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Comentários / Secretaria da Administração Penitenciária - Rio de Janeiro - Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária - CEPERJ - 2012 - Prova Objetiva


A boa morte

Aparentemente ninguém deu muita bola para a proposta, feita pela comissão de juristas que revê o Código Penal, de descriminalizar certos tipos de eutanásia. Esse, entretanto, é um assunto importantíssimo e que tende a ficar cada vez mais premente, à medida que a população envelhece e a medicina amplia seu arsenal terapêutico.

Desligar as máquinas que mantêm um paciente vivo pode ser descrito como um caso de homicídio, ainda que com o objetivo nobre de evitar sofrimento, ou como uma recusa em prosseguir com tratamento fútil, o que é perfeitamente legal.

Como sempre, acho que cabe a cada qual fazer suas próprias escolhas. Mas, já que nem sempre sabemos o que é melhor, convém dar uma espiadela em como pensam aqueles que, de fato, entendem do assunto.

Num artigo que está movimentando a blogosfera sanitária e já foi reproduzido no “Wall Street Journal” e no “Guardian”, o doutor Ken Murray sustenta que, embora os médicos apliquem todo tipo de manobra heroica para prolongar a vida de seus pacientes, quando se trata de suas próprias vidas e das de seus entes queridos, eles
são bem mais comedidos.

Como estão familiarizados com o sofrimento e os desfechos das medidas extremas, querem estar seguros de que, quando a sua hora vier, ninguém vai tentar reanimá-los nem levá-los a uma UTI para entubá-los e espetá-los com cateteres. Murray diz que um de seus colegas chegou a tatuar o termo “no code” (sem ressuscitação) no próprio corpo.

A pergunta que fica, então, é: se não são sádicos, por que os médicos fazem aos outros o que não desejam para si mesmos? E a resposta de Murray é que ocorre uma perversa combinação de variáveis emocionais, econômicas, mal-entendidos linguísticos, além, é claro, da própria lógica do sistema. Em geral, para o médico é muito mais fácil e seguro apostar no tratamento, mesmo que ele se estenda para muito além do razoável.

(Hélio Schwartsman - Folha de São Paulo, 18/03/2012)

Questão:

O título “"A boa morte"” sugere opinião acerca da descriminalização de certos casos de eutanásia.

Um dos argumentos apresentados pelo autor considera que esse debate trata de:

Resposta errada
a)

tema da atualidade, indicado pelo aumento de casos de homicídio em hospitais brasileiros.

Resposta errada
b)

polêmica linguística, provocada por leituras equivocadas da proposta de revisão da legislação.

Resposta correta
c)

impasse ético, advindo do conhecimento da ineficácia de medidas extremas em tratamento intensivo.

Resposta errada
d)

omissão da lei, confrontada com o envelhecimento gradual da população brasileira.

Resposta errada
e)

questão particular, decorrente da insegurança de alguns médicos participantes da pesquisa.

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