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Comentários / TRE - São Paulo - Analista Judiciário - Administrativa - Contabilidade - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2012 - Prova Objetiva


Você está conectado?

                  Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em
paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas
as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e ninguém mais
admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o
paradigma dominante dos últimos e dos próximos anos, em
nossa aldeia global: o primado das conexões.
                 No ônibus de viagem, de que me valho regularmente,
sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do vizinho
da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante
ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva conversa que
mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à
frente um senhor desliza os dedos no laptop no colo, e se eu
erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de
ação − que passa nos quatro monitores estrategicamente posicionados
no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente,
as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair
com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
                 Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos
modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens
nem conseguem imaginar um mundo que não seja movido
pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais.
Tanta movimentação faz crer que, enfim, os homens estreitaram
de vez os laços da comunicação.
                Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado.
Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial
onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens prontas
em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade
é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana
encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não
se reconhecem como tais. Emitimos e cruzamos frenéticos sinais
de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma
maior de nossas carências permanentes?

(Coriolano Vidal, inédito)

Questão:

Está INADEQUADO o emprego do elemento sublinhado na frase:

Resposta errada
a)

No ônibus de viagem, ao qual recorro regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões.

Resposta errada
b)

Ao contrário de outros tempos, já não é mais ao crepúsculo que me atenho em minhas viagens.

Resposta correta
c)

A conectividade está nos conduzindo a um destino com o qual ninguém se arrisca a prever.

Resposta errada
d)

As pessoas absortas em suas conexões parecem imergir numa espécie de solidão com cujo sentido é difícil de atinar.

Resposta errada
e)

O cronista considera que nossas necessidades permanentes, às quais alude no último parágrafo, disfarçam-se em meio a tantas conexões.

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