ACESSE GRATUITAMENTE + DE 450.000 QUESTÕES DE CONCURSOS!

Comentários / TRT - 21.ª Região - Técnico Judiciário - CESPE - UnB - 2010 - Conhecimentos Específicos (111 a 120) (Genérica)


Admirável mundo novo

			1 			Quando apregoou aos quatro cantos que a tecnologia
				seria uma aliada importante na redução do tempo de trabalho e
				na ampliação dos períodos de lazer, Domenico de Masi
			4 	conquistou corações e mentes. Argumentou que chegara o
				momento do ócio criativo, o tempo em que, na sociedade, se
				imporiam novos sujeitos, em que a indústria e o trabalho
			7 	perderiam a centralidade. O tempo destinado à formação, aos
				cuidados consigo e à folga prevaleceria claramente sobre o
				tempo destinado ao trabalho. Então, poderíamos trabalhar
			10 	apenas de 3 a 4 horas por dia com a mesma produtividade das
				8 horas habituais e reservar um período maior para o lazer.
						Apesar das boas intenções, o conhecido sociólogo não
			13 	logrou comprovar suas ideias. Pelo contrário.
						Logo descobrimos que a tecnologia, na verdade, nos
				trazia uma carga maior de atribuições e, em lugar das 8 horas,
			16 	passamos a trabalhar muito mais. Mas não foi só.
						A distinção entre os tempos de trabalho e os tempos da
				vida privada, entre os tempos de atividade e os tempos de
			19 	descanso, deixou de existir. Tudo ficou misturado e muito mais
				controlado.
						O empregado passou a ser parte do sistema, passível
			22 	de ser acessado a qualquer hora, independentemente do período
				estipulado em seu contrato de trabalho. Além disso,
				diferentemente do apregoado por Domenico de Masi, o
			25 	trabalhador voltou a ser considerado, de maneira muito mais
				perversa e abrangente, apenas peça de uma engrenagem. Com
				efeito, enquanto nos primórdios do século passado essa
			28 	engrenagem estava fixada em determinado espaço físico, e o
				trabalhador dela se libertava quando encerrava o expediente e
				as portas se fechavam, hoje, ela tem existência virtual e, como
			31 	tal, não para nunca, não fecha as portas, embora mantenha o
				velho esquema de limitar a atuação do trabalhador a espaços
				compartimentalizados, para que não tenha a noção do conjunto,
			34 	e, assim, não haja a menor possibilidade de ocorrer perda de
				controle. Charlie Chaplin, certamente, ficaria surpreso ao
				descobrir que, apesar dos grandes avanços tecnológicos, os
			37 	apertadores de parafuso e a velha bancada estão de volta, com
				a agravante de que agora não são os movimentos, mas a própria
				linha de produção que passa a acompanhá-lo para todo lugar,
			40 	virtualmente, ampliando os espaços de sujeição.

Teresa Aparecida Asta Gemignani e Daniel Gemignani. In: Revista CEJ, Brasília, ano XIV, n.º 49, abr./jun. 2010, p. 60 (com adaptações).

Com referência às ideias do texto, julgue o(s) item(ns) a seguir:

Questão:

De acordo com o texto, a tecnologia imprimiu novo sentido aos denominados “espaços de sujeição” (L.40), que, agora, independem da presença física do sujeito no ambiente de trabalho.

Resposta correta
Certa.
Resposta errada
Errada.

Comentários

Ainda não há comentários

Deixe o seu comentário aqui

Para comentar você precisa estar logado.
E-mail: Senha:

Não é cadastrado?

⇑ TOPO

 

 

 

Salvar Texto Selecionado


CONECTE-SE

Facebook
Twitter
E-mail

 

 

Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.