Tribunal Regional Federal - 1.ª Região - Técnico Judiciário - Administrativa - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2011 - Prova Objetiva
Um porto na Montanha
1 De dezembro de 1951 a abril de 1974, a aventura 2 brasileira de Elizabeth Bishop estendeu-se por 22 anos 3 - alguns deles, os anos finais, vividos em Ouro Preto, 4 sobretudo após a morte de Lota de Macedo Soares, sua 5 companheira, em 1967. A cidade não tomou conhecimento 6 da grande escritora americana, cujo centenário 7 de nascimento se comemorou dias atrás. Nós, os então 8 jovens escritores de Minas, também não. Hoje leitor 9 apaixonado de tudo o que ela escreveu, carrego a frustração 10 retroativa de ter cruzado com Elizabeth em Ouro 11 Preto sem me dar conta da grandeza de quem ali estava, 12 na sua Casa Mariana - estupenda edificação por ela 13 batizada em homenagem à poeta Marianne Moore, sua 14 amiga e mestra. Consolam-me as histórias que saltam 15 de seus livros e, em especial, da memória de seus 16 (e meus) amigos Linda e José Alberto Nemer, vinhetas 17 que juntei na tentativa de iluminar ainda mais a personagem 18 retratada por Marta Goes na peça Um Porto para 19 Elizabeth. Algumas delas: 20 * Ela adorava aquela casa, construída entre 1698, dois 21 anos após a descoberta do ouro na região, e 1711, 22 quando Ouro Preto foi elevada à condição de vila. 23 Comprou-a em 1965 e não teve outra na vida, a não ser 24 o apartamentinho de Boston onde morreria em 1979. 25 Tinha, dizia, "o telhado mais lindo da cidade", cuja forma 26 lhe sugeria "uma lagosta deitada de bruços". Bem cuidada, 27 a casa, agora à venda, pertence aos Nemer desde 28 1982. 29 * "Gosto de Ouro Preto", explicou Elizabeth ao poeta 30 Robert Lowell, "porque tudo lá foi feito ali mesmo, à 31 mão, com pedra, ferro, cobre e madeira. Tiveram que 32 inventar muita coisa - e tudo está em perfeito estado há 33 quase 300 anos".
(Humberto Werneck. "Um porto na Montanha". O Estado de S. Paulo.
Cidades/Metrópole. Domingo, 13 de fevereiro de 2011, C10)
É correto afirmar que interessa a Humberto Werneck:
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a)
retratar a vivência de Elizabeth Bishop em Ouro Preto, durante os 22 anos em que morou na cidade mineira. |
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b)
enaltecer a obra da escritora Elizabeth Bishop, cujos poemas o entusiasmaram desde quando era um jovem escritor. |
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c)
mostrar que, embora tardiamente, privou da intimidade da poeta, tendo tido acesso, inclusive, a cenas da vida privada de Elizabeth Bishop. |
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d)
proporcionar, por meio de breves registros, ângulos de observação que possam mais revelar sobre Elizabeth Bishop, além do que uma peça já expõe sobre a poeta. |
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e)
fazer um balanço da vida e obra da escritora Elizabeth Bishop, com base em cenas que ele presenciou ou que lhe foram narradas por quem as vivenciou junto à poeta. |
É correta a seguinte afirmação:
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a)
(linha 3) as expressões alguns deles e os anos finais remetem ao mesmo intervalo de tempo. |
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b)
(linha 4) sobretudo equivale a “ainda que”. |
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c)
(linhas 5 e 6) outra redação para não tomou conhecimento da grande escritora estaria também correta assim “não deu importância a grande escritora”. |
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d)
(linha 7) a substituição de dias atrás por “fazem dias” mantém a correção original. |
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e)
(linha 7) o emprego de então sinaliza que os jovens não atuam mais em Minas. |
Hoje leitor apaixonado de tudo o que ela escreveu, carrego a frustração retroativa de ter cruzado com Elizabeth em Ouro Preto sem me dar conta da grandeza de quem ali estava, na sua Casa Mariana - estupenda edificação por ela batizada em homenagem à poeta Marianne Moore, sua amiga e mestra.
Considerado o fragmento acima transcrito, entende-se corretamente que Humberto Werneck:
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a)
lastima não ter tido a oportunidade de encontrar-se numa rua de Ouro Preto com a grande escritora Elizabeth Bishop. |
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b)
se queixa de ter sido sempre imaturo, como leitor, para dar o devido valor à produção poética de Elizabeth Bishop. |
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c)
admite que, no momento de sua fala, reconhece o grande valor de Elizabeth, o que o faz, então, considerar uma perda o fato de ter feito essa constatação tão tarde. |
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d)
faz confissão de culpa por falha do passado, quando ele e outros jovens de Ouro Preto não deram apoio a Elizabeth, principalmente quando teve grande perda afetiva. |
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e)
confessa admiração entusiasmada pela grandeza atual de Elizabeth e, fazendo uma retrospectiva, lastima que o talento da poeta tenha permanecido muito tempo incubado. |
Consolam-me as histórias que saltam de seus livros e, em especial, da memória de seus (e meus) amigos Linda e José Alberto Nemer, vinhetas que juntei na tentativa de iluminar ainda mais a personagem retratada por Marta Goes na peça Um Porto para Elizabeth. Algumas delas:
Levando em conta o trecho acima transcrito, é correto afirmar:
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a)
o segmento Consolam-me as histórias que saltam de seus livros apresenta verbo em voz passiva. |
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b)
retirando-se a vírgula depois do e - em e, em especial, -, a correção da frase fica preservada. |
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c)
a palavra vinhetas remete, exclusivamente, às histórias contadas pelos amigos Linda e José. |
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d)
a expressão na tentativa de exprime apenas um vago desejo, não uma finalidade. |
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e)
o emprego de ainda mais permite que se subentenda a ideia de que Marta Goes muito elucidou sobre Elizabeth Bishop. |
No segundo parágrafo, a forma verbal que designa um evento posterior à época em que a poeta viveu no Brasil é:
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a)
(linha 21) adorava. |
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b)
(linha 23) foi elevada. |
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c)
(linha 24) Comprou-a. |
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d)
(linha 25) morreria. |
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e)
(linha 26) Tinha. |
É correto afirmar:
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a)
o contexto evidencia inquestionavelmente que apartamentinho (linha 25) foi empregado em sentido pejorativo, denotando desprezo pela vida americana. |
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b)
as aspas (linhas 26 e 27) indicam que os segmentos foram empregados com sentido irônico. |
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c)
o pronome lhe (linha 27), em cuja forma lhe sugeria, poderia ser deslocado para depois do verbo, sem comprometer a correção. |
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d)
a substituição de à venda (linha 28) por “a ser vendida” mantém a correção da frase. |
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e)
a substituição de Bem cuidada (linhas 27 e 28) por “Mau cuidada” preserva a correção do segmento. |
Considere a frase original e a frase que a reformula.
Tinha, dizia, “o telhado mais lindo da cidade”, cuja forma lhe sugeria “uma lagosta deitada de bruços”.
Ela dizia que tinha o telhado mais lindo da cidade, pois a forma dele lhe sugeria uma lagosta deitada de bruços.
Na nova redação,
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a)
nenhuma informação se perdeu, considerado o texto original. |
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b)
o emprego de “Ela” foi necessário, pois é o único modo de se saber quem é o falante. |
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c)
um traço descritivo do texto original foi apresentado como o “motivo” da apreciação de Elizabeth. |
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d)
constitui erro a palavra “pois” não vir seguida de uma vírgula. |
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e)
a vírgula poderia ser substituída por um ponto e vírgula, sem interferência alguma no fluxo da leitura. |
“Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth ao poeta Robert Lowell...
No segmento acima, o verbo “gostar” está empregado exatamente com a mesma regência com que está empregado o verbo da seguinte frase:
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a)
Os manifestantes de todas as idades desfilaram pelas ruas da cidade. |
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b)
Não junte este líquido verde com aquele abrasivo. |
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c)
A casa pertence aos Nemer desde 1982. |
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d)
Patrocinou o evento do último sábado. |
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e)
Encontraram com um comerciante essas anotações. |
Como os pais podem ajudar na aprendizagem dos filhos
1 Os pais zelosos costumam fazer grandes esforços 2 pela educação de seus filhos e buscam, de muitas maneiras, 3 ajudar na sua aprendizagem. O mais importante 4 que podem fazer, porém, está dentro de casa, diuturnamente. 5 O acesso e o apreço a bens culturais, especialmente 6 livros, são fundamentais. A quantidade de livros 7 que o aluno tem em casa é apontada, em diversos estudos, 8 como uma das mais importantes variáveis explicativas 9 para seu desempenho. É claro que não basta ter 10 livros: é preciso lê-los, e viver em ambiente em que o 11 conhecimento é valorizado. Alunos que leem mais têm 12 desempenho melhor, importando pouco o que leem: a 13 correlação é observada para livros, jornais e revistas. 14 Alunos que tiveram pais que leram para eles na tenra infância 15 têm melhor desempenho. Pais envolvidos com a 16 vida escolar dos filhos e que os incentivam a fazer o dever 17 de casa têm impacto positivo (curiosamente, o envolvimento 18 dos pais no ambiente escolar tem-se mostrado 19 irrelevante). Porém, pais que fazem o dever de casa 20 com (ou pelo) seu filho provocam piora no desempenho 21 acadêmico, por melhores que sejam as intenções.
(Adap. de Gustavo Ioschpe. "Como os pais podem ajudar na aprendizagem dos filhos".
VEJA. ed. 2204, ano 44, n. 7, 16 de fevereiro de 2011, p. 94-95)
Compreende-se corretamente do texto:
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a)
as orientações paternas são de grande valia para o futuro dos filhos, se forem dadas no estrito espaço do ambiente familiar. |
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b)
a existência, dentro de casa, de uma grande biblioteca a que o jovem possa recorrer quando tiver alguma curiosidade assegura seu futuro bom desempenho como leitor. |
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c)
a aprendizagem de um aluno pode ser significativamente facilitada, se seus pais determinarem período - diurno ou noturno - para que se entretenha com livros em casa. |
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d)
pais que propiciam o convívio de seu filho com livros e, também, por exemplo, com as artes plásticas e a música, favorecendo o reconhecimento do valor dessas manifestações, contribuem para o desempenho positivo do jovem. |
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e)
pode haver variações de competência, mas os jovens que leem em ambiente especialmente preparado para tarefas do conhecimento - como a biblioteca - valorizam as atividades culturais e buscam desempenhá-las melhor. |
O texto legitima o seguinte entendimento:
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a)
livros, jornais e revistas equivalem-se no estabelecimento da equação “mais leitura, melhor desempenho”, que expressa a atuação de alunos. |
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b)
a quantidade de livros efetivamente lidos por um aluno é, na realidade, o fator determinante do bom desempenho, pouco implicando a qualidade da leitura realizada. |
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c)
Sobre as questões raciais, educacionais, gênero e de prevenção de doenças que compõe o rol, ele nada disse, para que ninguém supusesse algum interesse próprio. |
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d)
Dentre as ideias que o texto apresenta, uma que eu considero mais significativo é aquela de que se tratam as reinvindicações dos funcionários mais mal remunerados. |
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e)
Se as pessoas desde a infância, for conscientizada que somos todos iguais, não tinham tantas formas de exclusão social que existe no meio da adolescência. |