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Comentários / TRT - 22.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2010 - Prova Objetiva


Sobre o natural e o sobrenatural

Outro dia escrevi sobre a importância do não saber, de como o conhecimento avança quando parte do não saber, isto é, do senso de mistério que existe além do que se sabe.

A questão aqui é de atitude, de como fazer frente ao desconhecido. Existem duas alternativas: ou se acredita na capacidade da razão e da intuição humana (devidamente combinadas) em sobrepujar obstáculos e chegar a um conhecimento novo, ou se acredita que existem mistérios inescrutáveis, criados por forças além das relações de causa e efeito.

No meu livro Criação imperfeita, argumentei que a ciência jamais será capaz de responder a todas as perguntas. Sempre existirão novos desafios, questões que a nossa pesquisa e inventividade não são capazes de antecipar. Podemos imaginar o conhecido como sendo a região dentro de um círculo e o desconhecido como sendo o que existe fora do círculo. Não há dúvida de que à medida que a ciência avança o círculo cresce. Entendemos mais sobre o universo e entendemos mais sobre a mente. Mas, mesmo assim, o lado de fora do círculo continuará sempre lá. A ciência não é capaz de obter conhecimento sobre tudo o que existe no mundo. E por que isso? Porque, na prática, aprendemos sobre o mundo usando nossa intuição e instrumentos. Sem telescópios, microscópios e detectores de partículas, nossa visão de mundo seria mais limitada. Porém, tal como nossos olhos, essas máquinas têm limites.

Parafrasendo o poeta romano Lucrécio, as pessoas vivem aterrorizadas pelo que não podem explicar. Ser livre é poder refletir sobre as causas dos fenômenos sem aceitar cegamente “explicações inexplicáveis”, ou seja, explicações baseadas em causas além do natural.

Não é fácil ser coerente quando algo de estranho ocorre, uma incrível coincidência, a morte de um ente querido, uma premonição, algo que foge ao comum. Mas, como dizia o grande físico Richard Feynman, “prefiro não saber a ser enganado.” E você?

(Adaptado de Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, 11/07/2010)

Questão:

O texto, em seu todo, deve ser entendido como:

Resposta errada
a)

uma manifestação pessimista do autor quanto à eficácia das descobertas científicas.

Resposta correta
b)

uma reflexão sobre o alcance da ciência, numa perspectiva em que este é relativizado.

Resposta errada
c)

um questionamento da atitude dos cientistas que duvidam do poder absoluto da pesquisa.

Resposta errada
d)

uma crítica à obsolescência das máquinas, que não acompanham o ritmo das nossas percepções.

Resposta errada
e)

um duro questionamento do crescente prestígio das coisas inexplicáveis, cada vez mais numerosas.

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