Com voz autoritária, dirigi-me a eles, ainda sob o efeito do torpor: “Ei, vocês... Venham cá na sala. Quero lhes mostrar uma coisa”.
Não consultei as bases. Teria sido terrível. Uma decisão
democrática das bases optaria por ligar a televisão. Claro.
Como poderiam decidir por uma coisa que ignoravam? Peguei
o livro e comecei a leitura. Ao espanto inicial seguiu-se silêncio e atenção. Vi, pelos seus olhos, que já estavam sob o domínio do encantamento. Daí para frente foi uma coisa só. Não me deixavam. Por onde quer que eu fosse, lá vinham eles com a “Odisseia” na mão, pedindo que eu lesse mais. Nem na praia me deram descanso.
   Essa experiência me fez pensar que deve haver algo errado na afirmação que sempre se repete de que os adolescentes não gostam da leitura. Sei que, como regra, não gostam de ler. O que não é a mesma coisa que não gostar da leitura. Lembro-me da escola primária que frequentei. Havia uma aula
de leitura. Era a aula que mais amávamos. A professora lia para que nós ouvíssemos. Leu todo o Monteiro Lobato. E leu aqueles livros que se liam naqueles tempos: “Heidi”, “Poliana”, “A Ilha do Tesouro”.
   Quando a aula terminava, era a tristeza. Mas o bom mesmo é que não havia provas ou avaliações. Era prazer puro. E estava certo. Porque esse é o objetivo da literatura: prazer. O que os exames vestibulares tentam fazer é transformar a literatura em informações que podem ser armazenadas na cabeça. Mas o lugar da literatura não é a cabeça: é o coração. A literatura é feita com as palavras que desejam morar no corpo. Somente assim ela provoca as transformações alquímicas que deseja realizar. Se não concordam, que leiam João Guimarães Rosa, que dizia que literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano.

(ALVES, Rubem. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u727.shtml.)

7 -

O trecho destacado a seguir “Assim, resolvi tomar minhas providências.” (4º§) está corretamente reescrito em:

a)

Resolveu-se que tomaria-se providências.

b)

Resolvi, então, tomar as minhas providências.

c)

Eu tomei à decisão de providenciar o necessário.

d)

Deste modo, resolveu-se que providências deveria ser tomadas.

8 -

Acerca do primeiro e segundo parágrafos, pode-se afirmar que:

a)

O segundo parágrafo em relação ao primeiro mostra-se contraditório, revelando ao leitor uma mudança de concepção do narrador em relação à leitura dos livros.

b)

Para Rubem Alves, suas ações em relação à prática literária precisam de aperfeiçoamento já que não exemplificam as orientações apresentadas na citação inicial do texto.

c)

A citação de Nietzsche tem a função de introduzir no texto lembranças da infância do autor as quais representam o direcionamento básico para a narrativa que se segue.

d)

O autor apresenta uma concordância com a citação com que inicia seu texto, mas ao mesmo tempo reconhece que, na prática, os acontecimentos seguem-se de um modo diferente daquilo que considera ideal no início do texto.

9 -

De acordo com as relações sintáticas que os termos exercem nas orações, pode-se afirmar que o termo destacado “o” em “‘Aquilo que a memória amou fica eterno’, tal como o disse a Adélia Prado, amiga querida.” atua como:

a)

Agente da passiva.

b)

Adjunto adnominal.

c)

Complemento verbal direto.

d)

Complemento verbal indireto.

10 -

Acerca da citação de Nietzsche na introdução do texto pode-se afirmar que:

a)

O ato de ler, na citação, está caracterizado por uma especificidade marcada por uma expressão temporal.

b)

Para Nietzsche, a leitura seria uma prática de privilégio das classes intelectuais, separadas da maior parte da sociedade.

c)

O autor mostra-se irônico ao introduzir o texto com a citação de Nietzsche, fato comprovado a partir das ideias expressas a seguir.

d)

A expressão “algo depravado” tem como referente a atitude de “ler um livro” e indica, portanto, a desaprovação do citado em relação a tal prática de forma generalizada.

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