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Informações da Prova Questões por Disciplina TRT - 1.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - Execução de Mandados - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva

Compreensão e Interpretação de Textos

Confiar e desconfiar

Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.

Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.

O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca, apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.

“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.

(Ascendino Salles, inédito)

1 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Quanto ao sentimento da desconfiança, o texto manifesta clara divergência do senso comum, pois, para o autor, esse sentimento

a)

leva, como é sabido, à prática da prudência, que é a chave das grandes criações humanas.

b)

traz, como poucos sabem, a consequência de esperar que tudo acabe se resolvendo por si mesmo.

c)

acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas audazes e criativas.

d)

traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada passo das experiências essenciais.

e)

importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve acompanhar a prudência conservadora.

2 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, os termos cautela e usura são atributos de que o autor se vale para exprimir o que vê como desvantagens da mais cega confiança.

II. No segundo parágrafo, o segmento ficamos ruminando sobre o que teremos perdido refere-se aos remorsos que sentimos depois de uma iniciativa intempestiva.

III. No terceiro parágrafo, a expressão mera credulidade é empregada para distinguir a ingenuidade do homem crédulo da consciência ativa do confiante.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a)

I, II e III.

b)

I e III, apenas.

c)

II e III, apenas.

d)

II, apenas.

e)

III, apenas.

3 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Considerando-se o contexto, está clara e corretamente traduzido o sentido deste segmento:

a)

permitindo que a prudência nos imobilize (2.º parágrafo) = estacando o avanço da cautela.

b)

a sabedoria popular também hesita, e se contradiz (3.º parágrafo) = a proverbial sabedoria também se furta aos paradoxos.

c)

o confiante se vê malogrado (3.º parágrafo) = deixase frustrar quem não ousa.

d)

pés chumbados no chão da cautela temerosa (3.º parágrafo) = imobilizado pela prudência receosa.

e)

orientação conciliatória (4.º parágrafo) = paradigma incontestável.

4 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

O autor afirma que a sabedoria popular também hesita, e se contradiz − fato que se pode constatar quando se comparam os seguintes provérbios:

a)

Quem vê cara não vê coração e Nem tudo o que reluz é ouro.

b)

Quem espera sempre alcança e Deus ajuda quem cedo madruga.

c)

Casa de ferreiro, espeto de pau e Santo de casa não faz milagre.

d)

Depois da tempestade vem a bonança e Nada como um dia depois do outro.

e)

A união faz a força e Uma andorinha só não faz verão.

5 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

a)

Ao contrário da maioria, onde se prefere desconfiar do que confiar, o autor do texto preferiu ficar com esta, expondo seus argumentos.

b)

Desconfiar é para muitos preferível do que confiar, pois lhes parecem que a confiança requer ingenuidade, em vez da necessária cautela.

c)

A desconfiança é normalmente valorizada, se associada à prudência, mas há quem veja nela um entrave para a criação mais ousada.

d)

Quem deseja tomar iniciativa e efetuar criações, não pode prender-se a desconfiança, em cuja reverte em paralisia o que devia ser ação.

e)

Ser ousado para criar com liberdade requer de que a desconfiança não venha bloquear nosso caminho, ou mesmo chegar a paralisá-lo.

Concordância Nominal e Verbal
6 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Estão plenamente acatadas as normas de concordância verbal na seguinte frase:

a)

A virtude da confiança, assim como a da desconfiança, não independe das circunstâncias que a requisitam.

b)

As ações de confiar ou desconfiar constitui uma alternativa que não raro corresponde a um dilema.

c)

Destacam-se, no capítulo das desconfianças, a escola dos filósofos clássicos identificados com o ideário do ceticismo.

d)

Entre todas as virtudes, a da confiança é das que mais requer argumentos para se afirmarem junto aos críticos.

e)

Aos desconfiados parecem inaceitável ingenuidade pensar que o otimismo e a esperança possam nutrir alguém.

Compreensão e Interpretação de Textos
7 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Mantendo-se o sentido e a correção, a frase Confiar, desconfiando ganha desenvolvimento e explicitação em:

a)

Quem confia acaba por estar desconfiando.

b)

Somente quem desconfia é capaz de confiar.

c)

A desconfiança, embora incompatível, faz confiar.

d)

Não dispense a desconfiança quem se ponha a confiar.

e)

Ainda quando se desconfie, mais vale a pena se confiar.

8 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

É preciso corrigir a má estruturação da seguinte frase:

a)

Prefiro arrepender-me pelo que ousei − e confesso que ousei muito pouco − a lamentar-me pelo excesso de cautela.

b)

É fato que a sabedoria popular, como tantas vezes se manifesta em expressivos provérbios, nem por isso fica livre dos paradoxos.

c)

É de fato muito difícil, em nosso mundo cheio de problemas, pedir a alguém que deposite toda a confiança em alguma coisa.

d)

É penoso termos de suportar o canto de vitória que os desconfiados sempre entoam enquanto sofremos por haver confiado.

e)

Ao final do texto, considera-se a hipótese de que é um grande desafio tornar inabalável a confiança no que de fato acreditamos.

Coesão e Coerência
9 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou.

Complementa-se com coerência e correção esta nova redação dada à frase acima: A confiança terá valido a pena

a)

a menos que o confiante se malogre.

b)

tão logo se veja malogrado quem confiou.

c)

uma vez que o confiante veja seu malogro.

d)

ainda que o confiante se veja malogrado.

e)

assim que se malogre o confiante.

Pontuação
10 -

A questão a seguir refere-se ao texto acima.

Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

a)

Não é fácil − confessemos logo − estabelecer uma clara linha divisória entre o que há de virtuoso na confiança, reconhecida como atividade positiva e criativa, e o que há de meritório em desconfiar, quando isso significa problematizar uma decisão.

b)

Não é fácil, confessemos logo, estabelecer uma clara linha divisória: entre o que há de virtuoso na confiança reconhecida como atividade positiva, e criativa, e o que há de meritório em desconfiar, quando isso significa problematizar uma decisão.

c)

Não é fácil, confessemos logo: estabelecer uma clara linha divisória, entre o que há de virtuoso na confiança reconhecida, como atividade positiva e criativa, e o que há de meritório em desconfiar quando, isso, significa problematizar uma decisão.

d)

Não é fácil, confessemos logo estabelecer, uma clara linha divisória, entre o que há de virtuoso, na confiança reconhecida, como atividade positiva e criativa, e o que há de meritório em desconfiar, quando isso significa problematizar uma decisão.

e)

Não é fácil − confessemos logo − estabelecer uma clara linha divisória, entre o que há de virtuoso, na confiança reconhecida como atividade positiva e criativa, e o que há de meritório, em desconfiar quando isso significa problematizar uma decisão.

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