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Informações da Prova Tribunal Regional Federal - 1.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2011 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

O avesso das coisas

Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.

Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.

C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)

1 -

Nas palavras que prefaciam sua obra, Carlos Drummond:

a)

compara-se aos antigos moralistas por também preconizar, em seus escritos, normas de comportamento.

b)

desqualifica a produção de antigos moralistas ao chamar de “mínimas” o que eles denominavam “máximas”.

c)

assume, bem humorado, não ter a sabedoria de traduzir em palavras a sua experiência, que, em si, gera conhecimento elevado.

d)

deixa entrever seu entendimento de que qualquer vivência produz justo conhecimento, até as tímidas ou desajeitadas, até as não convencionais.

e)

defende a exploração de ângulos obscuros da vida, lugar em que, de modo secreto, se agasalham as verdades que constituem a legítima sabedoria.

2 -

Está traduzida corretamente a seguinte expressão do texto:

a)

os antigos moralistas escreviam máximas / os filósofos da Antiguidade compunham poemas didáticos.

b)

alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho / algo que se ajustasse exclusivamente à minha capacidade criativa.

c)

em que estas anotações vadias foram feitas / nos quais estes breves e casuais escritos foram registrados.

d)

sem que pretenda convencê-lo do que penso / negando que ele aceite meus pensamentos.

e)

São palavras que [...] aspiram a enveredar pelo avesso das coisas / são termos que concretizam o desejo de desnudar só o lado nocivo das coisas.

3 -

Sobre o que se tem no texto, afirma-se com correção:

a)

o emprego de Andei colabora para que se imprima à frase um aspecto durativo, tal como ocorre em “Anda a reclamar de tudo, depois que ele viajou”.

b)

a expressão ou seja introduz explicação acerca do que seria a vontade de escrever.

c)

o segmento o que se poderia chamar de mínimas expressa possibilidade bastante improvável, dado o caráter aleatório do nome proposto.

d)

se a expressão pedacinhos de papel fosse substituída por uma única palavra, estaria correto o emprego de “papelzinhos”.

e)

reorganizando a frase ajustada às limitações do meu engenho, ela estaria correta assim “ajustada à mim, se for levado em conta as limitações do meu engenho”.

Reescritura de texto
4 -

... que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.

Iniciando o segmento acima com “que, de qualquer modo, é resultado de viver”, a sequência que preserva o sentido original e a correção é:

a)

porém não chega a alcançar a sabedoria.

b)

ainda que não chegue a alcançar a sabedoria.

c)

e não chega assim a alcançar a sabedoria.

d)

considerando que não chega a alcançar a sabedoria.

e)

sendo o caso que não chegue a alcançar a sabedoria.

Vozes do Verbo
5 -

...em que estas anotações vadias foram feitas...

Observando o contexto em que a frase acima foi empregada, a sua transposição para a voz ativa produz corretamente a seguinte forma verbal:

a)

fizeram-se.

b)

tinha feito.

c)

fiz.

d)

faziam.

e)

poderia fazer.

Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação
6 -

...admitindo-se que elas tenham um avesso...

Respeitando a situação em que foi empregada a frase acima, a ÚNICA reformulação INCORRETA para o segmento destacado é:

a)

no caso de se admitir que.

b)

caso se admita que.

c)

tomando-se como pressuposto que.

d)

visto que é patente que.

e)

aceitando como hipótese que.

Interpretação de Textos

Rei

(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 193)

7 -

Sobre as composições acima, é plausível a seguinte interpretação:

a)

a palavra Rei, que significa “chefe de Estado investido de realeza; príncipe soberano de um reino; monarca”, sinaliza que as sentenças do autor, exclusivamente de sentido literal, expressam pensamentos restritos a esse tipo de soberano.

b)

o emprego de cobre-se impõe o entendimento de que o rei é sempre o agente da ação em que está envolvido, cabendo à corte contemplá-lo, inclusive na intimidade.

c)

a palavra adjetivos remete às qualificações elogiosas que revestem a figura dos que detêm o poder, sugerindo tanto que o poderoso se afasta de sua real natureza, quanto a prática da bajulação.

d)

a consideração da carta de baralho, em oposição ao baralho inteiro, conduz ao entendimento de que a renúncia à realeza é encarada como a perda máxima da dignidade.

e)

a frase o rei propicia o advento da República é de teor hipotético, equivalendo a forma verbal a “propiciaria”, visto que Ao tornar-se corresponde a “Caso se tornasse”.

Emprego das Classes de Palavras
8 -

Contribuem para que as “anotações” de Carlos Drummond enunciem observação de valor geral o emprego:

a)

do presente do indicativo e dos artigos “o” e “a”.

b)

dos artigos “o” e “a” e do plural, em adjetivos.

c)

do plural, em adjetivos, e do mesmo título para duas distintas composições.

d)

do mesmo título para duas distintas composições e da formulação breve - duas pequenas linhas em cada composição.

e)

da formulação breve - duas pequenas linhas em cada composição - e do plural, em adjetivos.

Interpretação de Textos

A Aproximação das duas Américas

			
1 			Ufano-me de falar nesta instituição, digna da cidade que, pelo seu crescimento gigantesco, vem assombrando o mundo
		como a mais avançada de todas as estações experimentais de americanização. Em Chicago, melhor do que em qualquer
		outro ponto, pode-se acompanhar o processo sumário que usais para conseguir, de plantas alienígenas, ao fim de curto
		estágio de aclimação, frutos genuinamente americanos. Aqui estamos em frente de uma das cancelas do mundo, por onde
5 		vêm entrando novas concepções sociais, novas formas de vida e que é uma das fontes da civilização moderna. O tributo à
		ciência do qual nasceu esta universidade foi o mais benfazejo emprego de uma fortuna dedicada à humanidade. Aumentar a
		velocidade com que cresce a ciência é de longe o maior serviço que se poderia prestar à raça humana. A própria religião não
		teria o poder de trazer à terra o reino de Deus sem o auxílio da ciência, na época de progresso que se anuncia e de que não
		podemos ainda fazer ideia. Aumentando o número de homens capazes de manejar os delicados instrumentos da ciência, de
10 		compreender-lhes as várias linguagens e de aproveitar-lhes os mais altos sentidos, as universidades trabalham mais
		depressa que qualquer outro fator para esse dia de adiantados conhecimentos que, no futuro, hão de transformar por
		completo a condição humana.

(Conferência pronunciada por Joaquim Nabuco a 28 de agosto de 1908 na Universidade de Chicago. Essencial Joaquim Nabuco. Organização e introdução de Evaldo Cabral de Mello. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2010, p. 548)

9 -

Em seu discurso, Joaquim Nabuco:

a)

dá sequência à ideia inicial - Ufano-me de falar nesta instituição - pela minuciosa descrição dos sentimentos que o consternam naquele momento.

b)

ressalta os aspectos que, segundo seu julgamento, motivam o fato de Chicago, naquele momento, vir assombrando o mundo.

c)

faz um enérgico tributo à ciência, objeto principal de suas considerações, sem conseguir disfarçar certo ressentimento de americano do sul.

d)

atribui à religião o adequado encaminhamento da ciência, de que resultam as propícias possibilidades deste campo de conhecimento.

e)

expressa temor pelos futuros aspectos negativos do progresso, de que dependeriam as transformações da condição humana.

Relação de Causa e Consequência
10 -

Na organização do texto, é apresentado como causa o seguinte segmento:

a)

(linha 1) pelo seu crescimento gigantesco.

b)

(linha 1) vem assombrando o mundo.

c)

(linha 3) pode-se acompanhar o processo sumário.

d)

(linha 4) Aqui estamos em frente de uma das cancelas do mundo.

e)

(linhas 4 e 5) por onde vêm entrando novas concepções sociais.

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