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Comentários / TRE - Paraná - Técnico Judiciário - Administrativa - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2012 - Prova Objetiva


O Tempo não perdoa

O tempo não perdoa o que se faz sem ele, costumava dizer Ulysses Guimarães, citando Joaquim Nabuco. Desse modo ensinava a importância na política do apropriado discernimento do momento oportuno. Não é fácil a identificação desse momento, pois, entre outras coisas, requer conjugar o tempo individual de um ator político com o tempo coletivo de um sistema político e de uma sociedade. Além disso, o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.

A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados, cabendo lembrar que a função da orientação é inerente à busca do saber a respeito do tempo. Assim, uma coisa é conhecer o tempo do relógio, que molda o mensurável de uma jornada de trabalho. Outra coisa é lidar com a não mensurável duração do tempo vivido, que perdura na consciência, e não se confunde, por sua vez, com o tempo do Direito, que é o tempo normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça.

A busca do saber sobre o tempo tem, como mencionei, uma função de orientação. Neste século XXI, é preciso parar para pensar a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização, que a revolução digital vem intensificando.

A tradicional sabedoria dos provérbios portugueses diferencia o tempo do falcão e o tempo da coruja. O tempo do falcão é o da rapidez e da violência. É este o tempo que nos cerca. O tempo da coruja é o da sabedoria − a sabedoria que nos falta para lidar com a estrutura de possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.

(Celso Lafer. Trecho, com adaptações, de artigo publicado em

O Estado de S. Paulo, 20 de novembro de 2011, A2, Espaço Aberto)

Questão:

Com a expressão o desafio de múltiplos significados (2.º parágrafo), o autor

Resposta errada
a)

caracteriza a oposição frequente que se faz entre o tempo de cada indivíduo e aquele que diz respeito a toda a sociedade.

Resposta errada
b)

duvida de uma possível concordância entre representantes de diferentes áreas do conhecimento a respeito do tempo.

Resposta errada
c)

questiona os meios até agora utilizados para calcular o transcorrer do tempo, que é sempre mutável.

Resposta errada
d)

esclarece seu emprego ao se referir à necessária sabedoria para equacionar, no momento mais adequado, os problemas que surgem.

Resposta correta
e)

refere-se às diversas possibilidades de percepção da passagem do tempo e de seu sentido.

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