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Informações da Prova Questões por Disciplina ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - Técnico Administrativo - Apoio Administrativo - CESGRANRIO - 2008 - Prova Objetiva

Compreensão e interpretação de textos

Profetas da Chuva

1         “O meu trunfo é o juazeiro”, diz, com a certeza

2         de muitos anos de observação, o cearense José Erasmo

3         Barreira, sertanejo de 67 anos, nascido na região de

4         Quixadá. “Quando o juazeiro flora em novembro, é sinal

5         de inverno tardio.” Erasmo é representante de uma tradição que atravessou os séculos e  

6         ainda está presente

7         na vida do Nordeste brasileiro. Ele é um profeta da chuva e, a partir da observação dessa

8         árvore e de outros

9         indícios da natureza da caatinga, acredita que o tempo

10      está bom para começar o plantio do sertão cearense.

11      “Do dia 15 de fevereiro até o final de maio, vai ser um

12      bom inverno”, promete.

13      Erasmo é um dos cerca de 25 sertanejos que

14      aprenderam a entender e a prever o clima a partir dos

15      sinais da natureza, da posição das estrelas, da lua, do

16      comportamento e canto dos pássaros, do vento, da posição do sol e das nuvens. “Em

17      comunidades que sofrem com a seca, o papel desses personagens adquire

18      um caráter político, de organização da população em

19      torno de suas previsões”, explica a psicanalista Karla

20      Patrícia Martins, professora da Unifor (Universidade de

21      Fortaleza) e autora do livro Os Profetas da Chuva, do

22      qual foram retirados os depoimentos que constam desta reportagem. Ela conta que “já

23      houve casos de sertanejos que foram perseguidos, responsabilizados pelas

24      secas que previram”.

25      Ultimamente, os profetas estão desaparecendo,

26      uma vez que seus filhos não se interessam em levar

27      adiante esse conhecimento adquirido dos seus avós.

28      “Eu nasci e sempre morei no sertão, daí a gente reúne a

29      experiência”, conta Erasmo. “É uma coisa que a minha

30      avó sabia e ensinou p’ra minha mãe, que ensinou p’ra

31      mim e assim vai.” Em janeiro, Erasmo e os profetas

32      tradicionais participaram de um encontro que ocorre há

33      doze anos em Quixadá, reunindo pesquisadores brasileiros e estrangeiros, técnicos da

34      Funceme (Fundação

35      Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) e agricultores.

36      O meteorologista Namir Melo, da Funceme, participa do encontro há dez anos e acredita

37      nessa troca de

38      conhecimentos. “A ciência vê esse tipo de manifestação

39      com muito respeito”, afirma. “Afinal de contas, a

40      meteorologia evoluiu de observações da natureza, como

41      as que são feitas pelos profetas.” Para ele, o índice de

42      aproveitamento das previsões dos profetas mostra que suas

43      observações devem ser levadas em consideração. [...]

44      Figuras importantes

45      Se os próprios cientistas levam a sério as previsões dos profetas, mais ainda os agricultores

46      de Quixadá,

47      que esperam ansiosamente as manifestações de seus

48      “meteorologistas”. A cidade [...] está localizada em pleno semi-árido do sertão central

49      cearense e sofre com 

50      falta de água. Tanto que lá foi construído o açude do

51      Cedro, inaugurado em 1906, o mais antigo do Brasil. A

52      eterna luta contra as intempéries da caatinga faz dos

53      profetas figuras importantes na região. Poucos agricultores apostam suas sementes antes de

54      ouvir suas previsões e até mesmo o comércio vende mais quando eles

55      prometem chuva.

56      Os profetas não se intimidam com o peso da responsabilidade. “A gente não adivinha nada,

57      apenas pratica o conhecimento adquirido no passado”, explica

58      Erasmo. “Peço desculpas, quando não é do agrado de

59      todo mundo, mas o sertanejo é assim mesmo.” [...]

BONANOME, Flávio. Revista Horizonte Geográfico, n.º

 115, fev. 2008.

(Adaptado)

1 -

O objetivo principal do texto é:

a)

apresentar como discutíveis as profecias feitas pelos sertanejos já que muitas vezes suas previsões falham.

b)

analisar se os conhecimentos rudimentares em que se baseiam podem contribuir para a ciência meteorológica.

c)

mostrar o papel importante desses personagens tanto em suas comunidades quanto para a meteorologia.

d)

registrar que há um conjunto de pessoas que fazem profecias sobre o tempo e que estão em extinção.

e)

ressaltar o fato de que o conhecimento que permite as previsões feitas pelos sertanejos é geracional.

2 -

A oração "O meu trunfo é o juazeiro" (L.1) expressa que:

a)

haver juazeiros por perto garante a qualquer sertanejo a condição de fazer a previsão.

b)

sem juazeiros, não há condições de plantio no sertão cearense.

c)

o ciclo de florescimento do juazeiro indica condições climáticas.

d)

o juazeiro floresce sempre em novembro, indicando o atraso do inverno.

e)

o sertanejo considera o juazeiro um segredo que só a ele pertence.

3 -

Analise as sentenças.

I - Os sertanejos que fazem profecias meteorológicas têm uma capacidade divina de prever fatos em geral.

II - Os indícios em que se baseiam os sertanejos para suas previsões meteorológicas são respeitáveis cientificamente.

III - Há uma preocupação dos habitantes das regiões áridas de que estejam desaparecendo as pessoas com habilidades de previsão.

IV - Os profetas suportam sem medo a responsabilidade que lhes é confiada.

Apresentam idéias contidas no texto APENAS as afirmativas:

a)

I e II

b)

II e III

c)

II e IV

d)

I, II e IV

e)

I, III e IV

4 -

Que trecho do texto NÃO se refere à previsão de chuvas por parte dos profetas?

a)

"...uma tradição que atravessou os séculos..." (L.5-6)

b)

"...esse conhecimento adquirido dos seus avós." (L.29)

c)

"...coisa que a minha avó sabia..." (L.31-32)

d)

"...nessa troca de conhecimentos." (L.40-41)

e)

"...esse tipo de manifestação..." (L.41-42)

5 -

A sentença "Para ele, o índice de aproveitamento das previsões dos profetas mostra que suas observações devem ser levadas em consideração." (L. 44-46) pressupõe que os(as):

a)

profetas são apreciados pela comunidade local.

b)

profetas se utilizam de observações de fenômenos naturais.

c)

profetas acertam suas previsões mais do que erram.

d)

adivinhações são respeitadas e bem consideradas na região.

e)

adivinhações são feitas a partir de dados da meteorologia.

Significação das palavras
6 -

No texto, "intempéries" (L. 55) significa:

a)

acontecimentos infelizes

b)

variações atmosféricas

c)

fortes chuvas e tempestades.

d)

condições climáticas extremas.

e)

mudanças no tempo do plantio.

Compreensão e interpretação de textos
7 -

Em "Quando o juazeiro flora..."(L. 4), a palavra em negrito é verbo. Pode, no entanto, num outro contexto, ser usada como substantivo. Dentre as seguintes, as palavras que também podem ocorrer como verbo ou substantivo, dependendo do contexto, são:

a)

bebo e falo.

b)

trafego e sirva.

c)

sento e banco.

d)

sofro e deixa.

e)

canto e passo.

Reescritura de texto
8 -

Reescrevendo a oração "Se os próprios cientistas levam a sério as previsões dos profetas," (L. 48-49), mantendo o mesmo sentido e a mesma ênfase, tem-se:

I - Se mesmo os cientistas levam a sério as previsões dos profetas,

II - Se até os cientistas levam a sério as previsões dos profetas,

III - Se os cientistas levam ainda a sério as previsões dos profetas,

IV - Se os cientistas levam a sério as previsões dos próprios profetas,

Estão corretas as orações:

a)

I e II

b)

I e III

c)

II e III

d)

I e IV

e)

II e IV

Compreensão e interpretação de textos

Revista Horizonte Geográfico

  “Dizia pro pesssoal a previsão, mas sem dá a notícia à imprensa nem coisa nem nada, dava a notícia para um vizinho: ‘Fulano, vai chover, assim, assim, assim’...às pessoas amigas eu dizia. Mas quando se surgiu, uma vez o cientista botou no jornal, parece que foi 97, que era seco, descobriram por aí que eu sabia. o jornalista me chamou: ‘Rapaz, ouvi dizer por que você sabe até o dia que chove. Você pode me dizer?’ ‘Rapaz, eu não gosto de dizer não, mas pra você é a primeira vez que eu vou dizer’. ‘Tem inverno?’ ‘Tem. Dia 20 de janeiro começa a chover’.

Entrevista de Chico Mariano à Revista Horizonte Geográfico, p.6

9 -

Qual o texto que reescreve adequadamente o trecho, respeitando a ordem de aparecimento das informações, sem omissão nem acréscimo de nenhuma, e que está de acordo com a norma culta da língua?

a)

Chico informava somente às pessoas amigas a previsão do tempo. Por meio da informação de um cientista, publicada em ano seco, a mídia tomou conhecimento da habilidade de Chico. Instado a informar sobre a possibilidade de chuva, Chico respondeu, pormenorizando a data do início da chuva.

b)

Chico não gostava de contar a previsão do tempo para ninguém. Mas, um cientista que o conhecia informou à imprensa sobre a habilidade do sertanejo. Diante da curiosidade do jornalista que o procurou em 97, Chico revelou até a data da primeira chuva.

c)

Apesar de Chico só dividir com seus amigos a previsão de tempo que fazia com base em dados da natureza, um cientista deu uma entrevista contando o que ocorria. Com o conhecimento do fato, a imprensa, no ano de 97, procurou o sertanejo.

d)

O sertanejo partilhava somente com os vizinhos seus conhecimentos sobre as possibilidades de chover. Quando o cientista descobriu, foi ao seu encontro. Já que o ano em que se encontravam era de seca, ele quis saber se choveria. Chico, com precisão, informou até o dia.

e)

A imprensa descobriu que o sertanejo Chico podia prever o tempo. Como o ano de 97 era particularmente seco, o jornalista perguntou-lhe da possibilidade da chuva. Chico respondeu, sem medo de errar, que o inverno no sertão começaria no dia 20 de janeiro.

Reescritura de texto
10 -

Releia o fragmento a seguir.

"Mas quando se surgiu, uma vez o cientista botou no jornal, parece que foi 97, que era seco, descobriram por que eu sabia. o jornalista me chamou: 'Rapaz, ouvi dizer por que você sabe até o dia que chove.' "

O trecho que reescreve adequadamente o extrato, substituindo o uso popular da palavra por vocábulos ou recursos linguísticos que explicitem as relações pretendidas pelo autor, sem alteração de sentido, é:

a)

"...seco. Em decorrência desse fato, descobriram, por meio da notícia, que eu sabia. Então, o jornalista ... : 'Rapaz, ouvi dizerem que você sabe'...".

b)

"...seco. Assim, descobriram deste modo, que eu sabia. o jornalista... 'Rapaz, ouviram dizer que você sabe'...".

c)

"...seco. Descobriram , portanto, que eu sabia. Em consequência, o jornalista...: 'Rapaz, ouvi dizer no jornal que você sabe'...".

d)

"...seco. Só deste jeito, descobriram por todo canto que eu sabia. Assim sendo, o jornalista.... : 'Rapaz, diz-se que você sabe'...".

e)

"... seco. Agora, descobriram, então, que eu sabia. Por isso, o jornalista...: 'Rapaz, pessoas dizem que você sabe'...".

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