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Informações da Prova Questões por Disciplina TRT - 15.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - Execução de Mandados - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2009 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Tempo sem passado

Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores do nosso tempo, acredita que nunca o conhecimento da História se fez tão necessário como nestes dias em que, justamente, muitos a julgam quase irrelevante. O fato de o século XX ter sido marcado, ao mesmo tempo, por massacres e guerras, de um lado, e por um notável avanço das ciências e da tecnologia, de outro, talvez ajude a entender por que o homem contemporâneo parece ter fechado os olhos para o passado longínquo ou recente, e viva o presente com a sensação de já estar instalado no futuro. Nesse vão do tempo, em que a velocidade do que é novo se traduz a cada dia numa espécie de arrebatadora vertigem, não há pausa para qualquer reflexão que implique dúvida, desconfiança ou hesitação. Nunca se viu tanta gente afirmar, a propósito de qualquer coisa: “Com certeza!”

A História nos ensina que não há fatos estanques, ou rupturas absolutas: há alguma continuidade na transformação, algum encadeamento na progressão. Os processos da civilização não constituem saltos caprichosos e inexplicáveis, por isso é um erro imaginar que o que se vive hoje é uma inauguração absoluta. Mesmo os avanços no campo da informática ou da neurociência, erroneamente vistos como verdadeiros “milagres”, compõem uma sequência histórica esclarecedora.

O problema maior está em que o homem contemporâneo, cético em relação ao passado, não conserva deste lições que podem ser preciosas no futuro. O primeiro grande cientista político, Maquiavel, preocupado com a unificação de uma Itália dividida em principados, foi buscar em grandes líderes políticos do passado inspiração para as ações necessárias no presente. Sua intuição lhe dizia (e há quem aproveite suas lições até hoje) que o jogo do poder não muda em sua essência, apenas variam as circunstâncias.

Considere-se, ainda, o aspecto afetivo da nossa memória. Nossa sensibilidade acusa momentos marcantes, experiências inesquecíveis, que continuam a produzir efeito em nossa personalidade, em nosso modo de ver o mundo. Se os valores da nossa biografia ajudam a esclarecer o sentido de nossa trajetória pessoal, por que imaginar que a História não tenha o que dizer quanto ao sentido da caminhada que estamos todos empreendendo?

(Aristeu de Valença, inédito) 

1 -

A afirmação de Hobsbawm - nunca o conhecimento da História se fez tão necessário como nestes dias - deve-se ao fato de que:

a)

há rupturas em nossa época que prenunciam um tempo inteiramente novo.

b)

nossa memória afetiva costuma superestimar tudo o que já vivemos.

c)

o político contemporâneo ainda se espelha nas concepções de Maquiavel.

d)

há avanços na ciência que independem de conhecimentos já fixados.

e)

o homem contemporâneo não vê continuidade onde há transformação.

2 -

Atente para as seguintes afirmações:

I. O autor considera que os momentos de dúvida e de hesitação que marcam o homem contemporâneo devem-se à falta de consciência histórica.

II. Os processos da História, diferentemente dos que ocorrem com a ciência, não dão saltos caprichosos, pois há encadeamento em sua progressão.

III. A importância que tem a memória pessoal para cada indivíduo é análoga à que tem a História para a compreensão da caminhada humana.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em:

a)

I.

b)

II.

c)

III.

d)

I e II.

e)

II e III.

3 -

Identifique a afirmação que NÃO integra a mesma linha de argumentação explicitada no conjunto das demais alternativas:

a)

não há fatos estanques ou rupturas absolutas.

b)

há alguma continuidade na transformação.

c)

Os processos da civilização não constituem saltos caprichosos.

d)

não há pausa para qualquer reflexão.

e)

lições que podem ser preciosas no futuro.

4 -

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:

a)

a julgam quase irrelevante (1.º parágrafo) = creem-na praticamente supérflua.

b)

Nesse vão do tempo (1.º parágrafo) = Nessa intermitência temporal.

c)

arrebatadora vertigem (1.º parágrafo) = descon- certante consciência.

d)

rupturas absolutas (2.º parágrafo) = descompassos súbitos.

e)

cético em relação ao passado (3.º parágrafo) = insciente da História.

5 -

São razões possíveis, aventadas no texto, para o fato de nossa época ignorar a importância do conhecimento da História:

a)

o acelerado progresso das ciências e a valorização da memória pessoal.

b)

as violências do último século e o acelerado progresso das ciências.

c)

o desenvolvimento da informática e os avanços da neurociência.

d)

a atualização das ideias de Maquiavel e a valo- rização da memória pessoal.

e)

a atualização das ideias de Maquiavel e as violên- cias do último século.

Concordância Nominal e Verbal
6 -

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a)

Ocorrem em nossos dias, por razões várias, um processo de apagamento das lições históricas da humanidade.

b)

O que os bons historiadores nunca deixaram de nos lembrar consistem, resumidamente, nas lições a se tirar das experiências.

c)

Proveio das lições da História clássica a convicção maquiavélica de que as manobras do poder seguem sempre as mesmas regras básicas.

d)

Não deve se furtar à malícia do jogo político, segundo Maquiavel, aqueles que desejam se assenhorear do poder do Estado e conservá-lo.

e)

Reside no fundo de nossa memória afetiva, segundo o autor do texto, marcas dos momentos intensos que moldaram nossa personalidade.

Emprego dos tempos e modos verbais
7 -

Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

a)

Se o século XX não tivesse sido marcado por tantas catástrofes, acredita-se que o prestígio da História não venha a se revelar tão abalado.

b)

Caso sejam vistos como "milagres", os avanços da ciência deveriam ter sido considerados aberrações históricas.

c)

O que já preocupa Maquiavel, antes mesmo de formular lições de política, era a fragmentação da Itália renascentista em principados.

d)

No momento em que os homens passarem a negligenciar a memória afetiva ficarão submetidos a um processo de progressivo desenraizamento.

e)

Estivéssemos numa época de pequenos avanços da ciência, fora possível que não venhamos a perder a percepção da continuidade histórica.

Compreensão e Interpretação de Textos
8 -

Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:

a)

Será um grave equívoco acreditarmos que os últimos e notáveis avanços científicos decorrem exclusivamente de méritos da nossa época.

b)

Hobsbawm, historiador já bastante idoso, foi previlegiado por estar acompanhando e vivido a maior parte da História do século XX.

c)

Costuma custar muito caro para quem esquece as lições da História, vendo-se condenado a repetir seus erros por ignorar as mesmas.

d)

Tem sido injusto para com Maquiavel a atribuição de fama como homem cruel, posto que se valia de convicções enquanto pensador político.

e)

O ceticismo que se demonstra em relação ao passado é o inverso do que sentimos ao imaginar o quanto se está adiantando do próprio futuro.

Pontuação
9 -

Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:

a)

Uma sensação de vertigem; eis o que experimentamos, quando nos deixamos, arrebatar pela velocidade do que é novo.

b)

O que experimentamos quando nos deixamos arrebatar pela velocidade do que é novo, é uma sensação de vertigem.

c)

Quando pela velocidade do que é novo, nos deixamos arrebatar, experimentamos uma sensação de vertigem.

d)

Uma sensação de vertigem quando nos deixamos arrebatar, pela velocidade do que é novo; eis o que experimentamos.

e)

Experimentamos uma sensação de vertigem, quando nos deixamos arrebatar pela velocidade do que é novo.

Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação
10 -

Os elementos sublinhados estão corretamente empregados na frase:

a)

A convicção de Hobsbawm, da qual não deve pairar dúvida, incide com o valor que se deve reconhecer nos estudos de História.

b)

Os ensinamentos da História, de cuja riqueza deveríamos tirar proveito, deram lugar a um fascínio pela novidade, diante da qual nos extasiamos.

c)

Em nossos dias, onde se verificam avanços notáveis da ciência, predomina uma sensação de triunfo de cuja deveríamos desconfiar.

d)

Maquiavel foi um pensador que a sua doutrina continua instigante até hoje, quando políticos nela se valem como uma espécie de manual.

e)

Ninguém se liberta de suas memórias afetivas, em cujas pulsa a força das experiências de que vieram a moldar nossa personalidade.

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