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Informações da Prova Questões por Disciplina MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) - Pedagogo - VUNESP (Vestibular da Universidade Estadual Paulista) - 2016

Língua Portuguesa

Texto I

Leia o texto, para responder às questões de números

01 a 05.

McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das

mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia,

implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um

envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que

terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o

uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada

transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim

da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou

grandes fraquezas morais ao julgamento da comunidade de

que escolhemos participar.

Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais,

apenas em número de atualizações nas páginas e na capacidade

dos usuários de distinguir essas variações como relevantes

no conjunto virtualmente infinito das possibilidades

das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes

sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar

e estimar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes

de um conjunto finito de observações e reconhecer a

organização geral da rede de que participam.

O fluxo de informação que percorre as artérias das redes

sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos

recentes vinculados à dependência cada vez maior dos

jovens a esses dispositivos é a “nomobofobia" (ou “pavor de

ficar sem conexão no telefone celular"), descrito como a ansiedade

e o sentimento de pânico experimentados por um

número crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo

móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet.

Essa informação, como toda nova droga, ao embotar a razão

e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio

quanto um veneno para o espírito.

(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes.

Revista USP, no

92. Adaptado)

1 -

As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho

/ estimar parâmetros / embotar a razão – têm sinô-

nimos adequados respectivamente em:

a)

procurar / gostar de / ilustrar

b)

imiscuir-se / avaliar / enfraquecer

c)

interferir / propor / embrutecer

d)

intrometer-se / prezar / esclarecer

e)

contrapor-se / consolidar / iluminar

Texto II

Leia o texto, para responder às questões de números 06 a 09.

A República dos Estados Unidos da Bruzundanga tinha,

como todas as repúblicas que se prezam, além do presidente

e juízes de várias categorias, um Senado e uma Câmara de

Deputados, ambos eleitos por sufrágio direto e temporários

ambos, com certa diferença na duração do mandato: o dos

senadores, mais longo; o dos deputados, mais curto.

O país vivia de expedientes, isto é, de cinquenta em cinquenta

anos descobria-se nele um produto que ficava sendo

a sua riqueza. Os governos taxavam-no a mais não poder, de

modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decreta-

ção de impostos sobre produtos semelhantes, acabavam, na

concorrência, por derrotar a Bruzundanga; e, assim, ela fazia

morrer a sua riqueza, mas não sem os estertores de uma valorização

duvidosa. Daí vinha que a grande nação vivia aos solavancos,

sem estabilidade financeira e econômica; e, por isso

mesmo, dando campo a que surgissem, a toda hora, financeiros

de todos os seus cantos e, sobretudo, do seu parlamento.

Naquele ano, isto dez anos atrás, surgiu na sua Câmara

um deputado que falava muito em assuntos de finanças, or-

çamentos, impostos diretos e indiretos e outras coisas cabalísticas

da ciência de obter dinheiro para o Estado.

Chamava-se o deputado Felixhimino ben Karpatoso. Se

era advogado, médico, engenheiro ou mesmo dentista, não

se sabia bem; todos tratavam-no de doutor, embora nada se

conhecesse dele.

(Lima Barreto, Um grande financeiro. Os bruzundangas. Adaptado)

2 -

Assinale a alternativa que reescreve passagem do

texto respeitando a norma-padrão de concordância verbal

e nominal.

a)

Bastava cinquenta anos para que fosse descoberto no país produtos novos, que acabava sendo a riqueza do país.

b)

Os mandatos de senador e deputado durava tempo diferente, sendo mais longos o dos primeiros.

c)

Na Bruzundanga haviam Senado e Câmara de Deputados, que o povo, em massa, apoiavam confiantes.

d)

Naquele ano, isto já faziam dez anos, surgiu um deputado muito bem falante em assuntos financeiros.

e)

Todas as repúblicas que se prezam possuem Senado e Câmara escolhidos pelos cidadãos, o mais possível confiantes em seus representantes.

3 -

Leia o texto, para responder à questão. 

   Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia.

   Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade. Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar,  em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.

   Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.

(Rubem Braga, “Quinca Cigano”. Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o pronome destacado pode ser colocado antes ou depois do verbo, segundo a norma-padrão.

a)

Trata-se de pios feitos para caçadores.

b)

E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino...

c)

... não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros...

d)

... na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado...

e)

... devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses.

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