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Comentários / SESC - Sergipe - Assistente Social - ADVISE - 2010 - Prova Objetiva


A Fé Cura

O Texto I norteará a resolução das questões de . Por isso, leia-o e releia-o com bastante atenção.

TEXTO I

A FÉ CURA

Pesquisas sugerem novíssimas evidências de que a religiosidade tem o poder de auxiliar na cura de vários problemas de saúde — de tumores a depressão.

por RAQUEL DE MEDEIROS

design GUILHERME COLUGNATTI

fotos DERCÍLIO

 

 

01  A recuperação de pacientes com câncer está diretamente

ligada à sua religiosidade. Taxativo assim é o resumo dos

resultados de um estudo realizado na Universidade de São

Paulo, que foi divulgado há pouco. “Para começar, os

05  pacientes que têm uma crença religiosa se mostram mais

confiantes para lutar contra a doença”, explica a psicóloga

Joelma Ana Espíndula, que liderou a pesquisa. O trabalho

ouviu 12 voluntários em tratamento e 11 especialistas em

oncologia do Hospital Beneficência Portuguesa, em Ribeirão

10  Preto, no interior paulista. O surpreendente é que até mesmo

os profissionais de saúde entrevistados ressaltaram a

importância da religião para a melhora do quadro dos doentes.

“A maioria deles acredita que a fé ajuda a superar um problema

grave. Os médicos dizem que o sistema imunológico desses

15  indivíduos aparenta ser mais resistente, e talvez por isso eles

apresentem uma recuperação mais satisfatória”, conclui

Joelma.

Outro estudo, que leva a assinatura da Universidade de

Toronto, no Canadá, revela que a fé é um santo remédio contra

20  a ansiedade e a depressão. Ele prova que pessoas religiosas

ou que apenas acreditam na existência de Deus são menos

angustiadas e sentem menor culpa em relação aos próprios

erros. Os especialistas avaliaram a mente de 51 universitários

por meio de testes e da eletroencefalografia, método que se

25  vale de eletrodos dispostos na cabeça para medir as correntes

elétricas do cérebro. A maioria dos participantes era cristã,

mas no grupo também havia muçulmanos, hindus, budistas e

ateus.

“Nossa principal descoberta foi perceber que há um elo entre

30  as crenças religiosas e a atividade de uma parte da massa

cinzenta chamada de córtex cingulado anterior”, conta a

SAÚDE! o psicólogo Michael Inzlicht, que coordenou a

pesquisa. “Quanto mais as pessoas acreditam em Deus,

menos atuante é essa região.” Só para ter uma ideia, o córtex

35  cingulado anterior costuma trabalhar em dobro em

indivíduos pra lá de ansiosos.

O sentido que a religião dá para a vida dos pacientes pode

ser a chave para explicar esse fenômeno. “Suspeitamos que

se trata de uma proteção contra a ansiedade e a depressão

40  porque ela dá um significado para a vida”, afirma Inzlicht. A

oncologista Nise Yamaguchi, de São Paulo, compartilha da

mesma opinião. “A performance física de um indivíduo

depende de aspectos emocionais, mentais e espirituais. Quem

acredita que a vida continua após a morte tem uma postura

45  diferente da pessoa que não crê na continuidade”, diz Nise,

uma das mais conceituadas especialistas em câncer do país.

“Entre meus pacientes, percebo nitidamente o seguinte:

aqueles que querem educar filhos ou deixar um legado lutam

em dobro para recobrar suas forças.” Para dom João

50  Evangelista Kovas, prior do Mosteiro de São Bento, em São

Paulo, as benesses da fé são amplas, mas não livram

totalmente os homens de uma enfermidade. “Entre seus

inúmeros benefícios, está inclusive a aquisição de mais saúde.

Isso não quer dizer, porém, que aquele que tem fé não fique

55  doente nem passe por dificuldades na vida. A condição

humana presente é em muitos aspectos limitada.”

A aposentada Maria Dolores Cantero Montejano, 69 anos,

de Mombuca, no interior de São Paulo, teve dois grandes

sustos há cerca de dois meses. Tudo começou com uma

60  falta de ar, e o que era para ser uma simples consulta acabou

na UTI. Ela foi diagnosticada com um aneurisma e uma

infiltração pulmonar. Devota de São Frei Galvão e de Madre

Paulina, Maria Dolores levou a imagem da santa para o

hospital. “Rezei muito. Os médicos falaram que não sabiam

65  como eu estava viva”, recorda-se. Depois de uma radiografia,

a dona de casa teve outra surpresa desagradável: descobriu

que estava com duas vértebras fraturadas. “Devo ter

quebrado em julho do ano passado, quando levei um tombo

e caí da escada”, diz Maria. “Agora não posso varrer o chão

70  nem arrumar a cama. Preciso ficar de repouso para melhorar,

mas consigo andar. Continuo com muita fé nos meus santos”,

finaliza.

“Inúmeras pesquisas científicas mostram que pessoas

espiritualizadas são fisicamente mais saudáveis, requerem

75  menos assistência médica e, mesmo quando adoecem, têm

recuperação mais rápida e menor taxa de mortalidade”, diz

Marcelo Saad, fisiatra e coordenador do Comitê sobre

Religiosidade-Espiritualidade em Saúde do Hospital Israelita

Albert Einstein, na capital paulista. Estudioso do assunto,

80  ele também revela que os indivíduos mais religiosos têm

maior adaptação ao estresse, menor pendor ao abuso de

drogas e álcool, além de apresentarem risco reduzido de

desenvolver depressão ou cometer suicídio.

85  budista, podem baixar a pressão e fortalecer as nossas

defesas à medida que acalmam a mente. A explicação pode

estar em substâncias produzidas pelo corpo nos momentos

em que rezamos, ocasiões que não deixam de ser agradáveis.

“Nessas horas, o organismo secreta a serotonina, que é

90  conhecida como o hormônio da felicidade”, explica Nise

Yamaguchi.

E a serotonina é antagonista de outros hormônios, que entram

em cena em situações de muita tensão, como o cortisol e a

adrenalina. O problema é quando essa dupla vive em alta.

95  Daí, potencializa baques na imunidade e faz a pressão subir

que nem foguete. “Essas substâncias estão envolvidas na

origem ou no agravamento de vários males. O câncer, por

exemplo, é como um defeito que escapou à vigilância

imunitária”, teoriza Saad. Em quem tem fé, entre outras coisas

100  por causa da compensação da serotonina, os níveis do duo

por trás de tanto nervosismo ficam mais baixos.

Apesar do entendimento crescente sobre o impacto da

religião sobre as funções orgânicas, a ciência ainda engatinha

nesse campo. “Estamos numa fase de questionamentos, e

105  qualquer explicação mais específica de mecanismos é

prematura. Ninguém, no entanto, pode duvidar de que a fé

auxilia na recuperação de pacientes”, afirma o psicobiologista

José Roberto Leite, da Universidade Federal de São Paulo.

Além disso, muitas vezes a religiosidade pressupõe que a

110  pessoa está dentro de um grupo de relacionamento, ou seja,

aberta à interação social e à troca de afeto, o que é bastante

significativo. “Um dos grandes poderes da fé pode estar nessa

força de um indivíduo apoiando o outro”, completa Leite.

http://saude.abril.com.br/edicoes/0320/bem_estar/conteudo_533899.shtml?pag=1

http://saude.abril.com.br/edicoes/0320/bem_estar/conteudo_533899.shtml?pag=2

Questão:

Qual o referente retomado pelas formas remissivas destacadas nas frases a seguir?

I. “[...] que foi divulgado há pouco” (linha 04);

II. “Os médicos dizem que o sistema imunológico desses indivíduos aparenta ser mais resistente [...] (linhas 14 e 15);

III. “A maioria dos participantes era cristã, mas no grupo também havia muçulmanos, hindus, budistas e ateus (linhas 26 a 28);

IV. “O problema é quando essa dupla vive em alta (linha 94);

V. “ [...] que escapou à vigilância imunitária” (linhas 98 e 99).

Resposta errada
a)

resumo de um estudo realizado na Universidade de São Paulo; 12 voluntários; os especialistas; serotonina e hormônios; câncer.

Resposta errada
b)

um estudo realizado na Universidade de São Paulo; 12 voluntários; 51 universitários; imunidade e pressão; serotonina e hormônios; defeito.

Resposta errada
c)

resumo de um estudo realizado na Universidade de São Paulo; os pacientes que têm uma crença religiosa; 51 universitários; o cortisol e a adrenalina; câncer.

Resposta correta
d)

um estudo realizado na Universidade de São Paulo; os pacientes que têm uma crença religiosa; 51 universitários; o cortisol e a adrenalina; defeito.

Resposta errada
e)

um estudo realizado na Universidade de São Paulo; eles; os especialistas; o cortisol e a adrenalina; defeito.

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