Comentários / Tribunal Regional Federal - 1.ª Região - Analista Judiciário - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2011 - Conhecimentos Específicos - Contadoria e Administrativa - 56 a 60 (Genérica)
O avesso das coisas
Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.
C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)
Questão:
Nas palavras que prefaciam sua obra, Carlos Drummond:
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a)
compara-se aos antigos moralistas por também preconizar, em seus escritos, normas de comportamento. |
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b)
desqualifica a produção de antigos moralistas ao chamar de “mínimas” o que eles denominavam “máximas”. |
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c)
assume, bem humorado, não ter a sabedoria de traduzir em palavras a sua experiência, que, em si, gera conhecimento elevado. |
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d)
deixa entrever seu entendimento de que qualquer vivência produz justo conhecimento, até as tímidas ou desajeitadas, até as não convencionais. |
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e)
defende a exploração de ângulos obscuros da vida, lugar em que, de modo secreto, se agasalham as verdades que constituem a legítima sabedoria. |