Julgue o que se afirma abaixo acerca dos textos I e II e, em seguida, responda ao que se pede.
I- Ambos os textos, a partir de diferentes estratégias de manipulação midiática, de uma forma ou de outra, tratam da mesma temática: o forte e agressivo apelo ao consumo exacerbado promovido pelos diversos suportes midiáticos, que coisificam o ser humano – inclusive o seu corpo – e o transformam em mercadoria e objeto de exposição do consumo.
II- Além de constituírem diferentes gêneros textuais – portanto, de estruturas distintas – os textos I e II também apresentam diferentes propostas temáticas: enquanto o primeiro reflete acerca do processo de coisificação a que o ser humano vem sendo historicamente submetido por vias da imposição midiática, que induz ao consumo exacerbado e predador, o segundo se limita a infantilizar o apelo publicitário, no momento em que, de forma ingênua e bem humorada, se utiliza do corpo dos bebês para expressão explícita do consumo.
III- O texto I traz como proposta um processo de escravização do ser humano, promovido pela mídia, que o induz a se transformar em objeto e coisa do consumo, este tido como senhor da contemporaneidade; já o texto II, trata do processo de encantamento e magia autônomos e livres a que a criança é submetida desde os primeiros dias de vida pelos encantos midiáticos impulsionadores do consumismo responsável e adequado a essa fase etária.
IV- Uma das grandes denúncias explicitadas no texto I se refere à perda da identidade humana a partir da força dos apelos consumistas: a perda da capacidade de escolha livre e independente é uma delas.
V- A “estamparia ambulante" na qual a criança se transforma (texto II), aliada ao fato de, na cena, estar sendo sustentada por mãos adultas, podem sugerir um processo de manipulação estrategicamente posto e comandado, não só pela indústria do consumo, mas também com o aval da própria família.
É VERDADEIRO o que se afirma apenas em:
a) I e V.
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b) I, II e V.
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c) II, III e IV.
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d) I, IV e V.
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e) II, III, IV e V.
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A partir, ainda, da reflexão proposta nos textos I e II, pode-se deduzir que
a) no texto II, o sorriso da criança, quando contraposto a todos os elementos de denúncia veiculados na imagem – que sugerem envolver, desde um aparato midiático calculado estrategicamente pelas grandes etiquetas de consumo, a exemplo da manipulação de crianças a consumir desde a sua mais tenra idade até a fase adulta, transformando-a, muitas vezes sob a tutela e concordância da família, em objeto material de consumo – sugere revolta e ironia.
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b) não se pode conceber nenhuma relação semântico-discursiva entre o título do texto I (Eu, etiqueta) e a imagem da criança, veiculada no texto II.
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c) o eu poético, no texto I, parece assumir, através da ambiguidade, uma ironia em relação a sua atitude de se entregar aos apelos consumistas: ao mesmo tempo em que reconhece que se ‘coisificou’ – no momento em que perdeu a capacidade de escolher e decidir por ele mesmo; de ser ele, individualizado, ter sua própria essência, pessoa e não máquina de consumo – também admite que assim agiu por deliberação própria e autônoma, como por exemplo, através dos versos a seguir: “Não sou – vê lá – anúncio contratado./Eu é que mimosamente pago/ Para anunciar, para vender/Em bares festas praias pérgulas piscinas.”
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d) dentre as muitas estratégias de constituição e reconhecimento de seu processo de “coisificação” a que fora submetido o eu poético, no texto I, pelas vias do consumo exacerbado, com a consequente perda da sua identidade de ser humano, com certeza a memória não está presente, já que não há pistas no texto poético de paradigmas temporais comparativos justificadores da memória.
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e) as pistas sugeridas no texto I ratificam que, embora reconhecendo a sua nova identidade (Coisa), o eu-poético mantém traços fortes de sua antiga identidade, homem.
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Atente aos vocábulos em destaque nos versos a seguir, extraídos do texto I, e responda ao que se pede:
“Meu nome novo é Coisa. / Eu sou a Coisa, coisamente."
Com base nas pistas semântico-discursivas propostas no texto, e fazendo-se as devidas adaptações morfossintáticas, as palavras que, na sequência, melhor podem substituir as sublinhadas são:
a) Luz... – a luz... – luzentemente.
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b) Venda... – a venda... – vendamente.
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c) Realidade... – a realidade... – realmente.
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d) Objeto... – o objeto... – objetivamente.
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e) Vendido... – o vendido... – vendamente.
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Entre os textos I e II existe uma proximidade semântica. Observe os versos abaixo extraídos do texto I, e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta os versos que melhor ilustram as pistas temáticas propostas quando comparadas às do texto II.
a) “Sou gravado de forma universal/ Saio da estamparia, não de casa”.
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b) “Agora sou anúncio/ Ora vulgar ora bizarro. / Em língua nacional ou em qualquer língua”.
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c) “Minhas meias falam de produtos/ Que nunca experimentei”.
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d) “Desde a cabeça ao bico dos sapatos/ São mensagens”.
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e) “Meu tênis é proclama colorido/ De alguma coisa não provada”.
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Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar aquilo que Beaugrande, Dressler (1996) e Costa Val (2002) chamam de textualidade, isto é, o conjunto de características que fazem com que um texto seja assim chamado e não uma sequência de frases quaisquer.
Atente para os dois textos a seguir e responda ao que se pede:
A partir dos textos III e IV, julgue cada uma das afirmações feitas a seguir à luz dos elementos de textualidade presentes em cada uma delas e em seguida responda ao que se pede.
I- No texto III o jogo semântico-discursivo, que envolve elementos sócio-históricos interrelacionados com os processos de colonização do Brasil podem ser inferidos, por exemplo, a partir do cruzamento do campo semântico das expressões RICO e AZEITE (referências a Portugal, local de grande produção de azeites no mundo e país colonizador do Brasil) com ESCURO e SEGURANÇA(alusão implícita ao processo de escravatura, comandado por este país, bem como ao fato de grande parte dos negros e afrodescendentes brasileiros, ainda hoje, estarem relegados a profissões que não transcendem a de segurança particular). Não obstante esse jogo semântico-discursivo marcado por pistas que denunciam tal relação, não se percebe, ainda, elementos textuais suficientes justificadores de coerência para afirmar que se trate efetivamente de um texto.
II- No texto IV, a polissemia da palavra “caravana" remete a um campo semântico vasto, complexo e marcado por um amálgama de elementos intertextuais, sócio-históricos, políticos e até geográficos que reatualizam o terror dos navios negreiros que transportavam escravos. A caravana contemporânea, agora, encabeçada pela elite carioca, é denunciada por via de um novo componente: o preconceito social, no caso em tela, da zona sul, contra os crioulos pobres e egressos das favelas, 'escravos livres' e cativos da opressão endêmica a que os pobres vêm sendo submetidos historicamente, fruto de um processo de ódio, raiva e covardia, segundo a denúncia veiculada, encabeçada por essa elite branca. Tais elementos são mais que justificadores para comprovar elevados graus de informatividade e coerência no poema, fatores de textualidade patentes e incontestáveis.
III- As caravanas e comboios denunciados no texto e advindos das mais longínquas periferias da cidade não são mais que ararás (espécie de cupim) devoradores, devastadores; de picas enormes e sacos explosivos comem tudo e de tudo. Por essa razão precisam ser expulsos da areia branca do Jardim de Alá e, de preferência, dizimados. Entretanto, expressões como “zoeira", “quebradas", “picas", “É o bicho, é o buchicho", “populacho" e “malocam" são construções que quebram coesivamente a harmonia do texto, tornando-o cada vez mais incoerente.
IV- Nos versos “Sol, a culpa deve ser do sol/ Que bate na moleira, o sol/ Que estoura as veias, o suor/ Que embaça os olhos e a razão" (texto IV), os itens em destaque, ao retomarem coesivamente a palavra “sol", exemplificam, na superfície textual, através do jogo de referencialidades, um importante fator de textualidade denominada coesão textual, fundamental para dar a unidade formal ao texto.
V- Ainda no texto IV, pode-se afirmar que não há inferências a maiores riquezas polissêmicas, nem tampouco intencionalmente provocadoras e que minimamente conduzam a graus de informatividade mais expressivos. Nos versos “Suburbanos tipo muçulmanos do Jacarezinho/ A caminho do Jardim de Alá", não há, do ponto de vista de coerência de mundo, sobretudo na contemporaneidade, qualquer relação semântica entre “suburbanos", “muçulmanos" e “Jardim de Alá".
É CORRETO o que se afirma em
a) I e V.
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b) I, II e V.
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c) II, III e IV.
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d) II e IV.
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e) I, II, III e V.
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Segundo Marcuschi (2001), “Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica."
Com base nesta compreensão, preencha os parênteses com a seguinte convenção: (TT) para Tipo textual e (GT) para Gênero textual.
( ) Carta-denúncia
( ) Argumentação
( ) Ofício
( ) Narração-descrição
( ) Propaganda
( ) Conferência
( ) Injunção
A sequência CORRETA é
a) GT – GT – GT – GT – GT – TT – TT.
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b) TT – TT – GT – TT – TT – GT – GT.
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c) GT – TT – GT – TT – GT – GT – TT.
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d) TT – TT – TT – TT – GT – GT– TT.
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e) GT – TT – TT – TT – GT – TT – TT.
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Leia as sentenças a seguir com atenção para a organização sintática:
I- “O Magnífico Reitor, em face de estar acometido de patologia, não deve estar presente hoje à abertura dos festejos relativos aos 40 anos da instituição. "
II- “O ofício enviado a Vossa Excelência tem falhas estruturais e de compreensão primárias. "
III- “Não pode ter havido erros no envio do documento".
IV- “Precisa-se de bons analistas para esta função".
V- “Anexas ao requerimento solicitado seguem as comprovações. "
Acerca dos enunciados acima, é possível afirmar que
a) em III e IV, os sujeitos sintáticos são classificados como indeterminados.
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b) em III e IV, os predicados se classificam como nominais.
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c) o sujeito sintático no enunciado V se classifica como simples e é “requerimento”.
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d) em II, o sujeito é classificado como composto.
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e) há apenas um enunciado cujo sujeito sintático se classifica como inexistente.
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Quem escreve deve trabalhar com o máximo possível de atenção, adotando todos os cuidados necessários à eficácia da boa redação tanto em relação à forma, como em relação à clareza do que se afirma. Neste sentido, atente aos enunciados abaixo:
I- Os filhos de seu Francisco, que estudaram, tiveram sucesso na vida.
II- Os filhos de seu Francisco que estudaram tiveram sucesso na vida.
III- Vi uma foto sua no ônibus.
IV- O motorista infligiu a lei, ao estacionar em fila dupla, e foi multado. O guarda lhe infringiu uma multa de 270,00 reais.
V- As questões ligadas à assessoria parlamentar devem ser meticulosamente avaliadas afim de que não se cometam injustiças.
VI- Desculpem-me, mas não dá para fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. (CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002) (fragmento).
Com base nas sentenças acima assinale a alternativa que julgar VERDADEIRA:
a) Em IV e V, embora tenhamos equívocos na escolha e no uso de algumas palavras, este fato em nada compromete a intencionalidade, a clareza e, com efeito, a eficácia do que se pretende comunicar conforme os sentidos propostos autorizados nos enunciados.
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b) Em I e II, a presença ou ausência do uso das vírgulas não altera substancialmente o efeito final de sentido destes enunciados.
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c) No enunciado III, não se apresenta qualquer registro de ambiguidade que comprometa a sua clareza e eficácia comunicacional.
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d) Em IV e V, temos equívocos na escolha e no uso de algumas palavras, fato responsável por quebrar a intencionalidade, a clareza e, com efeito, a eficácia do que se pretende comunicar, conforme os sentidos propostos autorizados nos enunciados.
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e) Em VI, embora se vislumbrem registros em menor intensidade de outras funções da linguagem, a função que predomina é fática.
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Atente às duas charges abaixo e responda ao que se pede:
Com base nas ideias propostas nas imagens acima, julgue cada uma das sentenças abaixo:
I- O sujeito sintático de “CURA ESSE GAY AGORA!", conforme as exigências da norma padrão, está implícito e é “VOCÊ" referenciando, no contexto, “JESUS".
II- É latente o caráter metafórico na expressão “Que gatinho!" (imagem I) e polissêmico nas expressões “dinheiro limpinho" e “laranja" (imagem II), legitimando, na imagem II, um importante fator de textualidade chamado intertextualidade.
III- As expressões “como" e “tão" (Imagem I) induzem a, respectivamente, circunstâncias causal e temporal.
IV- A função da linguagem predominante na imagem II é a metalinguística.
V- O sufixo “inho" na expressão “gatinho" (imagem I) propõe, no contexto, uma carga semântica onde o afeto é minimizado em relação à pequenez física do interlocutor.
É CORRETO o que se afirma em
a) II, III e V.
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b) I, II e III.
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c) I, IV e V.
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d) II, apenas.
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e) I, II, IV e V.
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Como um eficaz mecanismo linguístico de elucidação e/ou esclarecimento de eventuais ambiguidades no uso cotidiano da língua, a crase, enquanto construção que faz parte do universo da regência verbal ou nominal, exerce grande importância na comunicação verbal da nossa língua, como elemento de coerência, embora que, em algumas situações sociocomunicativas, a sua presença não necessariamente compromete a eficácia plena do gênero. Nesse sentido, julgue a cena enunciativa abaixo e responda o que se pede:
Em se tratando de relação entre os termos que estabelecem a regência verbal no enunciado, julgue cada uma das afirmativas abaixo:
I- Em ambas as placas, não obstante o fato de haver transgressões formais no uso (ou omissão) do acento marcador da crase, na Cena I, o efeito final de sentido no uso indevido do acento marcador de crase é irrelevante para esta situação comunicativa.
II- Da forma como construído, isto é, com a omissão do acento marcador de crase, o enunciado da Cena I revela-se de caráter unissêmico e não se permite mais que uma interpretação semântica.
III- Os enunciados presentes em ambas as placas apresentam rigorosamente predicados apenas nominais.
IV- Aexpressão “à entidades assistenciais" (Cena I) exerce a função sintática, neste contexto, de complemento nominal de “revertido".
É VERDADE o que se afirma em:
a) III e IV.
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b) I e II.
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c) I e IV.
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d) I.
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e) I, II, III.
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